Doenças sexualmente transmissíveis (DST): tipos e sintomatologia

Doenças sexualmente transmissíveis (DST): tipos e sintomatologia
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) já são uma epidemia na nossa sociedade. As instituições médicas nos alertam que os diagnósticos de gonorreia e sífilis aumentam cada dia mais. É uma realidade preocupante que evidencia sobretudo uma necessidade clara: devemos nos informar mais e nos conscientizar dos riscos. Nós devemos manter uma vida sexual segura e, acima de tudo, saudável.

Todos os anos, agências de controle de doenças sexualmente transmissíveis publicam documentos oficiais para informar sobre as infecções de origem sexual mais comuns e sua incidência na população. À espera da publicação dos dados de 2017, os de 2016 não poderiam ser menos alarmantes. Em primeiro lugar está a clamídia, em seguida a gonorreia e, em terceiro lugar, a sífilis secundária.

Na maioria dos casos em que há infecções de transmissão sexual, a pessoa não percebe os sintomas. Esse fato facilita ainda mais a transmissão desse tipo de doença.

Como dissemos anteriormente, ainda não temos os dados mais recentes. No entanto, a Organização Mundial da Saúde alerta sobre algo ainda mais preocupante. Atualmente, já temos casos de diagnósticos de gonorreia em que os pacientes são resistentes ao tratamento. Ou seja, os antibióticos que possuímos atualmente não são mais eficientes para combater esse tipo de doença.

Alguns tipos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão se tornando mais inteligentes e difíceis de tratar. Então, o segredo é ser mais inteligente que elas. Por isso, devemos nos manter informados e fazer uso dos métodos adequados para prevenir esse tipo de infecção.

Células do sangue

Doenças sexualmente transmissíveis (DST): tipos e sintomas

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são basicamente infecções transmitidas por meio de relações sexuais. Nesse tipo de relação, estão incluídas práticas anais, vaginais e orais, tendo por origem uma série de bactérias, vírus, fungos, protozoários e, inclusive, parasitas.

Por outro lado, o que torna essa realidade ainda mais complexa é que nem sempre existe uma sintomatologia evidente. Uma pessoa pode ser portadora de uma doença sexualmente transmissível e não saber. Ao não estar consciente disso, o risco de transmissão e infecção aumenta. Devido a tudo isso, os organismos de saúde e prevenção afirmam que as DST (doenças sexualmente transmissíveis) estão fora de controle, trazendo graves consequências.

E mais, estima-se que com o aumento do uso dos conhecidos aplicativos para conseguir encontros ou buscar parceiros, as infecções silenciosas, como a clamídia ou a gonorreia, estão mais presentes do que nunca. Assim, e embora a maioria dessas doenças sejam curáveis, as consequências que podem deixar a longo prazo são, em alguns casos, bastante graves.

Vamos ver a seguir quais são as doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns hoje em dia.

Casal sob as cobertas

Clamídia

A clamídia é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns. Sua origem é bacteriana e os sintomas (quando aparecem) surgem entre 7 e 21 dias após a relação ou o contato sexual.

Os sintomas, quando aparecem, podem ser os seguintes nas mulheres:

  • Dor ao urinar.
  • Aumento do corrimento (costuma ficar mais espesso e amarelado).
  • Aumento do sangramento na menstruação ou desaparecimento do ciclo menstrual.
  • Dor na pelve e/ou no abdômen. 
  • Dor durante as relações sexuais.

No caso dos homens, a sintomatologia é a seguinte:

  • Necessidade urgente de urinar.
  • Ardência ao urinar.
  • Secreções esbranquiçadas pelo pênis.
  • Inflamação ou dor nos testículos.

Gonorreia

A gonorreia é uma infecção bacteriana e pode ser contraída ao praticar sexo oral, anal e vaginal. Assim como já dissemos, muitas dessas doenças não costumam apresentar sintomas ou incômodos evidentes. O caso da gonorreia é um deles: pode ser uma condição silenciosa ou se confundir com outros distúrbios.

Os indícios mais comuns que podemos ter sobre a gonorreia são os seguintes:

  • Urgência para urinar.
  • Ardência ao urinar.
  • Secreção espessa com sangue ou turva do pênis ou da vagina.
  • Menstruação abundante ou sangramento entre ciclos menstruais.
  • Dor e inflamação dos testículos.
  • Dor para evacuar.

Nos casos mais graves, os pacientes podem apresentar infertilidade.

Mulher diante de vidro

Vírus do Papiloma Humano (HPV)

Os HPV ou vírus do papiloma humano constituem, na verdade, um amplo conjunto de vírus comuns, e não apenas um. A maioria dos vírus são inócuos, mas aproximadamente 30 deles podem provocar o desenvolvimento de um câncer, como, por exemplo, o câncer no colo do útero. Na verdade, estima-se que 99% dos casos desse tipo de câncer estão associados com essa infecção genital. 

Geralmente, o vírus do papiloma humano também não apresenta sintomas. No entanto, um dos primeiros sinais costuma ser o aparecimento de pequenas verrugas virais na região genital.

Paralelamente, vale destacar que a vacinação contra o vírus do papiloma humano é efetiva. Além disso, é uma estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vírus do herpes simples (HSV)

O vírus do herpes simples é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns. Vale destacar que existem dois tipos: HSV-1, que se transmite de boca para boca, e o tipo 2 (HVS-2). 

A infecção por HVS-1 é contraída já na primeira infância, com o clássico herpes labial. Em relação ao segundo tipo, vale ressaltar que é muito resistente. Após o contato sexual de risco, aparecem pequenas bolhas ao final de 5 ou 20 dias. Essas lesões cutâneas podem se desenvolver na região vaginal, anal ou bucogenital.

Embora essas úlceras cheguem a desaparecer, o vírus fica latente no organismo e pode levar ao aparecimento de outras doenças mais graves.

Sífilis

A sífilis tem sua origem em uma bactéria. Geralmente, é transmitida pelo contato sexual. No entanto, também pode passar de mãe para filho durante a gestação. É uma doença com elevada incidência, cuja evolução pode ser devastadora caso o tratamento adequado não seja aplicado.

Paralelamente, é importante destacar que a sífilis apresenta um grande leque de sintomas. Tantos que frequentemente pode ser confundida com outros transtornos. Começa com o aparecimento de uma pequena ferida, mais tarde vem a sensação de ardor nas mãos e nos pés, que pouco a pouco se espalha para todo o corpo. Surgem mais erupções, inflamações na pele, alterações nas glândulas linfáticas, muito cansaço, perda de peso…

Preservativo para se prevenir de DSTs

Vírus da imunodeficiência humana (HIV)

O vírus da imunodeficiência humana (HIV), o causador da AIDS, já tirou a vida de mais de 40 milhões de pessoas. Os diagnósticos continuam aparecendo dia após dia e, atualmente, estima-se que milhares de homens e mulheres ainda não saibam que são portadores do vírus.

A forma mais comum de contágio continua sendo a relação sexual sem proteção ou o uso de agulhas ou seringas com sangue contaminado. São práticas de risco amplamente conhecidas. Mas, mesmo assim, as infecções continuam acontecendo.

Independentemente disso, todos devemos refletir. Apesar do tratamento com antirretrovirais fazer com que a evolução da doença se torne mais lenta, o alto índice de soropositivos é quase um fracasso coletivo em relação à prevenção e à sensibilização social. Alguma coisa não está dando certo. Os médicos, os pesquisadores e os profissionais da saúde afirmam que precisamos trabalhar em conjunto nesse aspecto.

São necessários mais recursos para tratar essas doenças que, como já dissemos no início, estão se tornando resistentes aos tratamentos atuais. Paralelamente, é preciso uma maior consciência da população. O uso de preservativos é, sem dúvida, a melhor maneira de se proteger das doenças sexualmente transmissíveis. As consultas médicas, a informação, a prevenção e evitar práticas sexuais de risco evidente são, sem dúvida, os mecanismos mais confiáveis para evitar esse tipo de problema.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.