Glândulas pituitária e pineal: funções e características
As glândulas pituitária e pineal regulam grande parte de nossos processos hormonais. Elas são aquele pequeno centro de poder em nosso cérebro que Descartes definiu como a assento de nossa alma. Igualmente, este sofisticado laboratório químico medeia processos básicos como o nosso descanso e relaxamento, o nosso envelhecimento, o equilíbrio da tiroide…
Toda vez que procuramos informações sobre essas pequenas glândulas, é comum encontrar várias referências do mundo espiritual. Isso não é tão surpreendente. Esse “terceiro olho” se conecta para muitos com o nosso lado mais mágico e intuitivo. Agora, além deste universo energético e transcendental, a impressão dessas estruturas em nossa cultura se deve ao fato de elas estarem conectadas aos ciclos de luz e escuridão.
Elas são chamadas glândulas mestras ou até mesmo nosso terceiro olho. As glândulas pituitária e pineal configuram a fábrica que regula nossos hormônios para garantir nosso equilíbrio e bem-estar.
O ser humano governa seus ritmos biológicos em sintonia com a natureza. A luz solar configura o canal que estimula os pequenos núcleos do nosso cérebro. As glândulas pituitária e pineal são como condutores de uma orquestra. Elas são as que guiam nosso crescimento, maturidade sexual, temperatura e até nossas emoções a um ritmo perfeito…
Qualquer pequeno desequilíbrio afeta diretamente nosso bem-estar.
Glândulas pituitária e pineal: quais são suas funções?
Existe uma ideia muito marcante relacionada às glândulas pituitária e pineal. Por serem tão pequenas (pouco menos de 8 mm), recebem um grande fluxo sanguíneo. Portanto, sua relevância é decisiva. Por sua vez, não podemos negligenciar outro detalhe: elas são muito sensíveis aos nossos estilos de vida.
Vamos ver em detalhes a função de cada um deles.
Glândula pituitária ou hipófise
Um aspecto fascinante desta glândula é a maneira como ela se conecta com o meio ambiente. Com base em todas as informações que recebe de nossos sentidos e do tálamo, libera uma série de hormônios com os quais podemos nos ajustar e reagir muito melhor às exigências do exterior.
- A glândula pituitária ou hipófise facilita a conexão social e nos ajuda a reagir aos perigos.
- Promove a liberação de ocitocina para fortalecer nosso vínculo com nossos parceiros, filhos, etc.
- Estimula a liberação de hormônios adrenais para que possamos resistir melhor ao estresse.
- A glândula pituitária também funciona em conjunto com o hipotálamo.
- Essa última estrutura, relacionada às nossas emoções e à nossa memória, também é influenciada pela glândula pituitária.
- Assim, e graças a essa união, o que pensamos e percebemos através dos sentidos se traduz em um estado emocional.
Por outro lado, também é importante destacar o envolvimento dessa glândula com certos processos biológicos:
- Regula o metabolismo.
- Estimula o hormônio estimulador (TSH) e o hormônio luteinizante (LH), que liberam estrogênio, testosterona e progesterona.
- Estimula a prolactina, necessária para a produção de leite.
- Também regula a produção de melanócitos para cuidar da pigmentação da pele.
- Estimula o hormônio do crescimento e o desenvolvimento humano.
A glândula pineal: o regulador de ciclos
As glândulas pituitária e pineal compartilham funções e estão próximas uma da outra. No entanto, esta última é a que sempre despertou maior interesse do ponto de vista místico e espiritual. Talvez seja devido à sua forma de árvore, talvez por causa de sua fragilidade ou porque precisa da escuridão para funcionar de forma eficaz.
Se nos referirmos à sua fragilidade, não é menos surpreendente: quando chegamos à adolescência, sua atividade começa a diminuir. Tanto é que é comum atingir a idade adulta com uma glândula pineal que já começa a mostrar sinais de calcificação. Sua sensibilidade ao nosso ambiente, alimentos, toxinas ambientais e nosso estilo de vida, por vezes, reduz o seu bom funcionamento. Veremos agora quais processos a glândula pineal regula:
- Regula o nosso ritmo circadiano e induz o sono.
- A glândula pineal precisa da escuridão para secretar melatonina.
- Também é fundamental na maturação sexual.
- Uma alteração na glândula pineal pode mediar até o início do distúrbio afetivo estacional e da depressão.
Como podemos cuidar melhor das glândulas pituitária e pineal?
Atualmente, o interesse pelas glândulas pituitária e pineal está aumentando. Além do campo místico e espiritual, encontramos mais e mais estudos sobre o assunto orientados para o público em geral. Um exemplo é o Journal of Pineal Research, onde estudos interessantes e práticos sobre esse “terceiro olho” com funções endócrinas são publicados.
Essas estruturas são o exemplo claro de como nosso sistema endócrino também influencia nosso comportamento e personalidade. De fato, algo bem conhecido é o impacto que doenças como hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem ter em nossas vidas. Não só o nosso metabolismo ou o nosso peso é afetado. O nosso estado de espírito e até mesmo o nosso repouso noturno são afetados por essa alteração hormonal.
Portanto, nunca é fácil saber como podemos cuidar melhor dessas estruturas. As glândulas pituitária e pineal, sem dúvida, agradecerão se levarmos em consideração essas propostas.
- Mantenha a alimentação o mais natural possível, livre de pesticidas, corantes, conservantes…
- Alimentos orgânicos consumidos na forma fresca reduzem a calcificação da glândula pineal.
- Também é aconselhável melhorar a ingestão de vitaminas D, A e B, assim como minerais como magnésio ou manganês.
- Seria ideal se nos ajustássemos sempre aos ciclos da natureza. Se vivêssemos em harmonia com as horas de luz e descansássemos com a escuridão, essas glândulas agradeceriam.
- Também é aconselhável reduzir ou cuidar da nossa exposição à luz azul dos dispositivos eletrônicos.
Para concluir, basta salientar que entre essas duas glândulas a mais importante é, sem dúvida, a glândula pituitária ou hipófise. É a estrutura endócrina mais relevante, porque é aquela que praticamente regula todos os processos do nosso organismo. Vale a pena cuidar dela, e para isso, basta ajustar nosso estilo de vida a uma abordagem mais saudável e mais alinhada com o desenvolvimento natural do dia.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Kandel, E.R.; Schwartz, J.H. & Jessell, T.M. (2001). Principios de neurociencia. Cuarta edición. McGraw-Hill Interamericana. Madrid.
- Frank H. Netter, Peter H. Forsham,Emilio Gelpi Monteys (1998). Sistema Endocrino y Enfermedades Metabólicas. España: Masson