Mala e Edek, uma história de amor dramática

A história de amor de Mala e Edek só ficou conhecida publicamente muitas décadas depois. Ambos ficaram presos no campo de concentração de Auschwitz, de onde fugiram para, mais tarde, ter um destino trágico.
Mala e Edek, uma história de amor dramática
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 02 setembro, 2020

A história de Mala e Edek é uma história de amor que nasceu, cresceu e se eternizou em um inferno: o campo de concentração de Auschwitz. Suas vidas estavam praticamente esquecidas, até que a jornalista Francesca Paci decidiu resgatá-las. Daí nasceu o livro Um amor em Auschwitz.

Mala e Edek estavam apenas começando a viver quando caíram no campo de concentração. Eles tiveram que amadurecer por conta própria e à força.

Eles não envelheceram juntos como sonharam, mas tornaram-se um exemplo de que o amor  é mais forte do que qualquer atrocidade e de que esse sentimento dá valor a tudo.

A história de Mala e Edek foi recuperada graças a todas as pessoas que os conheceram no campo de concentração. Esses homens e mulheres  também foram inspirados por esse amor, apesar das circunstâncias deploráveis ​​em que se encontravam. Essa história também prova que os grandes amores são capazes de mudar a vida das pessoas ao seu redor.

“Quando a minha voz calar com a morte, meu coração te seguirá falando”.
-Rabindranath Tagore-

Mala e Edek, dois prisioneiros apaixonados

Mala e Edek, dois prisioneiros

Os protagonistas dessa história são Mala Zimetbaum e Edward Galiński, que era conhecido como “Edek”. Edek foi a primeira pessoa a chegar ao campo de  concentração de  Auschwitz , com apenas 16 anos. Ele era um jovem de ascendência polonesa e estava no ensino médio. Durante uma invasão dos nazistas, ele foi preso e enviado para a prisão de Tarnów.

Alguns meses depois, em junho de 1940, ele foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz. Edek chegou em Auschwitz com o primeiro grupo de prisioneiros e logo aprendeu a se adaptar: “Quem e o que você deve evitar e a que se agarrar para sobreviver”, dizia ele.

Depois de dois anos no campo de concentração, ele conseguiu  convencer os oficiais de que era preciso abrir uma serralheria.

Sua iniciativa e dinamismo nesse projeto renderam-lhe uma certa simpatia com os nazistas. Com isso, ele acabou obtendo uma posição privilegiada. Ele aproveitou para levar para a oficina os presos mais fracos, que não aguentavam fazer grandes esforços físicos.

Um amor em Auschwitz

Mala Zimetbaum nasceu na Polônia, mas desde muito jovem viveu na Bélgica. Ela era ótima aluna, destacando-se principalmente em matemática e idiomas.

Em 1942 ela foi presa em Antuérpia e enviada para o campo de concentração. Como ela conhecia cinco idiomas, desde o início os nazistas a fizeram trabalhar como tradutora e mensageira.

Mala também tinha uma posição privilegiada e, como Edek, aproveitou para ajudar os necessitados. Mala e Edek se conheceram quando ele foi designado para um esquadrão de instaladores no campo de Birkenau.

Foi um daqueles amores que surgem imediatamente. Eles começaram a se encontrar em segredo sempre que podiam. Todos no campo os chamavam de “Romeu e Julieta”.

Esse amor também deu origem a um profundo desejo de alcançar a liberdade. Eles sabiam que o mundo não sabia o que acontecia nos campos de concentração. Por isso, os dois começaram a incubar a ideia de fugir para denunciar a situação. Eles também queriam ficar juntos para sempre. Assim nasceu um plano que parecia uma loucura e, talvez por isso, tenha funcionado.

Campo de concentração

Um final não tão feliz

O plano de fuga consistia em Edek usar um uniforme de oficial da SS. Disfarçado, ele levaria Mala até o limite do campo.

Ela, por sua vez, iria disfarçada de homem e usaria um pano na cabeça para esconder o cabelo. O objetivo era fingir que se tratava de um oficial acompanhando um preso.

Uma vez na porta da frente, os dois mostrariam alguns passes de saída que haviam conseguido. Por mais difícil de acreditar que possa parecer, eles conseguiram concluir o plano e, em 24 de junho de 1944, alcançaram a liberdade e chegaram quase à fronteira da Polônia. Porém, Mala foi a uma loja e tentou trocar um anel por algo para comer. Isso despertou suspeitas entre os funcionários e eles notificaram a Gestapo.

Mala foi detida, enquanto Edek a olhava à distância. Os dois haviam prometido ficar juntos para sempre, então ele se entregou aos nazistas voluntariamente.

Ambos foram levados para uma zona de punição em Auschwitz. Eles foram separados e trancados, mas conseguiam enviar mensagens um ao outro em pedaços de papel. De sua cela, Edek cantava árias italianas para ela.

Antes de ser executado por enforcamento, Edek tentou se enforcar com um laço, sem sucesso. Antes de morrer, ele gritou “Viva a Polônia!”

Mala, por sua vez, cortou os pulsos antes da sua execução, que também seria por enforcamento. Por esse ato, ela foi condenada a ser queimada viva. No entanto, os guardas se solidarizaram e permitiram que ele sangrasse antes de chegar ao crematório. Mala e Edek morreram no mesmo dia, com menos de uma hora de diferença.


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  • Paci, F. (2017). Un amor en Auschwitz: una historia real. Aguilar.


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