7 reveladoras frases de Fernando Pessoa

Pessoa foi sem dúvida um dos escritores mais incríveis do século XIX. Conheça algumas de suas frases mais marcantes.
7 reveladoras frases de Fernando Pessoa
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 14 janeiro, 2024

Conheça algumas frases de Fernando Pessoa, um dos maiores poetas de todos os tempos. Ele nasceu em Portugal e viveu entre o final do século XIX e o início do século XX. Para alguns, é uma das figuras mais enigmáticas da literatura. Para outros, um mago que mergulhou nas profundezas da alma humana e deixou como legado muitos versos inteligentes e plenos de sabedoria.

Um dos aspectos mais misteriosos de Pessoa foi a sua obsessão por recorrer a heterônimos: personagens fictícios que figuravam como autores do seu trabalho. Alguns dos mais conhecidos foram Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Bernardo Soares e Ricardo Reis. Ele mesmo publicava críticas contra os supostos autores, quando na verdade estava falando dos próprios trabalhos.

“Creio que dizer algo significa conservar-lhe a virtude e tirá-lo do terror. Os campos são mais verdes na imaginação do que no seu verdor. As flores, se forem descritas com frases que as definem o ar da imaginação, terão cores de uma permanência que a vida celular não permite”.
-Fernando Pessoa-

O mais interessante é que esses heterônimos não eram simples pseudônimos ou assinaturas. Cada uma dessas personalidades tinha características e estilo próprio. Alguns estudiosos do seu trabalho às vezes também questionam se Fernando Pessoa era a sua verdadeira identidade. De qualquer forma, ele deixou um trabalho extraordinário. Conheça a seguir sete frases de Fernando Pessoa que nos convidam à reflexão.

A inconsciência, um tema recorrente nas frases de Fernando Pessoa

A obra e as frases de Fernando Pessoa estão muito próximas da filosofia. As suas reflexões são viagens através da lógica da existência. Nesta frase, por exemplo, demonstra o paradoxo de pensar e não pensar: “A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto que recai sobre a inteligência”.

Mulher com máscara

Esta frase impacta porque demonstra uma contradição básica. É através da inteligência e da consciência que percebemos a existência da inconsciência. A inconsciência é inacessível, uma vez que é inconsciente e, como tal, não tem acesso total à razão. Então, só sabemos o que ignoramos.

Uma forma de olhar o mundo

O olhar define a identidade e, ao mesmo tempo, a identidade define o olhar. Por isso, as duas realidade estão sempre juntas. Isso se reflete em uma das suas frases maravilhosas: “Porque eu sou do tamanho do que eu vejo, e não do tamanho da minha altura”.

Isso significa que quanto mais amplo o olhar, maior grandeza existe na pessoa que olha. E o oposto também é verdadeiro: quem tem um curto alcance de visão é invadido pela pequenez. A altura, em sentido figurado, define o modo de ver a realidade.

Fernando Pessoa tomando um café

Conheça a si mesmo e reflita

Fernando Pessoa lutou contra e a favor do pensamento. Isso liberta e aprisiona: concede a alegria da compreensão, mas, ao mesmo tempo, tira o frescor da vida, como o poeta reconhece nesta frase: “Não saber nada sobre si mesmo, isso é viver. Saber muito sobre si mesmo, isso é pensar”.

O que ele quer nos dizer é que a vida mais verdadeira é simplesmente vivida. Isto é a plenitude. Por outro lado, pensar é um exercício limitado, que só leva a resultados parciais e nos priva de sentir plenamente a nossa existência. A vida é mais forte do que o pensamento.

As armadilhas do amor

Fernando Pessoa define o amor como uma construção do pensamento, algo imaginário. Isso é evidenciado em sua frase: “Nós nunca amamos ninguém: nós amamos somente a ideia que fazemos de alguém. O que amamos é um conceito nosso, isto é, amamos a nós mesmos”.

Em última análise, ele afirma que o amor é uma projeção egoísta. Vemos no outro o que queremos ou precisamos ver. A sua realidade nos escapa e nós nunca saberemos exatamente como ele é. Nós apenas o definimos e nos apaixonamos por essa ideia.

Uma exceção para a qual não existe uma regra

Para Pessoa, cada indivíduo é uma realidade infinita. Não há possibilidade de construir generalizações válidas para todos e para cada um. Por isso, em um dos seus escritos, ele disse: “Não há regras. Todos os homens são exceções a uma regra que não existe”.

A negação de um padrão comum aos seres humanos significa uma exaltação à particularidade individual. Embora pareça que compartilhamos características comuns, cada pessoa é um mundo diferente e único. Nesse sentido, não há como criar uma regra que possa ser aplicada a todos.

Fernando Pessoa

O sucesso e os seus mistérios

Para este famoso poeta português, o sucesso é construído: “O êxito está em ser bem sucedido, e não em ter condições para o sucesso. Qualquer terreno amplo tem condições para abrigar um palácio, mas… onde estará o palácio se não o construírem lá?”

Com esta frase maravilhosa, Fernando Pessoa ignora o conceito de talento como potencialidade. Não são as suas virtudes ou habilidades que definem o seu talento, são as suas obras que determinam as suas habilidades.

Máquina de escrever com penas

A morte, um eterno tema

Sobre a morte, Pessoa afirma o seguinte: “Para mim, quando vejo uma pessoa morta, a morte me parece uma partida. O cadáver me dá a impressão de uma roupa abandonada. Alguém que se foi e já não precisava mais dessa única roupa que vestiu durante a vida.”

Essa bela frase fala sobre o corpo como uma fachada daquilo que somos. Na morte já não há a presença de alguém. O que a pessoa é não está representado no cadáver. Aquele que morreu simplesmente não é mais.

Quem lê as obras e frases de Fernando Pessoa jamais o esquecerá. Nelas se misturam uma sensibilidade excepcional e uma lucidez admirável. Nos seus versos e nos seus textos, há revelações maravilhosas que realmente nos emocionam.


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