Fazer com que seja divertido: uma técnica infalível para ensinar crianças

Fazer com que seja divertido: uma técnica infalível para ensinar crianças

Última atualização: 27 agosto, 2017

Talvez, quando José Luis Cortés afirmou que “às vezes, sorrir é a melhor maneira de contribuir para mudar o mundo”, ele estivesse sendo excessivamente ambicioso. No entanto, um detalhe parece evidente: fazer com que seja divertido talvez não mude todo o conjunto de sociedades, mas pode fazer toda a diferença para as crianças.

São muitos os estudos científicos que demonstraram o valor da risada e da diversão em todos os níveis. Seja no plano físico ou no psicológico, sentir-se bem e deixar as coisas divertidas é ótimo para aprender. Além disso, é um analgésico natural porque ativa a liberação de dopamina e de serotonina e promove o bem-estar. Assim, se é útil para combater o estresse ou a depressão, por que não vai ser positivo para educar nossas crianças e reduzir seus níveis de ansiedade?

“O dia mais irremediavelmente perdido é aquele em que não há risadas.”
– Nicolás Sebastien Roch Chamfort –

Segundo a ciência, tornar algo divertido faz com que as crianças aprendam

Um novo estudo científico vem se juntar à legião de pesquisas que comprovam o grande valor do riso. Dessa vez, foram psicólogos da Université Paris Ouest Nanterre La Défense.

Segundo esse grupo de psicólogos, o riso é um ótimo medicamento para o corpo. Mas não é só isso, ele também é maravilhoso quando aplicado na aprendizagem infantil. De fato, segundo os dados obtidos, as crianças aprendem melhor quando riem. Enquanto riem.

Aprender pode ser divertido

Como descobriram esse efeito do riso? Primeiro, perguntou-se qual efeito teria o senso de humor na capacidade de aprender das crianças. Dessa forma, foi criado um grupo de 53 crianças com aproximadamente 18 meses de idade. A tarefa a realizar era aprender a usar um objeto para alcançar um brinquedo que, de outro modo, não poderiam conseguir. O objetivo era que as crianças aprendessem depois de ver como um adulto fazia.

As crianças, divididas em dois grupos, demonstraram diferentes resultados depois de assistir a vídeos um pouco diferentes. Por um lado, o grupo no qual o adulto agiu de maneira simpática foi mais sonhador e incongruente e, definitivamente, essas crianças riram. Elas, após se divertirem, imitaram melhor que o outro grupo os movimentos do adulto para alcançar o brinquedo. E mais, 94% alcançaram o objeto, enquanto no outro grupo apenas 25% concluíram a tarefa.

Tornar o aprendizado divertido muda o cérebro infantil

Não foi apresentada uma explicação clara sobre os efeitos obtidos. No entanto, especulou-se que o riso pode mudar a química cerebral. Ao gerar diversão e emoções positivas, aumentaria o nível de dopamina.

A dopamina é um neurotransmissor que está envolvido nos processos cognitivos cerebrais. Segundo as observações, tal neurotransmissor é sensível às mudanças no córtex pré-frontal das crianças. Dessa maneira, influencia a nível celular os neurônios do córtex pré-frontal. Potencializa a excitação das camadas mais profundas, estimula o aprendizado e facilita uma boa regulação dos processos cognitivos.

E mais, vale relembrar que os baixos níveis de dopamina, segundo muitos estudos, afetam a memória. Assim, seu déficit é claramente prejudicial em todos os aspectos.

A diversão como foco de atenção

Está claro que as atividades divertidas são maravilhosas para a aprendizagem. De fato, em um estudo realizado por uma equipe multidisciplinar da Sam Houston State University, demonstrou-se que os estudantes se lembravam mais quando o professor incluía brincadeiras enquanto falava de um determinado tema.

Parece bastante evidente que tornar o momento divertido é uma técnica infalível para a aprendizagem infantil. Nesse sentido, criar um ambiente descontraído e íntimo, que afaste a ansiedade e o estresse, favorece a capacidade de atenção das crianças.

Fazer algo divertido com as crianças

Não resta dúvidas de que quando nos divertimos, aprender e prestar atenção é muito mais fácil. De fato, essa parece ser uma realidade perfeitamente aplicável tanto no mundo das crianças quanto no dos adultos.

“Quando se é jovem, se sorri no vigor da idade e da inocência; quando se é velho, na riqueza da experiência.”
-Papa João XXIII–

Assim, pense bem sobre esse assunto. Como adultos, professores, monitores, educadores ou simplesmente seres sociais, se fizermos com que algo se torne divertido, vai ser muito mais fácil que outras pessoas, crianças e adultos, aprendam com mais facilidade. Vamos todos colocar isso em prática?


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