Previsões que não deram certo: o motivo pelo qual não somos felizes

Previsões que não deram certo: o motivo pelo qual não somos felizes
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

O motivo pelo qual não somos felizes é porque tendemos a superestimar o impacto que os fatos terão no futuro. Não importa se o fato é negativo ou positivo. O que importa é que essa superestimação nos faz imaginar uma situação, por exemplo ganhar na loteria, e ter uma reação emocional no presente. Assim, supomos o que vamos sentir se esse fato se tornar realidade. Essa é a origem de todas as nossas previsões que não deram certo.

Nós não percebemos que nosso estado emocional muda. Vamos imaginar que ganhamos na loteria, mas nesse momento alguém próximo faleceu e estamos tristes. O que supomos que seria algo que nos traria muita felicidade se transforma em uma circunstância que não conseguimos saborear e aproveitar. Confiar no nosso estado emocional atual para supor o que vai acontecer no futuro nos faz ter mais previsões que não deram certo do que previsões corretas.

“A melhor maneira de prever o futuro é criando o futuro.”
-Peter F. Drucker-

Nossas previsões que não deram certo se baseiam no passado

Assim como para supor aquilo que pode nos fazer felizes nós nos baseamos no nosso estado presente, também utilizamos outro recurso: o passado. Buscamos aquelas lembranças que temos sobre determinadas experiências para prever um futuro que, talvez, não se adeque às nossas expectativas. Porque sim, as previsões que não deram certo não foram bem-sucedidas porque estão repletas de expectativas.

Casal unido

Vamos pensar, por exemplo, que não tivemos muita sorte com os colegas de trabalho que já tivemos em todos os lugares que já trabalhamos. Nunca conseguimos estabelecer uma boa relação com eles, pois tentavam nos manipular, sempre queriam se destacar e nos deixar numa posição ruim… Devido a isso podemos tentar prever o que vai acontecer no futuro trabalho de duas maneiras diferentes.

Se tivermos baixa autoestima e se a nossa confiança tiver sido prejudicada por causa dessas experiências, talvez vamos supor que vai acontecer a mesma coisa conosco nesse próximo trabalho. Vamos chegar com medo, muita insegurança e medo do que “achamos” que vai acontecer. No caso contrário, vamos sonhar e desejar encontrar pessoas amáveis com as quais poderemos estabelecer uma relação positiva, provavelmente não apenas no âmbito profissional, mas também pessoal.

Tanto uma suposição quanto a outra talvez nos levem a ter previsões que não deram certo. Pois os acontecimentos são imprevisíveis. Talvez tenhamos a sorte de acertar, de tudo acontecer assim como havíamos pensado. Normalmente esperamos que tudo ocorra de maneira positiva. Mas e se isso não acontecer? Então, aquilo que achávamos que poderia nos fazer felizes na verdade vai nos causar tristeza.

“O planejamento a longo prazo não significa pensar em decisões futuras, mas no futuro das decisões presentes.”
-Peter F. Drucker-

As emoções desaparecem

Nossas previsões que não deram certo não têm apenas a ver com o nosso estado emocional ou com as experiências passadas. Também há algo mais em que temos que prestar atenção. Nós costumamos apenas prestar atenção nos detalhes que consideramos importantes. Por exemplo, com os colegas de trabalho focamos apenas a relação profissional. Mas o que acontece com o trabalho em si? O que vai contribuir para crescermos profissionalmente?

Mulher com folhas no rosto

Deixamos de lado determinados aspectos pois nossas emoções no momento presente nos levam a focar algo que nos afeta e que desejamos mudar. O fato de não ser rico, de não ter colegas de trabalho gentis, de não ter podido ter um filho ainda… Tudo isso nos faz acreditar que ganhar na loteria, conseguir colegas de trabalho maravilhosos ou ter um filho vai nos tornar pessoas felizes. Mas e se acabar não acontecendo dessa maneira?

Às vezes podemos tomar decisões precipitadas baseadas nessas previsões que talvez não se realizem como esperávamos. Algo que achávamos que ia nos fazer felizes, de repente constatamos que não é verdade. O que acontece é que aí já é muito tarde para voltar atrás.

Temos que ser conscientes de que as emoções desaparecem. Ganhar na loteria pode nos fazer felizes, mas essa emoção não vai durar para sempre. Sempre teremos momentos ruins, experiências que vão nos deixar tristes e, inclusive, superestimar esse fato pode nos fazer agir sem cautela e, de repente, podemos estar cheios de dívidas.

“Tentar prever e controlar o futuro é uma utopia. A vida é incerta e imprevisível. A segurança é apenas aparente, uma ‘ilusão’ da mente.”
-Mónica Fusté-

Pétalas de flores na água

Todos nós já fizemos previsões que não deram certo. Compreender que elas estão condicionadas pelas nossas preferências atuais e por superestimar a maneira como nos sentimos, que não será permanente, nos ajudará a viver mais o momento e a aceitar o que pode acontecer sem criar muitas expectativas.


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