4 atitudes que destroem relacionamentos pessoais
Às vezes, a forma de expressarmos nossos pensamentos e as condutas que manifestamos deixam muito a desejar. Somos bruscos, grosseiros e não levamos em conta os sentimentos dos outros. De fato, algumas destas condutas podem chegar a ferir tanto que acabam, em muitas ocasiões, quebrando amizades, casais, e inclusive famílias. Agora, quais são os tipos de atitudes que destroem relacionamentos pessoais e nos causam mal-estar?
Falamos das críticas, do desprezo, do contra-ataque e da retirada total. No jargão atual, poderíamos dizer que são comportamentos de “sincericídio”, porque os realizamos ao iniciarmos uma espécie de salto ao vazio, fruto de uma sinceridade mal entendida. Além disso, ser honesto não tem ligação com ter tato, delicadeza e mesura. Pode-se dizer a mesma coisa de formas diferentes sem que ninguém saia machucado. Aprofundemos a seguir quais são esses tipos de atitudes que destroem relacionamentos pessoais.
A destruição dos nossos relacionamentos
Quando alguém responde de maneira mal educada ou desrespeitosa a um comentário inocente, está ativando involuntariamente a parte emocional do nosso cérebro. Mas não de uma forma positiva, e sim de forma negativa. Assim, esta ativação cria um dilema entre duas ações com o objetivo de nos protegermos: fugir ou lutar.
Normalmente, ao nos sentirmos atacados, feridos ou ofendidos por uma pessoa na qual temos confiança, costumamos optar por relevar seu comentário. Mas também é provável que lhe respondamos invadidos pela raiva, o que é ainda pior. O que decidimos depende do grau de contrariedade ou hostilidade que sentimos naquele instante.
Nas atitudes que destroem relações há rastros de ira e desprezo e, em algumas ocasiões, de ressentimento.
O efeito que esse comentário tem em nós costuma ser o mesmo: raiva, aborrecimento e desagrado para com a pessoa que o emitiu. Por isso, se cada vez que a vemos ela adota a mesma atitude e nos agride verbalmente, acabaremos nos cansando dela. Ninguém gosta de se envolver com alguém que gera continuamente um mal-estar, razão pela qual decidiremos acabar com o relacionamento.
A atitude de crítica
“Você sempre deixa tudo jogado no chão”, “Você nunca lava as mãos antes de comer”, “Você chega tarde constantemente, não há quem suporte isso”, são exemplos de críticas pouco construtivas. Além de não virem acompanhadas de uma conduta substitutiva da indesejada, são frases que contêm advérbios ressonantes (“sempre”, “nunca”). Expressões que não deixam margem para a compreensão e nem para a flexibilidade de conduta.
Agora, a crítica pode se transformar em uma sugestão construtiva ou em um comentário menos doloroso. Deste modo, evitaremos discussões, desentendimentos e a deterioração de nossas relações.
Nos exemplos anteriores, poderíamos adicionar um “Se você deixar tudo jogado no chão, eu que terei que recolher, e já tenho tarefas diárias o suficiente. Eu gostaria que você me ajudasse mais”. Ou “Quando você chega tarde em todos os lugares, me deixa em evidência. Não gosto de me desculpar com as pessoas sempre que isso acontece”.
A atitude de desprezo
Enquanto a crítica se manifesta majoritariamente de forma oral, o desprezo pode ser efetuado nas duas modalidades: gestual e verbal. A primeira delas é uma forma um pouco mais sutil, mas destrutiva da mesma forma.
Vejamos alguns exemplos. Um grupo de amigas combinou de se encontrar e sair depois de muito tempo sem se verem. Uma delas se mostra com um alto grau de autorrealização e as demais, ao invés de se alegrarem por ela, sentem inveja. Ou, aquele chefe que cada vez que um dos seus empregados fala, dirige o olhar para o céu, como se estivesse clamando um “cale a boca, por favor”. Ambos os casos, ainda que pouco chamativos, são muito dolorosos para quem os sofre.
Não há maior desprezo do que não dar apreço.
A linguagem do sarcasmo é outra forma de desprezo. É uma forma de agressão encoberta que, mal entendida ou realizada no momento inadequado, também pode machucar muito.
Contra-ataque e retirada total: atitudes para aumentar o conflito
Às vezes, acreditamos que quando nos atacam só temos duas opções: contra-atacar ou escapar. Se optarmos pela primeira, o mais lógico é que respondamos automaticamente à outra pessoa com a primeira coisa que passar pela nossa cabeça. E não costuma ser algo agradável. Isto, por sua vez, causa mal-estar, o que pode levá-la a contra-atacar também. Deste modo, ambos mergulham em um perigoso círculo vicioso difícil de deter.
O contra-ataque é uma das atitudes que destroem relacionamentos. Uma armadilha que, se não sabemos gerenciar, pode causar consequências graves. Dentre elas, feridas emocionais difíceis de curar.
Pelo contrário, a retirada total é similar à rendição no campo de batalha. É consequência de uma luta de poder feroz entre duas pessoas. Assim, depois de semanas ou meses de ataques contínuos, críticas ou provocações, um dos participantes opta por se render: procura o diálogo e não o confronto.
Por sua vez, esta atitude exaspera a outra parte, que continua esperando um ataque com o qual alimentar o seu próprio. Mas, no fim, ao não obter nenhuma resposta hostil, acaba por se irritar, gritar e se desesperar. Há pessoas que não sabem respeitar os momentos de fôlego dos outros e, ao invés de esperar, aumentam o conflito com seus comportamentos e atitudes.
Como vemos, as atitudes que destroem relacionamentos pessoais não costumam ser agradáveis. Somos conscientes de que se alguém nos critica (de forma não construtiva) dificilmente seremos seus amigos. Ou de que se reclamamos constantemente de nosso parceiro, estamos fazendo o possível para afastá-lo de nós. Porém, continuamos adotando esses comportamentos.
Às vezes é importante fazer uma pausa no caminho para respirar e ser consciente do que está acontecendo, em vez de continuar tudo com pressa, sem contemplar as consequências de nossos atos.