O que são as distorções cognitivas?
As distorções cognitivas são basicamente maneiras erradas de processar uma informação, ou seja, interpretações erradas do que ocorre ao nosso redor, gerando múltiplas consequências negativas. As pessoas que sofrem de depressão têm uma visão da realidade na qual as distorções cognitivas exercem um papel principal. Em maior ou menor medida, todos nós podemos apresentar, alguma vez na vida, algum tipo de distorção cognitiva e saber detectá-las e analisá-las nos ajudará a ter a mente mais clara, desenvolvendo atitudes mais realistas e, acima de tudo, positivas. Apresentamos abaixo as distorções cognitivas mais importantes.
Personalização
A pessoa se sente 100% responsável pelos acontecimentos dos quais participou, inclusive aqueles em que não participou de maneira alguma. Por exemplo, o filho da Ana fez uma prova e não passou. Ana pensa logo ter fracassado na educação de seu filho, acha que cometeu algum erro, porque se tivesse feito tudo certo, seu filho teria sido aprovado.
Filtro negativo
Consiste em transformar aspectos negativos e inadequados como sendo centro de nossa atenção, de acordo com esquemas criados por nós mesmos, e ignorar o resto da informação. O negativo é filtrado, enquanto o positivo é esquecido. Exemplo: Maria preparou um bolo para o seu aniversário e convidou nove amigas. Quase todas adoram o bolo de Maria, com exceção de Laura, que diz que a calda de chocolate não está muito gostosa. Maria se sente mal por isso e passa a achar que o bolo está horrível. – Ela só absorveu o negativo, omitiu totalmente os aspectos positivos.
Generalização
É a tendência que temos em acreditar que se aconteceu uma vez, acontecerá em todas as outras vezes. Por exemplo: Pedro terminou com Sônia depois de dois anos e meio de namoro. Pedro logo pensa “ninguém mais vai me querer”, “nunca mais encontrarei alguém que queira ficar comigo”.
Maximização e minimização
Essa distorção cognitiva consiste em maximizar os próprios erros e os acertos dos demais e, minimizar os próprios acertos e os erros dos outros. “Não importa quantos acertos tive no passado, eles já não têm importância. O que importa agora é que cometi um erro gravíssimo.”
Pensamento dicotômico
Consiste na extrema valorização de acontecimentos, sem levar em conta aspectos intermediários. Classificar as coisas como brancas ou pretas, verdadeiras ou falsas. Por exemplo: “Se este trabalho não ficar perfeito, meu esforço não terá valido nada, será um desastre!”, ou quando uma pessoa não encontra emprego e pensa “sou completamente inútil!”.
Raciocínio emocional
Se refere à suposição de que suas emoções refletem as coisas como elas são. É acreditar que o que você sente no momento é o correto e verdadeiro. Se uma pessoa se sente irritada é só porque alguém fez algo para irritá-la. “Estou me sentindo uma incompetente, logo sou totalmente incompetente!” ou “Eu sinto que é assim, consequentemente isso tem que ser verdade.”
Afirmações como “deveria fazer isso…”
São crenças rígidas e inflexíveis de como nós ou os demais deveríamos ser. As exigências concentradas em você mesmo favorecem a autocrítica, enquanto as dirigidas aos demais favorecem a raiva, a ira e a agressividade. Alguns exemplos podem ser: “deveria ter dado mais atenção ao meu marido, assim ele não teria me deixado”, “Não devo cometer erros”, “Os outros devem se portar bem comigo” ou “Preciso gostar de todos.”
Estar sempre certo
Consiste em afirmar que determinadas suposições são certas, mesmo que não exista nenhuma evidência para comprovar isso. Existem duas formas:
- Adivinhação do pensamento: Acreditar que sabe o que os outros pensam e o motivo de se comportarem como se comportam. “O que ele quer é me deixar nervoso!”, “O que ele quer é rir de mim!”, “Eles sentem pena de mim!” ou “Ela só está com você por dinheiro!”
- Adivinhação do futuro: Esperar que nada dê certo, sem sequer permitir a possibilidade de que sejam razoáveis ou positivas. “Tenho certeza de que vou reprovar.”
Rotulagem
Utilizar rótulos pejorativos para descrever a si mesmo, ao invés de descrever seus feitos e qualidades com objetividade e exatidão. Por exemplo: “Sou um inútil!” ao invés de “Cometi um erro, mas nem sempre faço isso.”
Agora que você já conhece algumas das distorções, entendê-las e aprender a lidar com elas é o mais certo a se fazer.
Siga em frente!