A indiferença das pessoas passivo-agressivas 

A indiferença das pessoas passivo-agressivas 
Sergio De Dios González

Revisado e aprovado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Escrito por Sonia Budner

Última atualização: 22 dezembro, 2022

As personalidades passivo-agressivas costumam se esconder por trás de uma aparente depressão. Mostram-se frágeis e precisam de ajuda, mas a verdade é que por trás desta imagem têm comportamentos deliberados que fingem ser acidentais. A indiferença das pessoas passivo-agressivas é uma das muitas armas existentes, com as quais elas lidam com muita habilidade.

São pessoas que vivem em um profundo ressentimento e castigam passivamente qualquer um que se aproxime delas. São impossíveis de tratar a nível comunicativo. Não sabem ou não têm intenção alguma de se expressar, mas são capazes de acumular muita raiva e muita ira contida nos silêncios.

O que são as personalidades passivo-agressivas?

As pessoas passivo-agressivas correspondem a um tipo de personalidade que se concentra exclusivamente no lado negativo de suas vidas e das vias alheias.

São incapazes de se envolver em relações pessoais. São pessoas muito sensíveis a críticas e costumam ter bastante mau humor. Suas queixas são intermináveis e nenhuma solução para os seus problemas, sejam eles reais ou imaginários, parece ser boa.

Homem passivo-agressivo

Raramente possuem amigos íntimos. Mantêm relações quase exclusivamente com familiares muito próximos. No geral, são muito prudentes no trato com os demais e carecem de habilidades sociais. Os demais sempre são os culpados pelas suas frustrações. Sabem como lidar com todas as pessoas próximas para injetar nelas o seu veneno.

A maioria dessas pessoas pensa que as demais não lhes dão a atenção que merecem. Precisam ter para elas a atenção dos demais. Pensam que não são valorizadas o suficiente e que, na maioria das vezes, são tratadas de forma injusta. 

Esquecem suas obrigações e se esquivam de compromissos. Quando não podem fazer isso, dramatizam um esforço maior do que o necessário para realizar a tarefa. Os favores feitos por elas sempre aparentam ser um grande sacrifício.

A indiferença nas pessoas passivo-agressivas

Essas pessoas têm muita dificuldade em manter um debate com alguém. Não têm nenhuma capacidade assertiva e temem ganhar a rejeição dos demais com as suas opiniões. Sentem-se cômodas quando a conversa gira em torno de outras pessoas: sentem-se “a salvo” em contextos como esse.

O silêncio e o sarcasmo depreciativo são os dois pilares da indiferença dessas pessoas. Evitam se envolver em atividades em grupo porque sentem um grande desprezo pelo talento alheio. Preferem julgar os demais à distância, sem intervir para evitar serem julgadas.

A indiferença das pessoas passivo-agressivas é uma forma de vingança e de manipulação que cria um grande mal-estar em quem sofre dela. É um tipo de interação que provoca muita tensão mental. Submetem as pessoas a sua volta a um silêncio agressivo e a maus-tratos encobertos. Suas vítimas entram em um ciclo interminável de conjeturas diante da falta de respostas claras. 

O único objetivo da indiferença das pessoas passivo-agressivas é o de fazer com que os demais se sintam mal pelas carências que elas têm. Assim, podem culpar os demais por algo que elas mesmas fizeram ou encobrir alguma inveja mal resolvida. São pessoas que desgastam, literalmente, todo mundo.

Vítimas das pessoas passivo-agressivas

Suas principais vítimas são pessoas generosas que se veem atraídas pela imagem que as pessoas passivo-agressivas são especialistas em oferecer. Essas pessoas sempre dizem estar precisando de ajuda e de proteção.

Este tipo de personalidade não gosta que ninguém gerencie as situações, mas ao mesmo tempo é capaz de censurar os demais caso assumam o controle.

Costumam cair em suas mãos pessoas que “precisam que precisem delas”. Pessoas que se sentem bem sendo “necessitadas”. É delas que as passivo-agressivas se alimentam. Seus silêncios e sua indiferença podem durar dias. Se perguntarem a elas o motivo de agirem assim, dirão que isso é fruto da sua imaginação. 

Infelizmente, as pessoas passivo-agressivas têm poucas probabilidades de mudança. É preciso pensar que elas costumam vir de ambientes familiares onde as atitudes passivo-agressivas eram as dominantes. 

Estas foram as referências que elas tiveram. Por isso é tão difícil provocar uma mudança nelas. Elas aprenderam que a manipulação passiva é a única forma que têm de conseguir posições de poder em suas relações.

Mulher que sofre com pessoas passivo-agressivas

Como agir diante da indiferença das pessoas passivo-agressivas?

O conselho mais sábio, quando pode ser seguido, é o de se afastar o máximo possível desse tipo de gente. No entanto, existem circunstâncias nas quais não podemos fazer esta escolha.

Nós não escolhemos algumas pessoas que estão na nossa vida nem podemos nos afastar delas como gostaríamos. Existem muitos casos de mães, pais e familiares muito próximos em situação de dependência com esta personalidade.

A única forma de interagir com pessoas passivo-agressivas sem correr perigo é não ceder ao seu controle.

É preciso impor limites e não se deixar envolver pela sua indiferença e pelas suas críticas amargas. É preciso parar e reconhecer que, por trás da armadura venenosa que vestem, se esconde alguém cheio de carências. Alguém que busca, acima de tudo, projetar a sua frustração nos demais. E é necessário fazê-lo antes que te façam cair na mesma situação na qual elas estão.

Manter a calma é a melhor arma contra um passivo-agressivo. O que essa pessoa quer é controlá-lo e fazer você se sentir mal para aliviar momentaneamente seu próprio mal-estar. A melhor forma de conseguir isso é observando essas pessoas como crianças assustadas, com um ego excessivo e uma necessidade de sempre conseguir o que querem.

Para finalizar, devemos lembrar que existe uma certa controvérsia sobre a inclusão ou não nos diferentes manuais diagnósticos sobre o transtorno de personalidade passivo-agressivo.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.