As consequências negativas do perfeccionismo

As consequências negativas do perfeccionismo
Fátima Servián Franco

Escrito e verificado por a psicóloga Fátima Servián Franco.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As pessoas perfeccionistas procuram o sucesso sem descanso, apesar de nada lhes parecer suficiente. Apesar disso, sofrem com as consequências negativas do perfeccionismo.

Quase tudo lhes provoca insatisfação, porque o seu nível de exigência é excessivo e, inclusive, ilusório, já que elas pensam que sempre poderiam fazer melhor. Por isso, não cumprir com cada um dos objetivos propostos acaba gerando altos níveis de estresse e esgotamento.

Quando a rotina se transforma em uma maratona, a sensação de falta de tempo para chegar até a meta é bastante comum. Pois bem, se além disso adicionarmos uma dose de perfeccionismo, essa falta de tempo não só estressa, mas também sufoca. Apesar de parecer um paradoxo, a perfeição nem sempre é perfeita. Em muitas ocasiões e contra tudo o que se possa pensar, ela causa muito mais inconvenientes do que vantagens para a nossa saúde física e emocional.

As pessoas perfeccionistas costumam ser inseguras devido aos seus níveis de exigência e estão constantemente se sentindo mal, já que querem chegar a um nível de perfeição que as impede de terminar aquilo no que estão trabalhando. Desse modo, para evitar esses comportamentos excessivos é importante que nós sejamos conscientes do que somos e valorizemos as nossas virtudes e esforços.

O verdadeiro problema das pessoas perfeccionistas é que tanto os acertos quanto as falhas não são avaliados com objetividade, mas como um fracasso pessoal.

O paradoxo do perfeccionismo

Não há nada de errado em se esforçar para fazer as coisas do melhor jeito possível, mas temos que ser conscientes das nossas próprias limitações. Frustrar-se por não alcançar a perfeição em tudo constitui o curioso paradoxo do perfeccionismo. Esta característica ocasiona efeitos devastadores sobre a saúde física e emocional quando acontece em excesso. De fato, um estudo da Universidade de Yale vinculou o perfeccionismo a um alto risco de depressão e suicídio.

Mulher lidando com estresse

Normalmente, o perfeccionismo começa a aparecer a partir da infância e tende a aumentar de forma progressiva na etapa estudantil. Pois bem, não é preciso que esta característica esteja presente em todos os âmbitos da vida de uma pessoa, apesar de que o normal é que ela se expanda a todos. Algumas pessoas só são perfeccionistas no trabalho, na prática de esportes e nas relações interpessoais, enquanto outras se esforçam para ser perfeitas em cada área da sua vida. Existem muitos fatores que podem interferir nisso.

“Acho que o perfeccionismo está baseado na crença obsessiva de que, se você correr com suficiente cuidado, pisando em cada degrau perfeitamente, não terá que morrer. O certo é que você vai morrer de qualquer jeito, e muitas pessoas que nem sequer olham seus pés vão fazer isso muito melhor do que você e vão se sentir ótimas enquanto fazem isso”.
– Anne Lamott –

Sintomas físicos e emocionais como consequências negativas do perfeccionismo

Um estudo elaborado pela Universidade de Brock, em Ontário, examinou a relação entre o perfeccionismo e a saúde física de 492 pessoas, de idades compreendidas entre 24 e 35 anos de idade. Os resultados concluíram o seguinte: as pessoas perfeccionistas são mais propensas a se sentirem mal e se queixarem da falta de sono, dor e cansaço, do que aquelas que não o são. Além disso, sentem um grande medo do fracasso.

Homem estressado

Os perfeccionistas também costumam apresentar altos níveis de ansiedade que, somados ao fator de insegurança mencionado anteriormente, os levam a um grau de sofrimento tão elevado, que podem ter uma crise de ansiedade, fadiga excessiva ou, inclusive, uma falta de motivação ao não conseguirem aquilo que se propõem.

Como vemos, o perfeccionismo não é uma busca do que é melhor. É perseguir o pior de nós, a parte que nos diz que nada do que fizermos será bom o bastante ou suficiente. Não há problema em exigir de si mesmo, mas sempre dentro de limites saudáveis.

“Uma vez que você aceita que não é perfeito, desenvolve uma certa confiança. As imperfeições de uma pessoa, suas fragilidades, suas faltas, são tão importantes quanto as suas virtudes”.
– Rosalynn Carter –


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