Manicômio Global - Será loucura ou lucidez?
Vivemos em uma sociedade com olhos e braços que nos vigiam e interferem na nossa realidade, e sem pedir licença entra em nossa casa e consciência, onde já não se define mais o que é loucura ou lucidez. Uma sociedade dita como moderna onde o normal é ser estressado e ansioso, e o anormal é ser tranquilo, paciente, saudável emocionalmente. As pessoas estão previsíveis, não exercitam a imaginação, são alienadas e aceitam opiniões alheias. É difícil separar ilusão de realidade, é preciso estimular o pensar.
Carregamos muito peso inútil, e deixamos pelo caminho o precioso. Corremos sem parar e não percebemos o que se passa ao nosso redor, coisas que permitiriam alimentar a nossa alma, nosso ego, mas simplesmente passam por nós.
Somos inquilinos do ciclo da existência, porém o fato de viver não significa obedecer ao ciclo. A vida não apenas pode ser vivida, pode ser recriada a cada momento, do contrário seremos como um programa de computador.
A realidade é apenas um mundo de ilusão pessoal que cada um de nós imagina ser a verdade absoluta.
Down o high society – Estamos em guerra.
“Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society”
-Elis Regina-
Nesse trecho da música podemos entender que as pessoas não estão antenadas com o que está acontecendo no nosso país, preocupadas apenas com o que ganham, vivendo em função do dinheiro, enquanto a sociedade está em queda.
Que legado estamos construindo?
A loucura já é tão normal no nosso dia a dia que uma vida sem loucura, sem o dia agitado, insanidades no trabalho, no trânsito, no amor…fica sem graça. Como diz um ditado popular “sem sal e sem açúcar”, portanto a loucura é o estado normal e atual do ser humano.
Mas cuidado, é preciso dosar, controlar as emoções, caso contrário a loucura somente aumentará, e viveremos num manicômio, que tem por definição da palavra um local onde há pacientes com problemas mentais, ou seja, pessoas doentes emocionalmente.
E o que causa essa doença?
A pressa frenética para ter, fazer, ganhar, atuar…ter um corpo escultural, ser um profissional bem-sucedido, ter os melhores e mais atualizados aparelhos eletrônicos, ter status, enfim, tudo isso para passar uma imagem à sociedade de super-herói, porém tudo isso, em um dado momento, nos trava, doenças emocionais vem à tona, geradas por uma obsessão, um reconhecimento social.
Pessoas depressivas nunca foram tão comuns
Habilidades sociais estão sempre sendo treinadas para alcançar o auge, menos a habilidade emocional. Este território está ficando em último lugar, e só é percebido quando já não conseguem controlar os pensamentos intransigentes, causando doenças psíquicas e psicossomáticas, baixa autoestima, estresse, tristeza, dor de cabeça, dor de barriga, náuseas, vômitos, enjoo, esquecimento, perda do desejo sexual. Estes são alguns sintomas e doenças causadas pelo pensamento, e que posteriormente afetam a saúde física.
O organismo responde ao sentimento, pois tudo isso ocorre inconscientemente, causando mais dificuldade na hora de diagnosticar a doença.
- Não se deixe chegar a esse estágio.
- Redesenhe o seu estilo de vida.
- Repense os valores importantes na vida.
- Defina prioridades.
E se alguém lhe criticar, não ouça, faça igual a fábula de Monteiro Lobato em: A corrida dos sapinhos:
“Era uma vez uma corrida de sapinhos.
Eles tinham que subir uma grande ladeira, e do lado havia uma grande multidão, muita gente que vibrava com eles.
Começou a competição.
A multidão dizia:
– Não vão conseguir! Não vão conseguir!
Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo.
E a multidão a aclamar:
– Não vão conseguir! Não vão conseguir!
E os sapinhos iam desistindo, menos um, que subia tranquilo, sem esforço.
No final da competição, todos os sapinhos desistiram, menos aquele.
Todos queriam saber o que aconteceu, e quando foram perguntar ao sapinho como ele conseguiu chegar até o fim, descobriram que ele era SURDO!”
Quando decidimos sair da zona de conforto é normal sentir medo do novo e receber opiniões negativas a respeito, mas faça-se de surdo e não dê ouvidos à negatividade, faça o que for capaz para se sentir feliz, ter qualidade de vida, ter um equilíbrio entre o corpo e a mente.
“Vocês podem calar a minha voz, mas não os meus pensamentos! Vocês podem acorrentar o meu corpo, mas não a minha mente! Não serei plateia desta sociedade doente, serei autor da minha história! Os fracos querem controlar o mundo; os fortes o próprio ser! Os fracos usam as armas, os fortes as ideias.”
– Augusto Cury –