ACCEPTS: as 7 chaves para aprender a tolerar o desconforto

ACCEPTS: as 7 chaves para aprender a tolerar o desconforto

Última atualização: 17 agosto, 2017

Certamente você já sentiu muitas vezes que não pode controlar um certo desconforto, e que todas as iniciativas que você toma parecem contribuir para que se torne mais intenso. Então, você terá chegado à conclusão de que controlar uma torrente de emoções desagradáveis ​​que lutam para sair é uma tarefa bastante complicada. Às vezes, a chave acaba sendo tolerar esse desconforto sem confrontá-lo diretamente.

Você já deve ter ouvido falar da “tolerância à frustração” e de como é bom educar nossos filhos sobre este princípio. Princípio carregado de senso comum já que a vida não irá nos dar sempre o que queremos em função dos nossos interesses, e nem irá levar em conta o momento em que queremos e nem como queremos.

A vida irá nos frustrar. É como se nos provocasse para sermos mais fortes. Muitas vezes os planos não sairão como planejamos, e esta mudança não será pior se soubermos colocá-la a nosso favor. Haverá mudanças inesperadas que irão transtornar nossa existência e irão nos testar.

Por isso, é importante educar nossos pequenos a partir desse princípio. Caso contrário, quando eles se sentirem frustrados, irão jogar a toalha ou a raiva irá tomar posse deles. A frustração precisa ser administrada com inteligência.

ACCEPTS: habilidades para tolerar melhor o desconforto

Com o desconforto acontece algo parecido. É uma dor surda que aparece e que não vai embora facilmente. Aparece com um significado e uma razão como qualquer emoção. Por isso, é importante ouvir e interpretar este significado, para uma vez escutado e compreendido, podermos agir.

Não se trata de tapar os ouvidos ou fechar os olhos diante do que não gostamos, ao contrário, trata-se de não deixar que inunde nossas vidas e tome o controle de nosso comportamento. É exatamente disso que trata a ACCEPTS. São as siglas em inglês para uma série de habilidades muito úteis para tolerar o desconforto e a angústia que nos invadem em muitas ocasiões.

1. Encontrar uma atividade para canalizar a frustração

Trata-se de realizar alguma atividade da qual você goste e na qual se sinta confortável e realizado. Uma atividade na qual possa fluir e que lhe transmita tranquilidade, sendo essa fonte de sentimentos positivos que raramente falhou com você. Encontre “a sua” atividade. Cada um vai escolher uma atividade que se encaixe com o seu modo de ser e com como você quer se sentir naquele momento.

Para alguns, será desenhar o que está em sua mente. Outro irão se desligar andando de bicicleta ou correndo, e para outros o melhor será tocar um instrumento musical. Encontre sua atividade e deixe que ela suavize esse desconforto para que passe pouco a pouco.

2. Contribuir para melhorar o nosso ambiente

Quando falamos de “contribuir” nos referimos a dedicar nosso tempo para os interesses dos outros, para ajudar ou colaborar com os outros pelo simples prazer de fazê-lo. Trata-se de nos sentirmos úteis e de melhorar o nosso ambiente. Quando contribuímos para o bem-estar das pessoas ao nosso redor o nosso sentido de eficácia aumenta, e como consequência disso, o desconforto também tende a desaparecer.

Os animais nos ajudam a tolerar o desconforto

3. Fazer comparações realistas

Às vezes, comparar-se com alguém que está passando por uma situação pior nos alivia de certa forma. Ou inclusive comparar-se consigo mesmo em outro momento em que se esteve em uma situação mais difícil. Tudo isso nos faz colocar uma distância de como nos sentimos. Muitas vezes temos a tendência de nos vermos no olho do furacão.

O lugar onde nasce e se desenvolve o caos. Neste sentido, afastar-se do centro desta força destrutiva e fazer uma avaliação realista da nossa situação é um exercício saudável para que o desconforto nos deixe. Isso irá evitar, por exemplo, que continuemos a maltratar a nossa autoestima.

4. Emoções contra emoções

Este ponto está muito relacionado com o primeiro, o da atividade. Devemos motivar emoções diferentes das que estamos sentindo, e uma maneira de fazer isso pode ser através de atividades. Isso irá nos ajudar a deixar o estado emocional de que gostamos tão pouco.

Neste sentido, não se preocupe com o que os outros pensam ou podem pensar. Não se tranque em casa após um término, por mais que alguém pense, se você não faz isso, que a relação não se importava. Se é o que você deseja, faça, mas se você sente que não é o que deve fazer, não faça. Provavelmente a pessoa que o critica não é a que irá ajudá-lo e nem a que o ama.

Tolerar o desconforto para ser feliz

5. Evitar

Com “evitar” nos referimos a colocar essa situação que nos causa tanto desconforto em um segundo plano por um tempo. Esta ideia não vale para todas as situações, mas para muitas delas sim. Pense que grande parte do seu desconforto pode ir embora se você fizer um esforço para concentrar sua atenção mental em um lugar diferente do que o causa.

Nós iremos lidar com isso mais tarde, se for necessário. Nos ocuparmos com outra atividade nos ajudará a reduzir o nível de desconforto que sentimos. Nos ajudará mais uma vez a nos distanciarmos desse furacão emocional.

Como tolerar o desconforto?

6. Os pensamentos são o alimento das emoções

Às vezes só precisamos deixar de alimentar a emoção com pensamentos. Quando o fazemos, simplesmente, muitas emoções morrem. Por exemplo, é muito positivo aprender com os erros, especialmente para não repeti-los; o que não é positivo é permanecermos em um lamento perpétuo, gerando hipóteses e mundos alternativos que respondem a “o que teria acontecido se…”.

Aprenda, conserte e esqueça. Lembre-se do ensinamento, mas esqueça o fato. Não volte diversas vezes para castigar a si mesmo. Se você fizer isso irá se perder, porque todos os castigos desse tipo acabam se tornando um labirinto de sombras em que só habita o medo.

7. Sentimentos

Neste ponto, podemos gerar uma sensação que vamos perceber de maneira intensa para ajudar a descentralizar nossa atenção do desconforto que sentimos. Com sentimentos nos referimos aos que podemos perceber com nossos sentidos. Uma boa refeição, um filme que nos inspira, uma massagem relaxante…

Sentimentos que nos ancoram à vida e nos fazem sentir que somos parte da nossa existência. Portanto, poder tolerar o desconforto que sentimos é algo que deve nascer em nós. É também uma tarefa para a qual existem diferentes estratégias ou passos, como vimos, que estão longe do confronto direto com o desconforto em questão.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.