4 chaves para lidar com as crises da vida

4 chaves para lidar com as crises da vida
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 18 dezembro, 2018

A maioria de nós já teve que superar situações complicadas em algum momento da vida, aquelas que nos forçam a parar e nos deixam sem saída. É difícil lidar com as crises da vida, aquelas que classificamos como negativas porque nos forçam a mudar, seja na maneira de agir ou de pensar, mas que, no entanto, também podem se transformar em oportunidades para avançarmos.

Embora existam muitos tipos de crises de vida, existem algumas mais comuns do que outras. Por exemplo, há aquelas relacionadas à mudança de etapas, como a transição da infância para a adolescência, da juventude para a idade adulta, a crise da maturidade e do final da vida.

Outras crises estão relacionadas à identidade; elas têm a ver com quem somos e com o que nos identificamos. E também há crises causadas por uma perda, como a morte de um ente querido, um divórcio ou uma demissão do emprego.

As crises são oportunidades de transformação, momentos de transição diante dos quais precisamos agir. Abaixo, explicaremos 4 maneiras de enfrentar essas situações com o objetivo de nos fortalecermos.

“O homem se descobre quando se mede com um obstáculo”.
-Antoine de Saint Exupéry-

Dicas para lidar com as crises da vida

Mulher enfrentando crise

1. Enfrentar o que acontece

As crises da vida podem começar com alguns sinais de alerta, como sentimentos de tristeza e medo, ou sintomas de ansiedade e até de dor. Se fingirmos que eles não estão lá, esses sinais podem aumentar, com sintomas mais sérios e consequências mais graves.

Por outro lado, devemos ter em mente que a nossa história pessoal influencia a nossa concepção de crise e a forma como a encaramos. Por exemplo, se é uma perda, sentimentos de abandono podem surgir por causa do que foi experimentado durante a infância.

Além disso, a maneira como resolvemos os nossos problemas habitualmente também é determinante. Se costumamos nos afogar em um copo de água, provavelmente nos sentiremos oprimidos pela crise e teremos mais dificuldade em enfrentá-la. Portanto, é importante refletir sobre o que está acontecendo para encontrar novas alternativas, tomar decisões acertadas e fazer as mudanças necessárias.

Essa situação também pode implicar a reformulação de valores e crenças, e a criação de novos objetivos. As crises vitais nos obrigam a refletir, a aprender novas maneiras de lidar com as situações. Portanto, não podemos ficar paralisados, mas agir para continuar avançando.

  “Apenas uma crise, real ou percebida, nos leva a uma mudança real. Quando essa crise ocorre, a forma como agimos depende das ideias que flutuam no ambiente”.
-Milton Friedman-

2. As crises da vida são temporárias

As crises, como todos os processos, têm um começo, um desenvolvimento com um momento de pico, e um fim. Por isso, é aconselhável treinar o nosso pensamento para lembrarmos que o que acontece conosco também passará.

Agora, o que fazer enquanto lidamos com essa dor temporária? As crises muitas vezes trazem oportunidades de mudança, de modo que podemos aproveitá-las para aprendermos outros pontos de vista e outras formas de agir. Na verdade, elas são um excelente momento para parar de repetir comportamentos e modos de agir que não funcionam mais.

No entanto, a temporalidade das crises da vida é uma faca de dois gumes. Por um lado, nos ajudará a reduzir a dor e transformá-la. No entanto, as oportunidades que vêm com as crises também podem desaparecer depois de um tempo. A nossa atitude será fundamental. Vai depender de nós, se conseguirmos emergir dessa situação mais fortes ou não.

“Nas grandes crises, o coração se quebra ou se cura”.
-Honore de Balzac-

Jovem olhando pela janela

3. Soltar o passado

As soluções do passado não funcionam mais. A situação anterior, embora pensássemos que era melhor, não existe mais. Aceitar isso nos fará gerenciar melhor as nossas emoções. Embora o passado seja mais confortável e nos dê uma sensação de segurança, quanto mais cedo reconhecermos o que estamos enfrentando, mais rapidamente poderemos encontrar novas estratégias para superá-lo.

Às vezes, agarrar-se ao passado gera uma falsa segurança contra a incerteza. No entanto, em uma crise nós temos que enfrentar as nossas inseguranças e fraquezas. Portanto, em vez de usar o passado como desculpa, podemos usá-lo como referência. Dessa forma, será mais fácil encontrarmos forças e recursos que havíamos esquecido.

Além disso, sem nos apegarmos ao passado, poderemos olhar com mais clareza para o futuro, refletir e visualizar para onde queremos ir. Agora, se continuarmos obcecados com o passado, isso pode atrapalhar o nosso caminho e nos fará pensar que o nosso objetivo se evaporou ou que não vamos conseguir alcançá-lo.

Assim, se abandonarmos o passado, é mais provável que percebamos que a crise é apenas um ponto. Quando olhamos para o futuro, novas possibilidades podem surgir.

“O problema do mundo é que pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, enquanto as pessoas estúpidas estão cheias de certezas”.
-Charles Bukowski-

4. Pedir ajuda

As crises da vida muitas vezes nos inundam de vergonha e culpa, sentimentos que podem nos afastar dos nossos entes queridos. No entanto, não há nada de errado em reconhecer que não podemos sair sozinhos de uma determinada situação. Encontrar apoio das pessoas próximas ou que estão passando pela mesma situação pode nos dar força. É claro que é importante que as pessoas que nos apoiam sejam otimistas e que nos ajudem a refletir ou a acalmar a ansiedade.

Nesse sentido, também podemos ir a um psicólogo para obter uma perspectiva neutra, sem julgamentos. Um profissional de saúde mental pode nos oferecer um espaço seguro para falarmos sem medo da nossa situação e de como nos sentimos. Por outro lado, também nos ajudará a pensar sobre o que aconteceu e a encontrar uma solução.

O importante é estar ciente de que não há necessidade de passar por essa situação sozinho. Há crises inevitáveis que fazem parte da vida. Todos nós passamos por elas. Outras crises, principalmente as de relacionamento, também são vividas por muitas pessoas, que podem até mesmo compartilhar nossas emoções. Portanto, conversar com outras pessoas sobre o que acontece conosco pode nos ajudar a nos sentirmos compreendidos.

Casal apaixonado

As crises da vida não precisam necessariamente ser um processo extremamente difícil, mas tampouco podemos ignorá-las pensando que elas passarão por si mesmas. Não são fáceis de superar e exigem tempo, mas podem ser oportunidades para nos redescobrirmos.

“Eu tenho seis servos honestos (eles me ensinaram tudo que sei). Seus nomes são: Qual, Por que, Quando, Como, Onde e Quem”.
-Rudyard Kipling-


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.