O oposto do amor não é o ódio, mas o medo

O oposto do amor não é o ódio, mas o medo

Última atualização: 18 janeiro, 2016

O que você faria se não tivesse medo?

“Ame sem medida, sem limites, sem complexos, sem permissão, sem coragem, sem conselhos, sem dúvidas, sem preço, sem cura, sem nada. Não tenha medo de amar, você derramará lágrimas com ou sem amor” .

– Chavela Vargas –

Um dos sentimentos inatos do homem é o medo. É uma resposta natural ao perigo.

O medo nos ajuda a sobreviver, mas também nos limita, e é usado muitas vezes para limitar nossas vontades. Ele afeta tanto o corpo quanto a mente.

Diante do medo, o nosso corpo reage com o aumento da pressão arterial, nossas pupilas se dilatam e o coração bombeia o sangue com velocidade.

Mas, às vezes o medo está apenas em nossa mente, porque pode ser imaginário quando não tem uma correspondência com um perigo real.

Existem muitos tipos de medo: o medo do fracasso, medo de rejeição, medo da perda de poder e medo da mudança.

“Com medo, não tomamos decisões,

não somos criativos e acima de tudo,

não somos felizes”.

Carl Gustav Jung, grande psiquiatra e psicanalista suíço, argumentou que todos nós temos algumas características que escondemos, e desde pequenos percebemos que isso é necessário se quisermos ser aceitos.

Este conjunto de características que não aceitamos em nós mesmos é como uma sombra que surge em algum momento de nossas vidas.

Junto dessa “sombra”, desenvolvemos o que Freud chamou de “o ideal do ego”, que é uma personalidade que criamos para se encaixar no nosso ambiente sem sermos rejeitados.

Essa rejeição da sombra envolve muitos problemas, porque não aceitamos a nós mesmos por medo, não nos amamos. O medo é o oposto do amor. Nós não amamos por medo de nós mesmos e não somos capazes de amar os outros.

O que você faria se você não tivesse medo de aceitar-se, de reconhecer-se e nem de ser rejeitado?

Seria livre e desfrutaria de seu amor por si mesmo e pelos outros.

“Tudo o que nos irrita nas outras pessoas pode nos ajudar a entender a nós mesmos”.

– Carl Gustav Jung –

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Qual é o oposto do amor?

Ódio ou “odium” em latim é a rejeição em relação a alguém ou algo. Na verdade, é algo inútil. De que serve odiar? De nada. Só faremos mal a nós mesmos.

Paulo Freire, especialista brasileiro em educação, diz:

“O oposto do amor não é, como muitas vezes ou quase sempre pensam, o ódio, mas o medo de amar, e medo de amar é medo de ser livre”.

O amor o adoça, o medo o endurece. O amor abre o universo, o medo mantém você preso em si mesmo.

Por que temos medo de amar?

“O medo é a emoção mais difícil de controlar. Com dor você chora, com raiva você grita, mas o medo está ancorado silenciosamente no seu coração”.

– David Fischman –

O amor é sempre um risco. Em algumas ocasiões, temos de correr esse risco e viver a vida, experimentar a paixão do amor. Nossas experiências passadas e nossas crenças nos limitam e provocam o medo de amar.

Nosso medo do amor decorre da nossa falta de amor por nós mesmos. Se não podemos amar a nós mesmos, como poderemos amar outra pessoa?

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A nossa autoestima ou a consideração que temos por nós mesmos é um aspecto que devemos melhorar para conseguir ter amor próprio e amar as outras pessoas.

O psicólogo argentino Walter Riso propõe algumas chaves para melhorar a autoestima:

– Elogiar a si mesmo. Toda vez que fazemos algo bom, algo positivo, devemos elogiar a nós mesmos.

– Recompensar-se. Qualquer conquista de nossas vidas, não importa o tamanho, merece um prêmio. O prêmio pode ser algo simples que nos agrade.

– Eliminar as crenças repressivas que o impedem de avançar. Embora às vezes devamos colocar limites sobre nossos sentimentos, outras vezes temos que deixá-los sair. O que há de errado em chorar em público ou mostrar seu amor por alguém na frente de outras pessoas?

– Não tenha vergonha de seus sucessos e esforços, aprecie-os.

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O caso extremo do medo de amar é a filofobia. Uma pessoa com filofobia tem um medo intenso de amar, de se apaixonar por alguém, do compromisso e de relacionamentos íntimos.

As pessoas filofóbicas utilizam vários mecanismos para se defender do amor e permanecer em sua zona de conforto:

– Apaixonam-se por pessoas impossíveis.

Iniciam relacionamentos que estão fadados ao fracasso, porque os dois são muito diferentes.

Provocam discussões com o parceiro, para que o outro tome a iniciativa de romper o relacionamento.

Buscam os defeitos da outra pessoa, para justificar a si mesmo.

Como podemos superar o medo de amar

O medo de amar é um sentimento normal se já tivemos experiências negativas; mas não podemos deixá-lo governar nossas vidas. Não podemos fugir, mas enfrentar esse medo nos ajuda a seguir em frente.

Converse com o seu parceiro, explique porque tem medo e busquem juntos uma solução.

A comunicação é essencial para superarmos nossos medos. Também é necessário deixar para trás relacionamentos passados ​​e vivermos uma nova relação a cada dia.

“Não amar por medo de sofrer é como não viver por medo de morrer”.  

– Ernesto Mallo –


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.