Cada pessoa trava sua própria batalha interna

Cada pessoa trava sua própria batalha interna

Última atualização: 22 julho, 2017

A verdade é que cada pessoa trava sua própria batalha interna. Uma batalha da qual muitas vezes desconhecemos os detalhes mais importantes, porque estão registrados apenas na cabeça de quem a trava. Por outro lado, uma pessoa com boa ou má intenção pouquíssimas vezes está consciente do quão prejudicial pode ser para os outros e para ela mesma.

Essa inconsciência se mostra frequente por uma razão alheia à intenção: nossa mente é como um trem que cria pensamentos sem parar, de forma frenética e vertiginosa. Dá voltas, cria hipóteses sobre o que acontece ao nosso redor, faz suposições, desenvolve novas ideias e conceitos, pensa e torna a pensar de novo, antecipa o pior e emite juízos sobre os outros… E também sobre nós mesmos. Claro.

Esse martelar incessante nos tortura, nos prejudica, e como lembrança nos deixa um “lixo mental”. Os cientistas afirmam que nós temos mais de 60.000 pensamentos por dia. Estima-se que muitos desses pensamentos (80% aproximadamente) são negativos, tóxicos e inúteis na maioria das pessoas.

Agimos em modo automático na maior parte do tempo. Assim, somos extremamente influenciados pelas nossas crenças; convicções que se formaram na nossa infância e se enraízam por meio das nossas experiências. Algumas dessas crenças estão no nosso subconsciente e, dessas crenças, nascem nossos pensamentos e julgamentos imediatos.

A mente e seus enganos

Se algumas das suas crenças são falsas ou pouco saudáveis, muitos dos seus pensamentos e julgamentos também serão. Estamos constantemente julgando. Julgamos as outras pessoas e nós mesmos. Mas o certo é que a consequência mais frequente é o sofrimento. Nossa mente emite julgamentos para nos proteger, por sobrevivência. Mas isso não quer dizer que, em última instância, esses julgamentos corroborem o propósito para o qual foram “convocados”.

Mulher lutando sua batalha interna

Pensamos que o outro tem o mesmo ponto de vista que temos e, em partes, é por isso que sofremos tanto. Mas não é assim. Cada um enxerga a vida com lentes diferentes e o que para mim significa uma coisa, para você provavelmente vai significar outra. E nessa mentira de acreditar que todos deveriam ter o mesmo ponto de vista (o nosso, obviamente), nos atrevemos a julgar o outro. E inclusive a julgar a nós mesmos, esquecendo do erro intrínseco ao ato de julgar o passado a partir do futuro, tendo consciência das consequências de uma ação que antes não eram certeza, apenas probabilidades.

Nos dois casos, não são as outras pessoas que fazem você sofrer. No primeiro são as próprias expectativas que temos sobre as pessoas que nos fazem sofrer. Esperamos que os outros sejam como desejamos e nos tornamos incapazes de aceitá-los como realmente são. Esse é, ao mesmo tempo, o início e o final da batalha.

Paradoxalmente, quando você para de julgar e massacrar as outras pessoas, também para de julgar e massacrar a si mesmo, porque a forma como julgamos os outros costuma ser também a forma como nos julgamos.

A aceitação e o amor curam tudo

Quando você aceita sua essência (com todas as sombras inclusas), você começa a enxergar com doçura a sombra das outras pessoas. Quando achamos que alguém nos ataca, no fundo pode ser que esse alguém esteja travando sua própria batalha interna. As pessoas fazem isso inconscientemente, a partir das suas feridas emocionais e suas estratégias de sobrevivência aprendidas na infância quando se sentiam profundamente feridas na busca pelo amor e pela aceitação. Às vezes, muitas vezes na verdade, tudo isso as leva a agir assim.

Por isso, quando você acha que alguém está atacando, lembre-se de que é provável que não seja um ataque consciente, mas uma sombra que você imagina ou que o outro projeta sem intenção, pelo menos sem essa intenção.

O amor aumenta à medida que o julgamento diminui.

Mãos segurando coração

Devemos aceitar quando outras pessoas não se comportam como gostaríamos, quando não cuidam de nós da maneira que desejamos, mas de outra. Estamos aqui antes para amar que para julgar, para sentir antes de raciocinar. Assim, se alguém desenha um círculo para excluir você, desenhe um maior ainda para se incluir.

Lembre-se de que o amor aumenta à medida que o julgamento se torna flexível, compassivo e piedoso. O amor nos proporciona felicidade, o julgamento estrito nos traz sofrimento. Não entenda o amor como algo que se pode remover como um apoio ou um castigo: o amor incondicional está acima disso.

Vítima ou responsável pela batalha?

Se pararmos de julgar e começarmos a olhar com o coração, nossos sofrimentos começarão a desaparecer. Você escolhe ser vítima ou responsável. A vítima justifica, mente, coloca culpa, reclama e se rende. O responsável assume que o que existe na sua vida não se deve às circunstâncias externas, mas ao que ele mesmo criou, e ele mesmo é o único que pode mudar sua realidade.

A vida vai proporcionar experiências para que você abra os olhos, mas a decisão de ser vítima ou responsável é somente sua. Quem não aprende com sua própria história é condenado pela vida a repetir os próprios erros. Serão experiências diferentes nas formas, mas iguais no conteúdo.


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