3 sinais de que você está sendo conformista

3 sinais de que você está sendo conformista
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 26 setembro, 2018

Às vezes, a pessoa não percebe os sinais de um comportamento conformista porque mergulha em um esquema de vida que a impede de apreciá-la. Ela pensa que está, simplesmente, cumprindo com seu dever e que é apenas isso que se espera dela. No entanto, não para para refletir se suas realizações lhe permitem evoluir ou não.

É comum que por trás do conformismo se esconda a insegurança. A pessoa não tenta algo novo, nem dá um passo adiante porque o medo é muito forte. Muitas vezes ela evita admitir que está sendo conformista porque isso significaria enfrentar a dissonância de assumir um adjetivo que não deseja para si.

A pergunta chave é: você se sente satisfeito ou satisfeita com sua maneira de viver? Se a resposta for positiva, não importa como vive, você está fazendo certo. Se a resposta for negativa, possivelmente você está sendo conformista… simplesmente pelo medo provocado pela ideia de explorar novos caminhos.

Como saber se isso está acontecendo? A seguir, damos três dicas que podem ajudá-lo a responder.

Sinais de um comportamento conformista

“Certa vez, alguém disse que a única coisa de que o mal necessita para triunfar é que os homens bons não façam nada”.
-Filme Lágrimas do sol –

1. Identificação com as figuras de poder

A identificação plena com as figuras de poder muitas vezes é um dos sinais de um comportamento conformista. Por identificação, entende-se o processo pelo qual se tomam como próprios as características e os valores alheios. Isso é normal e saudável. Passamos a fazer parte da cultura por identificação com características e padrões familiares.

No entanto, às vezes a identificação não representa realmente nossos desejos e nossas necessidades. Muitas vezes tornamos nossos os valores de uma figura de poder, por um sentimento de insignificância em relação a nós mesmos ou por medo de quem exerce a autoridade.

É nesse momento que, por exemplo, você se torna conformista porque assim é exigido pelo seu líder político, social ou profissional. Por fim, para as figuras de poder, sempre é conveniente que os demais sejam submissos. Por isso, de forma imperceptível, você está sendo conformista.

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2. Interiorização inconsciente da norma

Esse é um caso parecido com o anterior, mas aplicado às normas, não às figuras de poder. Consiste em incorporar passivamente as regras e normas, sem questionar sua validade ou conveniência. É isso que as crianças fazem durante sua fase de formação. Nos adultos, deveria operar um mecanismo diferente.

Durante a infância, não possuímos maturidade emocional ou intelectual para avaliar a conveniência de uma regra. As coisas são feitas porque uma figura de autoridade assim exige. Crescer envolve, entre outras conquistas, desenvolver um critério próprio para orientar nossa conduta.

Se você não conquista isso, acaba se apegando a valores que não compreende, simplesmente porque são os da maioria, ou porque assim determina uma figura de poder. Isso priva sua liberdade. Primeiro, você renuncia a sua própria consciência e, em seguida, se torna conformista e passivo frente ao que, talvez, só seja conveniente para os outros, não para você.

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3. Zelo excessivo pelo cumprimento

O zelo excessivo pelo cumprimento também é uma conduta que, muitas vezes, oculta o medo de ser livre e autônomo. Ocorre quando você não cumpre com um compromisso por convicção ou por prazer, mas porque sente que não poderia fazer algo diferente disso. Você cumpre, como uma criança condicionada, para não despertar perturbações em quem você sente que tem autoridade sobre você.

O pior disso tudo é que o desejo de cumprir rigorosamente o leva à angústia ou à frustração. Você aprende a avaliar o que faz pelos olhos de quem exerce poder sobre você. Você deixa de lado seu próprio critério para adotar o do outro, seja por identificação ou para obter reconhecimento.

Conformismo diante das dificuldades

Não se trata de se rebelar contra toda forma de poder ou autoridade. Às vezes, essa atitude só é reflexo de um problema. No entanto, o importante é se perguntar, honestamente, se você está sendo conformista. Se a resposta for “sim”, é hora de avaliar com sinceridade o que está acontecendo.

Se você perceber que por trás disso só existem inseguranças e medos, talvez tenha chegado o momento de repensar algumas de suas normas ou orientações de vida. É possível que você esteja deixando muito de si ao longo do caminho, em troca de pouca coisa.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.