Como as descargas de adrenalina nos afetam?

Como as descargas de adrenalina nos afetam?
Francisco Pérez

Escrito e verificado por o psicólogo Francisco Pérez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As descargas de adrenalina acontecem quando as glândulas suprarrenais secretam uma quantidade excessiva de adrenalina no corpo. Essas descargas geralmente acontecem em resposta a um pico de grande quantidade de estresse ou ansiedade.

A adrenalina é uma substância hormonal do grupo das aminas simpaticomiméticas (que estimulam o sistema nervoso simpático). Mais especificamente, a adrenalina é uma catecolamina. É sintetizada na glândula suprarrenal e, ao ser liberada no sangue, exerce seu efeito praticamente no organismo inteiro.

Sua síntese e liberação não são controladas pela vontade. O organismo o faz de maneira autônoma. No entanto, existem situações e estímulos específicos que provocam uma liberação brusca. Isso é o que chamamos de “descargas de adrenalina”. Quando as descargas de adrenalina ocorrem, seus efeitos aparecem com grande intensidade. Estes efeitos geralmente são desagradáveis ​​para aqueles que os sofrem e são semelhantes aos de um ataque de pânico.

Que efeitos a adrenalina tem no nosso corpo?

A adrenalina está presente no cérebro como um elemento da cadeia metabólica dos neurotransmissores. Os neurotransmissores são substâncias armazenadas nos neurônios e transportadas de um para o outro para transmitir estímulos. A adrenalina pode atuar como um neurotransmissor, mas a verdade é que os mecanismos por meio dos quais a adrenalina é liberada no sistema nervoso ainda não são conhecidos. Também não sabemos se estão relacionados à libertação periférica.

Adrenalina

Normalmente, os efeitos da adrenalina no nosso organismo são os seguintes:

  • Aumenta a velocidade de contração do coração e provoca taquicardia.
  • Tem um duplo efeito nos vasos sanguíneos. Primeiro, provoca palidez na pele e, em seguida, torna-a mais avermelhada. Isso acontece ao dilatar os vasos sanguíneos.
  • Inicialmente, diminui a respiração. Então, seu efeito é estimulante, aumentando a taxa respiratória.
  • Dilata as pupilas.
  • Provoca uma alteração brusca do metabolismo das gorduras e dos carboidratos. Aumenta a glicose circulante no sangue, o que eleva a energia disponível.
  • Relaxa a fibra muscular das paredes do trato digestivo, diminuindo a atividade digestiva.

As descargas de adrenalina, de maneira abrupta, são acompanhadas de angústia, irritabilidade, tensão e inquietação. Este efeito no sistema nervoso central parece ser secundário aos efeitos cardiovasculares periféricos. Isto ocorre pelo fato da adrenalina do organismo não atravessar a barreira hematoencefálica. Isto é, não atinge o cérebro.

As descargas de adrenalina não são aleatórias

As descargas de adrenalina ocorrem em situações de tensão e medo ocorridas abruptamente. Quando o gatilho é o estresse, elas têm um caráter contínuo. O fenômeno básico é a excitação do sistema simpático, com uma liberação excessiva de adrenalina que, como resultado, coloca o organismo em uma situação de emergência chamada “lutar ou fugir”.

Juntamente com a adrenalina, a glândula suprarrenal também libera corticoides e outras catecolaminas, como a noradrenalina. Tudo isso ativa o sistema defensivo e de reserva do organismo. Desta forma, o prepara para qualquer eventualidade.

Assim, a pressão arterial aumenta, a atividade digestiva diminui e o suor e o tônus ​​muscular aumentam. No começo, isso é útil para controlar os movimentos; no entanto, se exceder um determinado limite, pode alterar a coordenação.

Essas descargas de adrenalina são associadas a uma sensação de ameaça. Essa ameaça pode ser real ou imaginária. Isso pode acontecer por causa de um susto, da aparição inesperada de alguém ou simplesmente devido à pergunta de um professor em sala de aula (sem esquecer o estresse).

Efeitos das descargas de adrenalina

As descargas de adrenalina não são perigosas

As descargas de adrenalina não representam uma situação grave ou anômala, embora possam assustar quem sofre com elas. No entanto, se perpetuadas a longo prazo, exercem efeitos prejudiciais, debilitando o organismo e mantendo-o em um estado constante de fadiga.

Se você é propenso a sofrê-las, saiba que é possível diminuir a frequência e a intensidade das descargas de adrenalina através do uso de técnicas de relaxamento ou mudanças em seu estilo de vida. Técnicas de desativação fisiológica, como a respiração diafragmática ou o treinamento em relaxamento muscular progressivo, geralmente dão resultados muito bons.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.