Amo a minha liberdade, por isso deixo livres as pessoas que amo

Amo a minha liberdade, por isso deixo livres as pessoas que amo
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 13 março, 2016

Muitas vezes nos agarramos a alguém que amamos com a esperança de que não deixe de nos amar, de que não vá embora, sem perceber que é preciso dar liberdade para construir um amor saudável e equilibrado.

O fato de alguém não nos amar afeta o nosso ego, mas é importante aprender a administrar as nossas emoções e amar a nós mesmos antes de amar outra pessoa.

“Se não o amam, não rogue nem se ajoelhe. O amor não se suplica nem se exige, acontece. E se não acontece, você se retira com dignidade e parte para outra.”
– Walter Riso –

O apego afetivo

Uma das razões pelas quais é complicado deixar alguém ir embora e respeitar a sua liberdade é o apego afetivo.

O apego afetivo é um vínculo mental e emocional, normalmente de cunho obsessivo, com certas pessoas, originado na crença irracional de que esse vínculo proverá prazer, segurança e realização pessoal.

Como consequência disto, a pessoa sentirá que sem a pessoa à qual está apegada não será feliz, não poderá cumprir suas metas e não terá uma vida normal.

A primeira coisa que devemos fazer para vencer o apego afetivo é ver se efetivamente somos dependentes de alguém ou se sentimos algum destes sintomas de apego:

  • Necessidade de estar perto da pessoa amada.
  • Ansiedade e mal-estar se você não está com a pessoa amada.
  • Alto nível de obsessão e comportamento controlador com a outra pessoa.
  • Dar prioridade à pessoa amada em detrimento das atividades que você gosta e/ou das outras pessoas com as quais gosta de estar.

Se você analisar a sua situação e notar que existem os sintomas anteriores, pode ser que você esteja em uma situação de apego afetivo.

Como vencer o apego afetivo e se libertar?

1. Seja realista.

A ferramenta mais poderosa contra o apego é ser realista. Ver as coisas como são em relação ao amor, sem anestesia, sem enganos. O amor é um risco sempre, mas é necessário ver a realidade.

  • Se a pessoa não o admira, ela não gosta de você.
  • Se a pessoa não o respeita, ela não gosta de você.
  • Se você está com alguém que não lhe faz sentir bem, ela não gosta de você.
  • Se você está com uma pessoa que compromete os seus valores, ela não gosta de você.
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Ame a sua liberdade, ame a sua solidão. Ame ser livre, desfrute da sua liberdade. Faça as pazes com você mesmo. Fique com a sua solidão, aprenda com ela, experimente-a, ame-a, e ame-se.

“O amor não reclama a posse, mas a liberdade”.

– Rabindranath Tagore –

3 – Procure o silêncio

Desligue a televisão, o computador, o celular e aproveite silêncio e a falta de comunicação. O seu cérebro poderá relaxar.

Além disso, através do silêncio podemos encontrar o momento para nos conectarmos a nós mesmos.

4. Aprenda a diferenciar paixão e amor

Muitas vezes confundimos paixão e amor, e não são a mesma coisa. A paixão dura um tempo determinado, é atração, invade o seu corpo e a sua mente, não deixa você pensar com clareza, não enxerga defeitos da pessoa amada.

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A paixão tem uma série de características fáceis de identificar:

  • Idealização da outra pessoa. Não vemos os defeitos do outro e temos a tendência de pensar nessa pessoa como alguém perfeito.
  • Exclusividade e possessão. Quero que seja só meu.
  • Dependência do outro. Sentimos apego e desejo sexual pelo outro.
  • Ideia de permanência. Nos convencemos de que esse sentimento é único, sem igual, eterno, que é uma exceção.
  • Pensamentos obsessivos. Queremos controlar a outra pessoa e não conseguimos parar de pensar nela.
  • A paixão, é de fato, uma obsessão incontrolável.

Mas o amor é algo muito mais complexo, um conjunto de elementos que precisam acontecer sempre em conjunto:  o desejo, o sexo, a atração (Eros), a amizade, o compartilhar (Philia) e a ternura e a doçura (Ágape).

Dar liberdade a quem você ama

Às vezes é preciso deixar quem amamos justamente por esse motivo. Se amamos alguém, devemos deixá-lo livre.

É preciso aprender a renunciar a um relacionamento em três situações:

  • Quando você não é amado.
  • Quando a sua realização como pessoa é afetada.
  • Quando os seus princípios se tornam vulneráveis.
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Não ofereça resistência à dor, chore, fale, grite, não a abafe, não a esconda, viva-a. Existe um período de luto pelo qual você terá que passar e, mesmo que pareça que nunca acabará, depois de um tempo você se perguntará por que se sentia tão mal por uma pessoa que não valia a pena.

É preciso deixar certas pessoas irem embora da sua vida para que outras possam entrar. Não há remédios contra a dor de um término, é preciso suportá-la e resistir.

“Amo a minha liberdade, por isso deixo livres as coisas que amo. Se voltarem, é porque as conquistei. Se não, é porque nunca as tive.”

-John Lennon-


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.