3 mitos sobre a infidelidade
Existem muitos mitos sobre a infidelidade. É verdade que se trata de um acontecimento sério, que em muitos casais significa um ponto de virada. No entanto, a cultura também tem sido responsável por alimentar falsas convicções a respeito disso. Isso tem dado à infidelidade uma importância radical, que muitas vezes ela não merece.
É verdade que uma infidelidade causa grandes feridas. O casal nunca volta a ser o mesmo depois de um episódio como esse. Isso não significa que seja um problema sem solução, que deve originar traumas e tragédias pessoais.
Muitos dos mitos sobre a infidelidade nascem e são mantidos porque aqueles que os admitem ou os proclamam partem de um conceito idealizado do amor e do casal. Pensemos que, no ser humano, nada é perfeito, muito menos um sentimento. Somos todos imperfeitos e estamos sujeitos a cometer erros, a não ser consequentes. O importante é saber como avaliar esses erros e voltar ao curso adequado a tempo.
“A infidelidade não é um ato de encontrar paixão em outros corpos, é um pretexto para reencontrar a paixão em si mesmo”.
-John Desiré-
1. Não há mais amor, um dos mitos sobre a infidelidade
Um dos mitos sobre a infidelidade diz que ela só acontece quando termina o amor pelo parceiro. Isso não é verdade. Neste caso, como em todos os outros, não se pode partir de uma perda para tentar entender o que aconteceu. É necessário avaliar a situação com cuidado e interpretá-la serenamente, especialmente se quisermos salvar a relação.
As circunstâncias e como a infidelidade ocorre dizem muito sobre isso. Pode ser algo acidental e irrelevante. Também pode ser um sinal de que há um conflito não resolvido no casal ou de que é o momento de fazer uma mudança. Não necessariamente de que já não há mais interesse pela relação.
O problema destes mitos sobre a infidelidade é que às vezes eles geram um sofrimento desnecessário. Ninguém gosta que seu parceiro seja infiel. No entanto, antes de sofrer uma tempestade interna, o importante é entender o que aconteceu.
2. Não há satisfação sexual na relação
Quando ocorre a infidelidade, também é comum que a autoconfiança da pessoa que a sofre seja prejudicada. Junto à raiva e a impotência causadas por algo que não se pode mais mudar, também se planta uma semente de dúvida sobre seu próprio valor e seu próprio desempenho na relação. “Será que eu não sou o suficiente?”
Um dos mitos sobre a infidelidade diz que você só procura um novo parceiro quando não há satisfação sexual com o parceiro atual. Isso pode ser verdade, mas na maioria das vezes não é. A maior parte das infidelidades é, acima de tudo, circunstancial. Ou seja, não compromete os aspectos da base do casal.
É possível que alguém busque a novidade ou simplesmente que se sinta lisonjeado por despertar o interesse de outra pessoa e queira recriar essa sensação, reforçando-a. Também é possível que se deixe levar pelo desejo de querer ser sedutor ou sedutora. Ao mesmo tempo, não têm dúvidas de que amam e desejam seu parceiro. É simplesmente uma questão de imaturidade e egoísmo, que às vezes não é ponderada com o tempo.
3. A infidelidade nunca deve ser perdoada
Outro dos mitos sobre a infidelidade diz que jamais devemos perdoá-la, sob quaisquer circunstância. F azer isso seria perder o respeito no casal e só levaria a uma repetição desse comportamento, milhares de vezes. Isso também não é verdade, ou pelo menos não é verdade para muitos dos casais.
Uma infidelidade não deve ser tomada como se o outro tivesse simplesmente escovado os dentes. Mas tampouco deve ser elevada à categoria de uma tragédia grega sem solução. O que deve ser feito é avaliar as circunstâncias em que ocorreu e, mais especificamente, a qualidade da relação mantida com o parceiro.
Algo é certo: uma infidelidade terá o peso que atribuímos a ela, e as consequências dependerão de muitas variáveis, incluindo a gestão pessoal que fazemos dessa infidelidade. Pode ser um fato que exija atenção, reflexão e diálogo, causando feridas profundas que levam tempo para cicatrizar. O importante é que teremos muito a fazer nessa duração e na constituição da nova pele.
O realmente relevante em um casal é o sentimento que os une e a qualidade do vínculo. Até nos casais mais felizes pode haver momentos de crise. Os seres humanos são ambíguos e contraditórios. Somente se compreendermos e aceitarmos isso, poderemos entender que a realidade não se apresenta em preto e branco, e que os mitos sobre a infidelidade devem ser derrubados.