Mentes magnéticas: pessoas ávidas por aprender e se conectar emocionalmente

Mentes magnéticas: pessoas ávidas por aprender e se conectar emocionalmente
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

As mentes magnéticas se caracterizam por uma atração profunda pelo conhecimento, por experimentar, por sentir, por construir laços emocionalmente intensos com outras pessoas. São, em essência, corações ansiosos por procurar um sentido para a vida, mas ao não encontrá-lo de forma tão significativa, é comum que experimentem episódios depressivos ou de decepção profunda.

É bem provável que este termo, “mentes magnéticas”, seja muito novo, e até estranho. Podemos dizer que chegamos em uma época onde todos os dias são etiquetados mais perfis de personalidade, mais comportamentos, mais focos vitais. Este que hoje ocupa nosso artigo não é tão novo quanto pensamos, apareceu no ano 2000 graças a um livro da psicóloga Mary-Elaine Jacobsen, com o título “O adulto magnético, um guia sobre o gênio cotidiano”.

“Conforme vamos adquirindo conhecimento, as coisas não se tornan mais compreensíveis, e sim mais misteriosas”.
– Albert Schweitzer –

O que esta autora e outros muitos psicológicos viram durante anos em suas consultas é um determinado perfil de personalidade que, até pouco tempo, ninguém havia nomeado. São pessoas que brilham, que deslumbram não só por seus conhecimentos, e sim, antes de mais nada, por sua grande sensibilidade, por sua intensa paixão pela vida e por ideais, em certas ocasiões, muito elevados.

Anseiam por conseguir um futuro profissional gratificante e de acordo com seus talentos, querem encontrar parceiros para experimentar emoções intensas e criar uma vida significativa, buscam amigos para se conectarem também de forma intelectual e emocionalmente. Podemos dizer que para estas pessoas não existem meios termos, tudo deve ser intenso, tudo deve conferir um sentido revelador e quase mágico para poder crescer.

Como já podemos imaginar, este estilo de personalidade vive em uma contradição contínua. Suas expectativas e sua mente magnética, mas antes de tudo sensível, se chocam quase de forma constante com a dura realidade.

Homem de gorro sozinho

Características das mentes magnéticas

É comum que confundam as mentes magnéticas com as mentes intelectualmente privilegiadas ou com um QI elevado. Cabe dizer que nem sempre é assim. Estamos diante de pessoas com uma grande capacidade de sucesso, pessoas curiosas, ávidas por acumular conhecimentos e experiências, e primeiramente, por desfrutar emocionalmente de todo o processo.

Vejamos a seguir mais características.

As mentes magnéticas funcionam muito rápido

As mentes magnéticas têm um pensamento rápido. De um conceito escalam para outro mais profundo e depois pulam para outra ideia, e depois outra mais. Elas se interessam por muitas coisas por vez e tentam se aprofundar nelas, porque são curiosos, têm uma necessidade quase incansável por saber, por descobrir.

Suas mentes trabalham muito rápido, estão atentos a todos os estímulos e, em certas ocasiões, se frustam por não poder chegar a todas esses sinais, a tudo aquilo que os rodeia.

Uma empatia quase dolorosa

Uma de suas características mais notáveis é sua capacidade de se conectar com os demais. Assim como seu próprio nome indica, são “magnéticos”, têm uma grande facilidade na hora de captar as necessidades alheias, de ler emoções, de conhecer os interesses dos demais. No entanto, se existe algo que esperam é serem correspondidos do mesmo modo, com a mesma intensidade emocional.

Como isso nem sempre ocorre, experimentam a decepção de forma desesperadora, as críticas, as enganações e a frieza emocional os machucam de um modo quase devastador.

As mentes magnéticas sempre recebem a mesma crítica

As pessoas que conhecem uma mente magnética sempre indicam o mesmo: “são muito apaixonados”, “são muito sensíveis”, “são muito dramáticos”, “vão muito rápido”… “Muito, muito, muito” é a eterna ladainha que este tipo de personalidade costuma enfrentar.

Mulher brincando com coração

Eles pensam que “nada é suficiente”

Aqui chega a eterna contradição das mentes magnéticas: pensar que mesmo que todo o seu entorno opine que vivam no excesso contínuo (principalmente no plano emocional) eles pensam que sempre lhes falta algo, que seus vazios são tremendos e que devem se esforçar mais, que devem alcançar muitas coisas mais.

A insatisfação é eterna, porque não conseguem relações pessoais significativas, porque a vida segue sem ter sentido e porque, talvez, deveriam se esforçar muito mais para isso e aquilo…

Pensadores profundos com corações sensíveis

Se existe algo que as mentes magnéticas desejam é conhecer um parceiro efetivo que as desafie emocional e mentalmente. Essa é, sem dúvidas, uma de suas metas mais elevadas e, por sua vez, uma de suas mais profundas frustrações.

Assim, é comum que passem épocas muito complexas, épocas de grande ansiedade ou até mesmo de depressão. Sua sensibilidade é muito profunda e é comum que nesses dias ou meses de isolamento, se dediquem a aprofundar ainda mais seus pensamentos, a tentar esquecer suas decepções sumindo nos livros, em novos cursos, acumulando conhecimento.

Pessoa tomando café e lendo um livro

Para concluir, o que as mentes magnéticas mais precisam é se sentirem realizadas e aceitas. Algo assim nunca é fácil para quem vive em uma frequência emocional tão elevada e na ânsia contínua e incansável por acumular sabedoria, com a finalidade de encontrar um sentido para a vida.

Encontrar este “norte” magnético não é fácil, sabemos. Logo, devem aprender a ter os pés no chão, a achar um equilíbrio interno e entender que a vida tem o sentido que queremos dar a ela, e que muitas das respostas nem sempre estão no exterior ou ao lado de ninguém, e sim no interior que precisa ser nutrido e valorizado.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.