A humanidade renasce em cada criança

A humanidade renasce em cada criança
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A ajuda de que a humanidade precisa só poderá vir através das crianças, pois elas são e serão quem escreverá o futuro. Em cada criança, a humanidade renasce. Portanto, não podemos tratá-las como pessoas de segunda categoria, pois é no tratamento que lhes damos que sua personalidade é forjada.

É preciso cuidar da infância de todas as crianças sabendo que em cada uma delas está se formando um pouco da humanidade. Em cada criança nasce bondade, alegria, compaixão, empatia, mas também ódio, ressentimento, vingança. E é por isso que temos a obrigação de saber o que promover para que elas alcancem a vida adulta com princípios positivos.

A infância deve e tem que ser a idade sagrada. É importante abordar a necessidade de mudar a forma de educar as crianças, pois os primeiros anos de vida têm grande influência na formação do caráter de uma pessoa.

Desenho de uma mãe com seu filho

Infância, a idade sagrada em que a humanidade renasce

Os adultos tendem a educar sem entender a criança. Nós simplesmente dizemos que algo “é coisa de criança” sem entender a fundo seus comportamentos. Nesse sentido, temos que identificar e respeitar os sentimentos e emoções da criança para entender o que está acontecendo com ele/ela.

Às vezes não sabemos como capturar ou manter a atenção de uma criança e, por exemplo, ela ainda não desenvolveu o córtex para registrar uma grande quantidade de pedidos e ainda por cima segui-los. Nós os acusamos e podemos até castigá-los por desobedecer, quando de fato o erro é nosso, pois colocamos muitos limites ou lhes damos muitas ordens seguidas.

A autorregulação emocional em adultos é fundamental para educar as crianças. Pense que com base na nossa maneira de reagir aos fatos, as crianças também aprendem qual é a reação apropriada para eles. Nesse sentido, também é necessário educar a nós mesmos. A autorregulação garante um equilíbrio entre contenção e permissividade. No passado, tivemos um excesso de limites que não foi bem, e agora, pelo contrário, parece que temos um déficit que também não está dando bons resultados.

Criança apoiando cabeça em cerca de madeira

Os limites, pelo menos a maioria, não devem ser sancionados ou estabelecidos sob a influência de uma emoção muito forte. É muito importante para a educação da criança que sejamos coerentes com as nossas palavras, por mais que nosso estado emocional às vezes nos peça outra coisa. Emoções, como a irritação ou a raiva, não são bons conselheiros quando se trata de estabelecer limites ou administrar punições.

Os primeiros anos de vida influenciam muito a formação da personalidade

A primeira infância, até os três anos, é como o fundo de reserva para a vida. Nesses anos, uma base para a depressão, bipolaridade e psicose é constituída ou, ao contrário, habilidades e forças que nos protegem contra elas podem ser adquiridas. Poderíamos dizer que a infância, neste sentido, tem um caráter sagrado. Além disso, será “mais sagrado” quanto menor a idade da criança.

Muitos pais não começam a prestar atenção ao desenvolvimento da criança até a primeira adolescência chegar. Falamos antes dos pais que dão muitas ordens seguidas. Também há o caso oposto, aqueles pais que não colocam nenhum limite ou não dão qualquer responsabilidade ao pequeno até a adolescência começar. Isso é paradoxal porque será difícil instaurar algo novo neste momento se não tivermos começado antes, já que é quando a rebeldia geralmente começa.

Crianças dividindo bebida em trem

Não é apenas necessário educar as crianças a nível normativo, cognitivo e intelectual. O seu crescimento emocional é muito importante para poder acompanhar o desenvolvimento dos filhos de hoje: aqueles em quem reside a esperança do futuro, a nossa esperança, aqueles em quem a humanidade renasce. Seja o que for dado às crianças, elas darão de volta à sociedade.


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