Mindfulness, a arte de estar no aqui e agora

Mindfulness, a arte de estar no aqui e agora

Última atualização: 14 janeiro, 2016

Você sabe o que é mindfulness? Nas sociedades orientais, a prática da meditação é muito comum desde a antiguidade. Esta disciplina, orientada para encontrar o equilíbrio espiritual, começou a ser introduzida no Ocidente na década de setenta.

A mindfulness, também chamada de atenção ou consciência plena, é uma das aplicações práticas da meditação, usada na psicologia para tratamento de estresse, ansiedade e depressão.

“Não fique no passado,

não sonhe com o futuro,

concentre sua mente no momento presente”.

– Buda –

O que é exatamente a mindfulness?

Para entender esta prática, temos que contextualizá-la nas suas raízes budistas. No geral, essa filosofia vê a vida como um conjunto de sensações agradáveis e desagradáveis e nos ensina que o apego é o que nos causa sofrimento.

Consequentemente, a solução para o sofrimento seria viver a vida como ela é, aceitando tanto os bons como os maus momentos. Esta aceitação nos liberta das tensões e traz calma e tranquilidade.

Mindfulness

A mindfulness para relaxar

Nas culturas orientais são praticadas diversas formas de meditação para alcançar um estado de relaxamento. A mindfulness é uma forma de meditação, que foi adaptada no Ocidente para potencializar estados de relaxamento e ajudar a resolver problemas de ansiedade, estresse a até depressão.

Na prática, consiste em permanecer quieto, prestar atenção na respiração, concentrar-se nela e aceitar as sensações e pensamentos que se apresentem enquanto estamos concentrados. Deixe-os ir sem se preocupar com eles.

“Não tente expulsar os pensamentos.

Dê-lhes espaço, observe e deixe ir”

– Jon Kabat-Zinn –

Como aplico isso na minha vida diária?

Embora a prática rigorosa da mindfulness consista em fazer esse exercício de respiração por uns 40 minutos, existe uma forma mais simples de praticar a consciência plena na vida diária, que também traz benefícios psicológicos. Vamos explicar como, através de um exemplo.

Imagine que você está tomando o seu café da manhã. Normalmente, estamos pensando em mil coisas: o que nos espera no trabalho, na lista de compras, na discussão que tivemos ontem com o nosso parceiro… Às vezes, fazemos duas coisas ao mesmo tempo: tomamos o café, lemos o jornal ou falamos ao telefone.

Para praticar a mindfulness, temos que dar toda a atenção ao que estamos fazendo no momento, neste caso, tomando o café da manhã. Para isso, siga nossas orientações.

– Decida que, nesse espaço de tempo, você vai viver somente a experiência de tomar o café sem distrações.

– Uma vez sozinho, frente ao seu café com torradas (ou o que preferir), tome consciência dos seus pensamentos, tenham eles ou não algo a ver com o seu café da manhã. Aceite esses pensamentos, deixe-os ir e volte a se concentrar no seu café.

Foque na experiência dos sentidos: preste atenção nos sabores, na textura dos alimentos, na temperatura do ambiente, inclusive se você sente alguma dor, mas sem julgamento. Não se trata de pensar se faz calor ou não, mas de perceber a realidade com os nossos sentidos. Seja consciente sem julgar; respire lentamente e sem pressa.

Isso pode ser aplicado a qualquer atividade diária, enquanto toma banho, cozinha, dirige, no trabalho…

Com a prática, você será capaz de dirigir sua atenção plena para o presente em situações incômodas sem julgamento, por exemplo, em um engarrafamento, no consultório médico…

Mindfulness

Quais são os benefícios da mindfulness?

Existem estudos científicos que demonstram que a prática da atenção plena reduz os níveis de estresse, ansiedade e depressão.

A causa desses problemas está relacionada com a nossa mente que pode estar fixada no passado (arrependimentos, tristezas e suposições), ou no futuro (preocupações com um futuro hipotético sem prestar a devida atenção ao presente).

Com a mindfulness, aprendemos a concentrar a nossa mente no momento presente, e consequentemente sentimos menos arrependimento, frustração ou expectativa, que são os três alicerces da ansiedade ou da depressão.

“O futuro nos tortura e o passado nos aprisiona.

É por aí que nos escapa o presente”.

– Gustave Flaubert –

Quando estamos treinados para estar no aqui e agora, aceitamos não só o lado positivo (o prazer do gosto das torradas), mas o negativo (o calor insuportável do verão). Descobrimos então uma serenidade e uma paz que sempre estiveram dentro de nós, que nos ajudam a enfrentar os obstáculos e as inconveniências do dia a dia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.