A bondade é mais enriquecedora do que o dinheiro

A bondade é mais enriquecedora do que o dinheiro

Última atualização: 21 agosto, 2016

É bom ter na mente uma frase do tipo: “faça algo bom todo dia tanto para você quanto para os outros”. A bondade é o melhor investimento pois reverte em bons sentimentos, boas experiências e boas conseqüências. Contudo, às vezes nos esquecemos disso em prol de algo muito menos crucial e transcendental para a nossa vida: o dinheiro.

Há pouco tempo atrás aparecia na mídia a notícia de uma idosa que havia cumprido a curiosa promessa que tinha feito a seu marido antes de morrer. Este pediu que fosse enterrado com todo o dinheiro que havia acumulado ao longo da sua vida e a sua mulher, mais do que seguidora, cumpriu com tal tarefa.

Ao ser perguntada pelos familiares, ela disse que havia depositado todo o dinheiro em um conta e que dentro do caixão havia colocado um cheque com o valor da referida importância para que quando acordasse pudesse ir cobrá-lo.

A verdade é que não se sabe se alguma vez este rico defunto poderá se apresentar na agência bancária com tal intenção, o que sabemos é que a metáfora deste conto é enriquecedora para nós, pois nos ajuda a repensar a forma como administramos as nossas vidas.

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Existe vida antes da morte

Em uma das entrevistas de Eduardo Punset, um grande apresentador cientista, ele respondeu qual era a sua frase ou citação favorita. Ele disse que, como cientista, havia ficado impressionado com uma frase que havia lido pintada em uma das estações do metrô de Nova Iorque.

E dizia assim: “existe vida antes da morte”. Simples e desconcertante. É como dizer, “viver mata”, mas cuidado, na frase viver vem antes de morrer!

Seguindo o fio dos grandes pensadores, existe um certo consenso de que a cultura ocidental na qual estamos mergulhados tem suas bases em determinados períodos da história. Um deles é Grécia e a sua filosofia clássica; outro é o nascimento do cristianismo e a influência que teria sobre a filosofia.

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Da necessidade de controle que todas as religiões tiveram sobre a sociedade emergiu um cristianismo que apontava a vida como uma preparação para a morte, para o encontro com Deus.

De alguma forma presenteava-se a vida direcionando o nosso olhar para o horizonte, longe do barro que dizia que pisávamos. Ou seja, procurava-se sobreviver para poder viver depois, caminhar para obter uma última recompensa final e eterna.

O que nos restou do paraíso?

A religião durante o século XX perdeu grande parte do seu poder, da sua capacidade de apontar o caminho e de ser ouvida e obedecida. Contudo, no nosso jeito de ver o mundo continuam existindo brasas desta forma de buscar a nossa essência.

Continuamos com o olhar no horizonte, educando nossos filhos para que estudem, se preparem, aprendam muito, ganhem muito dinheiro e sejam como 20 formigas e que em nada se pareçam com a cigarra da conhecida fábula infantil.

“A cigarra era feliz desfrutando o verão: o sol brilhava, as flores soltavam seu aroma… e a cigarra cantava e cantava. Enquanto isso, sua amiga e vizinha, uma pequena formiga, passava o dia todo trabalhando e recolhendo alimentos.

– Amiga formiga! Você não se cansa de tanto trabalhar? Descanse um pouco comigo enquanto canto alguma coisa para você – dizia a cigarra para a formiga.

– Você faria melhor se recolhesse provisões para o inverno e deixasse de tanta vagabundagem – respondia a formiga, enquanto transportava o grão atarefada.

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A cigarra ria e continuava cantando sem dar atenção a sua amiga. Até que um dia, ao acordar, sentiu o frio intenso do inverno. As árvores haviam ficado sem folhas e do céu caiam flocos de neve, enquanto a cigarra vagava pelo campo, gelada e faminta. Viu de longe a casa da sua vizinha formiga e se aproximou para lhe pedir ajuda.

– Amiga formiga, tenho frio e fome, você não me daria alguma coisa para comer? Você tem muita comida e uma casa quentinha, enquanto eu não tenho nada.

A formiga abriu ligeiramente a porta da sua casa e disse para a cigarra.

– Me diga uma coisa amiga cigarra, o que você fazia enquanto eu madrugava para trabalhar? O que você fazia enquanto eu carregava grãos de trigo daqui para lá?

– Cantava e cantava sob o sol – respondeu a cigarra.

– Era isso que você fazia? Pois então, se você cantava no verão, agora dance durante o inverno –

E lhe fechou a porta, deixando a cigarra de fora, que tinha aprendido uma lição.

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Há vida e bondade antes da vida

Nós psicólogos falamos de crises existenciais, de determinados altos e baixos no caminho que, em certas idades, nos causam confusão. São momentos nos quais olhamos nossos pés e sentimos vertigem porque não estamos acostumados a ser conscientes de que na verdade são o reflexo do próprio tempo, nunca param.

“Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa… O que me importa é ir deitar todas as noites sabendo que fizemos alguma coisa maravilhosa.”

-Steve Jobs-

Eu diria mais do que a frase do metro de Nova Iorque: existe vida antes do que pensamos que é vida. Antes de saber muito, antes de ter muito dinheiro, antes de termos casado, de termos nos aposentado ou de termos filhos. Existe vida antes de acordar amanhã e essa vida são momentos que não precisam seguir a concepção de caminhos e de etapas que um dia a religião postulou e que ainda hoje, sem perceber, assumimos como nossas.

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Portanto o melhor é fazer alguma coisa boa todos os dias, pois a bondade é muito mais enriquecedora do que o dinheiro tanto no transcurso da vida como no seu limite. No fim das contas, procuramos semear para colher, de modo que a pergunta é: O que há de melhor do que plantar bondade para colher riqueza? A resposta é clara: sem bons sentimentos, no fim das nossas vidas não teremos… NADA.

Por isso é crucial mantermos este pensamento muito presente, sem deixar de repeti-lo “faça alguma coisa boa hoje, pois a bondade nos dá a verdadeira riqueza vital, não o dinheiro”. Esta será a nossa verdadeira recompensa: viver a vida.


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