
O que é a consciência? Cientistas e filósofos fizeram esta mesma pergunta durante anos. Consciência é, antes de mais nada, aquilo que nós sentimos: é a calma daquele abraço da pessoa que amamos, é a doçura daquele sorvete de morango…
Dentro dos estudos que investigam como lidamos com a morte, possivelmente um dos mais conhecidos seja o das 5 fases do luto de Klüber-Ross. Essa teoria fala sobre as 5 fases pelas quais uma pessoa passa na hora de enfrentar a morte, seja de si próprio ou de uma pessoa querida. Os estudos de Klüber-Ross tornaram-se muito populares mas também foram muito mal-interpretados, provavelmente devido a uma má divulgação dos mesmos.
Em 1969 a psicóloga Elizabeth Klüber-Ross realizou uma série de estudos com pacientes terminais. Sua intenção era encontrar os fatores que estavam por trás do enfrentamento da morte. Depois de uma árdua investigação, ela se deu conta de que esses pacientes passavam por uma série de etapas muito similares. Aqui foi onde começou a desenvolver sua teoria das 5 fases do luto e suas implicações.
Nesse artigo vamos tentar elucidar um pouco a teoria das fases do luto de Klüber-Ross. Em primeiro lugar, para tanto, vamos expor as diferentes fases e explicar cada uma delas. Como conclusão faremos uma pequena reflexão acerca das evidências e implicações da teoria das fases do luto.
A teoria de Klüber-Ross já sofreu inúmeras críticas. Uma muito frequente, e bastante compreensível ao ler a formulação original da teoria, tem a ver com a rigidez da mesma. Na formulação original, uma pessoa passava pelas diferentes fases em ordem determinada, podendo apenas ficar em uma fase ou avançar para a seguinte. As pesquisas atuais, no entanto, e talvez também a sua experiência pessoal, mostrou que isso não está totalmente correto. Há pontos ao longo da superação em que frequentemente ocorrem retrocessos, ou inclusive pessoas que pulam alguma etapa ou que passam por todas elas em alguma outra ordem diferente.
Agora, não deixa de ser certo que todas as fases cumprem um papel importante na hora de enfrentar a morte, e que sua disposição é geralmente certa quando pensamos na maioria dos processos de luto. Por outro lado, talvez o mais correto seria interpretar os diferentes estados como atitudes diante da perda, e não como etapas depois da mesma. Ou seja, são modos que temos para lidar com a impotência que sentimos diante de tal tipo de situação.
Apesar da teoria de Klüber-Ross ser parcialmente incompleta, sem dúvida sua formulação supôs um grande avanço na compreensão dos processos de luto. Suas pesquisas serviram para entender a profundidade das emoções presentes nos momentos de perda. A teoria já gerou inclusive melhorias no tratamento e acompanhamento das pessoas que se encontram na situação contemplada, a começar pela normalização dos sentimentos que surgem. Além disso, o modelo também permitiu que os psicólogos lidassem de forma muito mais hábil na hora de tratar as perdas antecipadas, como diagnósticos terminais.