A vida não é curta, o problema é que começamos a vivê-la muito tarde

A vida não é curta, o problema é que começamos a vivê-la muito tarde

Última atualização: 30 janeiro, 2017

Com frequência nos queixamos de que a vida é curta, quando na verdade o problema é que começamos a vivê-la muito tarde. Somente quando deixamos as máscaras caírem, os pesos e os vínculos obsoletos, damos o passo: abrimos finalmente a porta dessa bela criatura que, como um lobo faminto, emerge livre em busca do seu próprio território.

Okot p’Bitek foi um maravilhoso poeta e escritor da Uganda que dedicou grande parte da sua carreira para exaltar a cultura tradicional africana. Segundo ele, as pessoas nunca serão completamente livres. Todos ocupamos um lugar na nossa sociedade: somos filhos, irmãos, mães, ou pais. Contudo, todos esses vínculos não são mais do que pontos de origem. Porque também temos a oportunidade de criar novos horizontes, mesmo preservando raízes comuns.

“A liberdade significa responsabilidade; por isso a maioria dos homens a teme tanto.”
-George Bernard Shaw-

Todos viemos livres a este mundo. Contudo, a vida, nossas famílias e o próprio contexto social que nos cerca vão nos moldando pouco a pouco com suas diversas mãos e sutis encorajamentos. Longe de assumir cada traço inscrito e cada forma, somos nós mesmos os verdadeiros artesãos, nós mesmos que em um determinado momento teremos que escolher o que aceitar dessa transferência de valores e ensinamentos e o que rejeitar.

Okot p’Bitek nos deixou uma grande sabedoria em livros como “Son of Lawino”. Nunca deixaremos de ser filhos de alguém, irmãos de alguém ou nativos de um certo lugar… Contudo, mesmo sabendo quais são nossas próprias origens temos o pleno direito de DESPERTAR e construir o tipo de vida que desejarmos.

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E você, já começou a viver de verdade?

É possível que o conceito “viver de verdade” seja uma coisa que abale muitas pessoas. Não estamos todos vivos? Não gozamos do dom da vida simplesmente por temos nascido e respirarmos neste exato momento? A verdade é que existe uma clara diferença entre existir e alcançar uma vida plena onde realmente aproveitamos o que somos, temos e fazemos. Porque entre o momento em que nascemos e aquele em que partimos deste mundo existe um tempo precioso chamado vida que merece ser aproveitado com intensidade.

Mas, como fazer isto? Como propiciar esse despertar? Erich Fromm, célebre psicanalista, psicólogo social e humanista alemão, costumava dizer que o ser humano passa grande parte da sua existência se adequando ao que a sociedade rotula como normal pensando que isso é “o bom e o correto”. Contudo, na maioria das vezes acabamos presos a certos vínculos, comportamentos e atividades que vão contra nossos verdadeiros desejos.

Engolimos nossas amargas frustrações e escondemos os desejos nas profundezas do nosso ser como navios enferrujados, como tristes relíquias que é melhor não olhar porque a vida diária nos arrasta. Porque é preciso cumprir, encaixar e fazer parte dessa engrenagem que forma o pensamento único onde, obviamente, não existe liberdade. Despertar desse triste pesadelo requer coragem. Porque só quem está disposto a iniciar a sua própria revolução pessoal começará a viver como deseja de verdade.

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Como iniciar o seu despertar em 5 passos

Pode parecer uma ironia. Contudo, são muitas as pessoas que avançam nos seus percursos de vida com o coração apagado e a mente dirigida por um piloto automático programado para se deixar levar. É uma existência mais fácil, mas sem dúvida, menos feliz, menos autêntica e realizadora.

A alquimia essencial para favorecer esse despertar ou essa transformação está baseada em cinco simples passos sobre os quais podemos refletir por alguns instantes. São os seguintes.

“Não permita que o barulho afogue a sua própria voz interior. Ela já sabe o que você realmente quer ser.”
-Steve Jobs-

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Dicas para começar a viver a vida que você deseja

Voltemos agora para esse dado do qual falamos no início do artigo citando o escritor Okot p’Bitek. Atualmente existem diversos aspectos que sem dúvida o caracterizam, quer você goste ou não. Você é filho de alguém, é irmão e é colega ou amigo. Por sua vez, você também tem uma determinada posição nesta sociedade marcada pelo seu desempenho profissional.

  • Essas coisas o vinculam a certas entidades, mas não devem defini-lo a ponto de vetar a sua capacidade de decisão. Você controla o tipo de conexão que deseja manter: próxima se lhe traz felicidade, distante se lhe causa sofrimento.
  • Pare de fingir. Este aspecto é fundamental; precisamos ser capazes de parar de aparentar que estamos bem quando o que nos cerca nos queima por dentro. Pare de dizer “estou ótimo” quando você não se sente assim. Não vire o rosto quando você não gostar de alguma coisa. Seja autêntico, que seus pensamentos estejam em concordância com seus atos e que a sua voz soe com firmeza.
  • Aprenda a renunciar. Entenda que para começar a viver a existência que você deseja de verdade, talvez precise deixar para trás muitas coisas, muitas pessoas.
  • Viva o momento presente, pratique uma atenção plena e lembre-se de que o melhor momento para tudo sempre é AGORA.
  • Siga a sua intuição. Aprenda a se ouvir, a dar valor a essa voz interior que diz antes de qualquer um o que vale a pena e o que não.

Para concluir, lembre-se de que na verdade não se trata de viver muito ou pouco, trata-se apenas de dar significado a cada momento e valorizar a própria vida pelo que é: um presente que não se deve desperdiçar.

Imagens cortesia de Sophie Wilkins.


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