A relação entre as emoções e a hipertensão

A relação entre as emoções e a hipertensão

Última atualização: 20 novembro, 2017

A hipertensão é uma doença psicossomática. Isto quer dizer que nela estão envolvidos fatores físicos, mas também mentais, o que torna possível fazer uma relação entre as emoções e a hipertensão.

A hipertensão é caracterizada por um aumento da pressão que o sangue faz contra as paredes das artérias, além dos limites que se consideram normais. Milhões de pessoas sofrem dessa doença no mundo. Embora seja mais comum na meia idade, ela também pode se apresentar em qualquer etapa da vida.

A causa exata que produz hipertensão ainda não é conhecida. Além disso, essa doença é crônica, o que quer dizer que pode ser controlada, mas não existe cura. O que ela pode ter são consequências graves. Nos casos mais extremos, ela leva à insuficiência cardíaca ou a acidentes vascular cerebrais.

Todos os especialistas estão de acordo na questão de que os fatores emocionais influenciam muito o aumento da pressão arterial. Principalmente diante de impactos muito fortes ou estados emocionais nos quais o estresse se mantém. Alguns profissionais, como o pesquisador Luis Chiozza, vão mais além e também outorgam um papel muito importante aos processos inconscientes como fatores de risco ou proteção para a hipertensão. Veja com mais detalhes como é a relação entre as emoções e a hipertensão.

“Aquilo que as pessoas calam com os lábios não só costuma ser expressado com gestos ou atitudes, mas também com o funcionamento de seus órgãos”.
-Luis Chiozza-

A relação entre as emoções e a hipertensão

A raiva

Franz Alexander é um médico que estudou a relação entre as emoções e a hipertensão. Tomando como referência os casos que tratou, ele chegou à conclusão de que existia um vínculo entre a raiva contida ou inibida e essa doença. Em seus estudos, o pesquisador destaca que os pacientes hipertensos costumam ser pessoas altamente submissas e dependentes e que, ao mesmo tempo, têm dificuldades para expressar uma discordância, o que acaba se transformando em hostilidade e rancor.

Mulher com raiva gritando na rua

Segundo este pesquisador, a tensão que é produzida entre o desejado e o que realmente ocorre é o que dá origem à hipertensão. Fisiologicamente, a contradição entre a raiva e a sua repressão acaba afetando os vasos sanguíneos.

Para dizer isso em palavras que todos possamos entender, sacrificando um pouco a precisão para recorrer à simplicidade, podemos dizer que o que acontece muitas vezes na hipertensão é que dois sentimentos se opõem, que por sua vez correspondem a dois processos fisiológicos. A raiva, que aumenta a circulação e a repressão, que dá origem à vasoconstrição. Essa tensão se aumenta, que é quando dá lugar à hipertensão propriamente dita.

Mittelman e Reiser, outros estudiosos que concordam com essa abordagem, indicaram que a emoção contida pode ser gerada por diferentes motivos. Um deles alude aos desejos frustrados da dependência. Em outras palavras, os pacientes queriam que outra pessoa cuidasse deles, e isso se revelou impossível. Outras fontes de raiva contida são os danos à autoestima, a sensação de ameaça de perder seu emprego ou a discordância com uma autoridade que teme, entre outros.

O sentimento de inferioridade

Viktor Von Weizsaecker, famoso médico alemão, adiciona às explicações anteriores que o aborrecimento contido na hipertensão basicamente se relaciona com um sentimento de humilhação. Isso indica que quem sofre de hipertensão sente que não chegou onde queria na vida e que a doença é uma maneira de compensar a distância.

No mesmo sentido, o doutor Luis Chiozza afirma que a hipertensão aparece quando sentimos que a dignidade pessoal foi ferida. Assim, a pessoa hipertensa percebe que foi tratada de forma injusta e experimenta um sentimento de impotência diante das ofensas ou dos maus-tratos que recebeu.

Mulher jovem sem saber lidar com as suas emoções

Todos estes autores falam a partir de uma perspectiva psicanalítica. A partir desta abordagem, o que se pretende é decifrar os sintomas inconscientes, que muitas vezes aparecem no corpo, como ocorre com as doenças psicossomáticas. Eles veem a doença como o símbolo de uma realidade inconsciente. Vale a pena dizer que todos eles foram fortemente criticados pelas correntes positivistas, que veem suas propostas como pura especulação.

Além de todos esses debates teóricos, o que parece é que os pacientes hipertensos tratados sob a alçada dessas hipóteses melhoram. Da mesma forma, muitos relatórios clínicos mostram uma relação entre as emoções e a hipertensão, em particular entre as agressões e as crises hipertensivas. Portanto, quem sofre desta doença pode muito bem se perguntar o quanto se sente realizado ou respeitado. Talvez a resposta para essa pergunta seja a chave para melhorar sua saúde.


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