Hemisférios cerebrais e personalidade: um mito cai por terra?

Hemisférios cerebrais e personalidade: um mito cai por terra?

Última atualização: 10 abril, 2015

Faz tempo, de acordo com o que se conhece sobre personalidade e hemisférios cerebrais, que se costuma dividir as pessoas em dois grandes grupos: aqueles que são analíticos, detalhistas e que orientam suas ações de forma lógica, e aqueles que são mais “subjetivos”, reflexivos e que em todo ato humano imprimem seu selo único de criatividade e emoção. 

Durante muitos anos vem se dizendo que as pessoas pertencentes ao primeiro grupo tem uma preponderância do hemisfério esquerdo do cérebro, enquanto que as pessoas do segundo grupo tem uma liderança da parte direita. Mas, o que a ciência diz agora sobre esse mito que foi sugerido e tão bem acolhido um dia?

O trabalho dos cientistas

Na universidade de Utah, cientistas especializados em neurociência descobriram, por meio de escaneamentos cerebrais, que não há evidência que prove a predominância de um hemisfério do cérebro sobre o outro. Esse fato colocou em dúvida o mito popular que defendia a personalidade dos indivíduos tem como fundamento o desenvolvimento das nossas diferentes partes do cérebro.

Após estudar 1011 pessoas, estudos cerebrais não conseguiram encontrar uma relação no uso dos diferentes hemisférios. O autor principal desse estudo, Jeff Anderson, afirmou que apesar de as funções cerebrais se produzirem em um lado o outro do cérebro (por exemplo, a linguagem se localiza no lado esquerdo do cérebro e o centro de atenção no lado direito), não quer dizer que as pessoas tenham uma rede neuronal maior do lado direito ou esquerdo.

O estudo liderado por Anderson teve como base o uso da Ressonância Magnética Funcional (conhecida como FRMI), por meio da qual se pôde analisar a atividade cerebral em repouso e encontrar assim uma correlação entre as regiões do cérebro, que foi dividido em 7000 zonas.

Examinando as regiões cerebrais mais laterais e buscando conexões e combinações, os cientistas concluíram que, se há uma conexão que se lateralize para a esquerda, também deve existir uma conexão totalmente lateralizada para a direita, provocando, assim, pares contrários de conexões. Esses resultados são, sem dúvida alguma, revolucionários, já que derrubam por terra a tão arraigada teoria da predominância de um hemisfério cerebral sobre o outro.

Conclusões gerais

Anderson conclui que, ao não haver detectado padrões que deixem em evidência que um hemisfério tenha maior governo do que o outro sobre a rede neuronal, o mais provável é que as personalidades não tenham relação alguma com a atividade ou conexão entre os hemisférios. 

Agora já sabe: a próxima vez que lhe perguntarem por que tem boas habilidades em matemática ou em artes, provavelmente deve atribuir suas destrezas aos seus próprios gostos ou a entornos sociais, já que “neurocientificamente” falando, parece que os hemisférios do seu cérebro não tem nada a ver com isso.


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