O impacto das redes sociais na saúde mental

Ao adotar uma abordagem consciente e equilibrada nas redes sociais, podemos promover um maior bem-estar emocional e viver uma vida mais plena e satisfatória.
O impacto das redes sociais na saúde mental

Escrito por Pablo Ramírez

Última atualização: 16 abril, 2024

Vivemos numa era moderna na qual as redes sociais se tornaram um aliado fundamental nas nossas vidas, transformando a forma como comunicamos e interagimos com o mundo que nos rodeia. Porém, por trás das vantagens que essas plataformas oferecem, sua saúde mental pode ficar comprometida.

Quer se trate de uma comparação contínua com outras pessoas ou da exposição a conteúdos negativos, as redes sociais podem desencadear uma variedade de emoções, como ansiedade e depressão. Portanto, reconhecer a influência dessas plataformas é crucial para preservar o bem-estar emocional.

Como as mídias sociais podem afetar sua saúde mental?

Durante as últimas décadas, temos testemunhado o crescimento exponencial das redes sociais e a sua imersão na vida quotidiana humana. Segundo a página de dados do Statista, estima-se que até 2024 haverá 5,17 bilhões de utilizadores em plataformas como Facebook, X, Instagram, TikTok e YouTube. O que representa quase 63% da população mundial.

No entanto, esse fenômeno não está isento de desafios que podem alterar o bem-estar emocional de crianças, adolescentes e adultos. E, além de evitar o uso excessivo das redes, é fundamental se proteger do cyberbullying, um problema que pode ter consequências devastadoras para a saúde mental de quem o vivencia.

Aqui estão algumas maneiras pelas quais a mídia social pode afetar seu bem-estar emocional:

1. Baixa autoestima e alteração da autopercepção

Adolescente com baixa autoestima devido ao cyberbullying
O cyberbullying e os comentários negativos podem levar à baixa autoestima nos adolescentes.

Navegar nas redes sociais é abrir uma porta para um mundo de aparente perfeição, felicidade e padrões de beleza inatingíveis. Cada imagem cuidadosamente editada e atualização de status parecem transmitir uma narrativa de sucesso e realização pessoal. Mas, na maioria dos casos, são realidades distantes da nossa.

Quando não temos uma boa autoestima, a comparação social prejudicial pode afetar a percepção que temos de nós mesmos. Isso pode levar a sentimentos de inadequação, inveja e insegurança, o que deteriora a autoestima e o bem-estar mental.

Um estudo publicado na revista Addictive Behaviors envolvendo 23.592 pessoas sugeriu que o uso excessivo e viciante das redes sociais está relacionado ao narcisismo e à baixa autoestima. Um problema ligado à necessidade de atenção e validação, e que costuma afetar mais as mulheres jovens e solteiras.



2. Ansiedade e FOMO (Fear of Missing Out)

FOMO, ou o medo de perder, é a preocupação de não estar ciente do conteúdo e das interações on-line. Segundo pesquisa do International Journal of Environmental Research and Public Health, o FOMO pode causar ansiedade, atrapalhar o sono, afetar a concentração e gerar dependência de redes sociais.

Da mesma forma, essa pressão incansável para estarmos sempre conectados e atentos ao que se passa na internet pode levar ao aumento dos níveis de estresse, bem como a dificuldades em desligar-se e relaxar. Além disso, pode levar a comportamentos compulsivos, como verificar obsessivamente as redes sociais.

3. Dependência e vício

Jovem sentado em um sofá e emocionado com o que vê nas redes sociais
É fundamental procurar ajuda profissional quando o uso excessivo das redes sociais afeta o seu dia a dia.

A dependência das redes sociais se manifesta em comportamentos como a necessidade compulsiva de verificar frequentemente as notificações, a dificuldade de permanecer on-line por longos períodos de tempo e a sensação de mal-estar ou ansiedade quando não é possível acessar a internet.

Essa dependência pode interferir no dia a dia, afetando as relações interpessoais, o desempenho acadêmico ou profissional e a saúde mental geral das pessoas.

Por outro lado, a dependência das redes sociais pode ser ainda mais grave e ter um impacto devastador na saúde mental, aumentando o risco de depressão, ansiedade, solidão e baixa autoestima. Isso se caracteriza pela dedicação excessiva de tempo às redes em detrimento de outras atividades importantes.

4. Isolamento social e desconexão

O uso excessivo das redes sociais pode levar a uma diminuição na quantidade e na qualidade do tempo que passamos com amigos e entes queridos no mundo real. Em vez de interagir com as pessoas ao nosso redor, podemos ficar absortos nas telas, perdendo oportunidades valiosas de conexão genuína e apoio emocional.

O que foi dito acima é muito preocupante, pois, segundo estudo publicado na revista Addictive Behaviors, apenas o apoio na vida real está ligado a sentir-se menos deprimido, ansioso e sozinho. Isso sugere que o contato real é mais importante para a nossa saúde mental do que as interações on-line.

5. Esgotamento e fadiga mental

Quando passamos muito tempo em frente às telas dos nossos dispositivos, nosso cérebro fica sobrecarregado com informações e estímulos constantes. Isso pode nos levar a nos sentir exaustos.

A exaustão mental pode se manifestar como dificuldade de concentração, falta de motivação e sensação geral de cansaço. Por sua vez, a exposição constante às redes sociais pode interferir no nosso sono, agravando ainda mais o cansaço mental e físico.



Use as redes sociais com sabedoria e cuide da sua saúde mental

Seu bem-estar emocional é uma prioridade, e tomar decisões sobre o uso saudável das redes sociais pode fazer uma grande diferença em como você se sente no dia a dia. Portanto, priorize as interações pessoais com seus entes queridos, pratique a desconexão digital, proteja-se do cyberbullying e procure ajuda profissional, se necessário.


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