Você já pensou em desistir? Eu já.

Você já pensou em desistir? Eu já.

Última atualização: 07 dezembro, 2017

Não é para ser um pensamento triste, é só um pensamento… Às vezes, depois de velho, depois de grande, depois de forte, quase gigante, a gente experimenta a fragilidade de ser indefeso diante da vida. É um pensamento passageiro… Talvez seja até bom dar passagem para esses momentos em que a gente se despe de toda a couraça da resistência e fica ali, quietinho, se permitindo ser impotente por uns instantes.

Você já pensou em desistir? Eu já. Já disse mentalmente inúmeras vezes: “pra mim não dá mais, chega!” E mentalmente eu saí andando, só com a roupa do corpo, sem destino, sem plano, só me pus a caminhar me derramando em lágrimas descontroladas, até me sentir vazia.

Depois, quando dei por mim, a caminhada era imaginária, mas as lágrimas reais e sinceras fizeram escoar toda aquela angústia teimosa que pairava no peito, espremendo minha capacidade de ser otimista, acima de tudo.

Homem pulando de penhasco com balões

Você já pensou em desistir? Eu já pensei

Mas não fui corajosa o bastante para isso. É preciso coragem para largar tudo, todos, se encolher numa caixinha e deixar a poeira do tempo encobrir nossa falta de habilidade em lidar com a realidade. Eu não sou tão corajosa assim…

Então, no máximo, sento um pouco no meio do nada, me permito a fragilidade que carrego escondida dentro de mim, choro, me derramo, me desmancho, olho para o nada e me vejo indo embora, deixando tudo pra trás, vendo uma estrada de infinitas possibilidades e sentada no meio dela, cansada e caída, eu recuso toda forma de seguir adiante.

Desisto de tudo, até que um ruído qualquer rompa essa imersão em mim e me traga de volta à realidade. Seco o rosto e o pescoço encharcados de lágrimas e lentamente ergo a cabeça olhando para o lado. Fiquei vazia o suficiente para não ter coragem de desistir… Nem sei mesmo como fazer isso…

Tudo o que sei fazer é me esvaziar, e depois continuar caminhando. Frágil por dentro… Mas quase ninguém sabe, e não vou contar pra mim.


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