A constante busca pela tal liberdade
Afinal, o que é liberdade? Qual liberdade estamos buscando? Essas são duas perguntas que podem movimentar o estado de consciência do presente e das escolhas que fazemos ao longo da vida.
A liberdade pode ter diversas representações e pode estar assimilada com o sentido de felicidade, plenitude, leveza. Mas será que é só isso?
Recentemente foi feita uma pesquisa informal sobre o tema “liberdade” com jovens entre 20 – 35 anos que imigraram para a Austrália. Diversas nacionalidades participaram, mas os brasileiros foram os maiores alvos dessa pesquisa.
O resultado que chamou maior atenção foi: a frustração com carreira (sentimento de não pertencimento) e vida familiar como os dois principais motivos pelos quais esses jovens decidiram se movimentar e mudar de país.
Quando perguntados se agora, após período de adaptação cultural, eles se sentem livres, felizes, plenos, leves, a resposta principal foi:
- “Ainda não encontrei o que estou buscando”.
- “Estou mais perdido do que antes”.
Não há como encontrar a liberdade fora de nós mesmos. Buscar fora o que está dentro sempre irá conduzir a vida em círculos viciosos de comportamento, ansiedade e angústia. Uma vida de constate estresse emocional.
Que liberdade é essa que aprisiona?
Muitos não conseguem manter emprego, relacionamentos amorosos, país. A decisão de mudar constantemente se tornou um padrão para suprir o vazio da ilusão de liberdade e felicidade. O fato é que existe sim um sentimento de liberdade e felicidade nessa escolha. E essas sensações são experimentadas. Mas elas acabam tão rápido que logo o ciclo roda de novo. O resultado desse vício é a repressão do que de fato bloqueia o encontro com a real liberdade e repetição do comportamento sempre que a ilusão acaba. Afinal, como seres humanos, estamos sempre em busca do prazer imediato.
Porém, mesmo que você mude para o outro lado do mundo, vai carregar uma mala bem pesada junto. Mesmo que você troque de empresa mais uma vez, você ainda vai se sentir insatisfeito. Mesmo que termine mais um namoro e engate em outro, você ainda não estará pronto para essa relação.
Porque a verdade é que o que te prende ainda está dentro de você. A jornada do autoconhecimento é o único caminho para o verdadeiro encontro.
Sri Prem Baba, líder humanitário e mestre espiritual, em seu novo livro “Propósito – A Coragem de Ser Quem Somos” ressalta firmemente a importância do autoconhecimento.
“O AUTOCONHECIMENTO possibilita a cura das nossas malezas e, consequentemente, a libertação do sofrimento que nasce da identificação com o falso eu. AO IDENTIFICAMOS AS CONTRADIÇÕES E DISTORÇÕES QUE NOS HABITAM, reconhecendo que foram originadas por choques e dores existenciais, damos o primeiro passo no caminho da cura. E conforme vamos progredindo nesse caminho, começamos a nos desidentificar com o corpo e o ego, e passamos a ter notícias de quem verdadeiramente somos.”
O início da revolução da consciência começa quando você é capaz de se perguntar, de se questionar e mesmo de dizer ‘não’ para si mesmo. Quando isso acontece você não é mais vítima, você não está mais perdido. Você estava sonâmbulo. Agora você está acordado. Você é presente na sua vida e suas escolhas são baseadas no real e não na ilusão do círculo vicioso.
É o início do redirecionamento da própria vida. Estar consciente e presente faz de você verdadeiramente livre para fazer suas escolhas. Agora você tem você.
“A paz está dentro de você, não procure à sua volta.”
-Buda-