As melhores frases de Zenão de Cítio, o filósofo do pórtico
As frases de Zenão de Cítio estão relacionadas com as premissas básicas da sua escola de pensamento filosófico. A primeira delas é que existe uma ordem natural e racional das coisas. A segunda é que o bem consiste em se adaptar a essa ordem.
Zenão de Cítio foi o criador do estoicismo, apesar de alguns de seus sucessores, como Sêneca ou Marco Aurélio, terem sido mais famosos do que ele.
É conhecido como o filósofo do pórtico porque expunha seus ensinamentos sob um famoso pórtico decorado com belas pinturas. Boa parte de sua obra se perdeu, mas ainda conservamos muitas das frases de Zenão de Cítio.
Os estoicos defenderam uma vida baseada na razão, na prudência e na moderação dos prazeres. Além disso, muitas de suas reflexões se concentraram na ética. Isso é exatamente o que se vê nas frases de Zenão de Cítio: o interesse por inspirar uma forma de viver baseada nos valores.
“Um mau pressentimento é uma comoção da mente repugnante à razão, e contra a natureza”.
– Zenão de Cítio –
Frases de Zenão de Cítio sobre a força
Várias das frases de Zenão de Cítio exaltam o pensamento. Este é considerado o centro e a fonte de tudo. Uma de suas afirmações deixa ver, claramente, este princípio. Diz assim: “O pensamento deve ser mais forte do que a matéria, e a vontade mais poderosa do que o sofrimento físico e moral”.
Como podemos ver, para os estoicos o pensamento e a vontade estão acima de tudo. Neles, vê-se uma forte influência da metafísica, que posteriormente acabou influenciando o pensamento cristão.
A perda mais dolorosa
Esta é uma das frases de Zenão de Cítio que sobreviveu ao passar do tempo e que, ainda hoje em dia, é citada em diferentes contextos. Diz: “Nenhuma perda deve ser para nós mais sensível do que aquela do tempo, porque ela é irreparável”.
Muito além do sentido que existe com respeito ao desperdício do tempo, o essencial da frase está no aspecto irreparável dessa perda. O tempo transcorre e não podemos voltar atrás. Os momentos não podem ser repetidos. Os instantes que deixamos passar não voltarão mais.
Criar uma criança em um mundo negativo
Apesar dos estoicos começarem a filosofar uns dois séculos antes da nossa era, muitas de suas reflexões continuam tendo vigência no mundo atual. Esta afirmação, por exemplo, parece feita sob medida para o nosso presente: “Ao colocar a fé, a esperança e o amor juntos, você pode criar crianças positivas em um mundo negativo”.
Naquele momento, não existiam as ferramentas da psicologia e da pedagogia com as quais nós contamos hoje. No entanto, Zenão de Cítio fez esta afirmação tão válida. É muito interessante que ele indique a família como um núcleo básico, inclusive acima da sociedade.
Ouvir ou falar?
Esta é outra das frases de Zenão de Cítio que, ainda hoje, é repetida em todos os lugares. Diz assim: “Lembre-se de que a natureza nos deu dois ouvidos e uma boca para nos ensinar que vale mais ouvir do que falar”. Existem muitas variantes desta afirmação, mas com toda certeza ela acabou se tornando universal.
Trata-se de uma advertência para sermos cuidadosos com as palavras. Ela faz uma comparação com o fato de termos dois ouvidos e uma boca, porque é mais importante ouvir do que falar.
É outra das afirmações que continuam sendo bastante ditas, inclusive para os mais jovens. Uma exaltação da escuta e do discurso analítico.
A verdadeira sorte
Graças à obra de Sêneca, conhecemos uma das reviravoltas pelas quais Zenão de Cítio passou. Ele conta que o filósofo grego enviou todos os seus pertences em um barco que acabou naufragando pouco depois de zarpar. Quando lhe contaram, ele simplesmente disse: “A sorte quer que eu tenha mais liberdade para filosofar”.
Esta frase é um exemplo magistral da filosofia estoica. Essa escola nos invocava a aceitar e entender a realidade sempre como algo que responde a uma ordem racional. Nesse sentido, tudo que ocorre é fruto dessa ordem, e só nos resta entendê-la e aprender uma lição com ela.
Conta-se que Zenão de Cítio lecionou os seus ensinamentos por mais de 30 anos. Finalmente, quando ele sentiu que havia chegado o momento, optou por tirar a própria vida. Isto era muito comum entre os filósofos da sua época.
Ele tinha 72 anos quando morreu, mas o seu pensamento seguiu influenciando os filósofos de vários séculos posteriores.
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Cappelletti, A. J. (Ed.). (1996). Los estoicos antiguos. Gredos.