Mitos e verdades sobre a maconha

Mitos e verdades sobre a maconha

Última atualização: 07 junho, 2017

O primeiro mal-entendido que existe contra a maconha é que na realidade não deveríamos falar sobre ela no singular, mas no plural. Na verdade, existem milhões de variedades de maconha. Nem todas têm a mesma qualidade, e os efeitos que produzem podem ser muito diferentes.

Outro erro comum é tentar generalizar os efeitos que ela terá sobre o comportamento de uma pessoa. Assim como um hambúrguer pode ser completamente seguro para alguns, e provocar uma crise e até mesmo a morte de outra pessoa, o mesmo acontece com a maconha.

“A maconha, na sua forma natural, é provavelmente a substância ativa mais segura conhecida pela humanidade, do ponto de vista terapêutico”.
 – Lester Grinspoon, professor de psiquiatria de Harvard

O consumo da maconha aumentou nos últimos anos e pode aumentar ainda mais após a legalização deste psicoativo em muitos países. Não podemos dizer se isto é ” bom ou ruim”, tudo depende das circunstâncias, das motivações e ambientes que cercam o seu consumo.

Os tipos de maconha e seus efeitos

Existem muitas variedades de sementes de maconha. No entanto, são agrupadas em 3 grandes tipos: Cannabis sativa, Cannabis índica e Cannabis ruderalis. A primeira é cultivada na América, Ásia e África. Normalmente produz efeitos estimulantes, resultando num estado de humor mais positivo e aumento do apetite.

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A Cannabis índica é cultivada na Índia e no Paquistão. Tem efeitos relaxantes e é utilizada para reduzir a dor física, particularmente dor muscular ou óssea. Finalmente, a Cannabis ruderalis é nativa da Sibéria e Libéria. Também tem efeitos sedativos.

A partir destes três tipos foram criadas outras variedades que são chamadas de “híbridos”. São milhões de híbridos. Os efeitos de cada um deles dependem das combinações que foram realizadas. Alguns são praticamente venenos, enquanto outros são refinados para usos farmacêuticos.

Algumas verdades sobre a maconha

A maconha tem sido alvo de muita propaganda negativa em alguns setores e, em outros, de uma publicidade exageradamente positiva. Dizem, por exemplo, que não causa nenhum dano, o que é falso. Em termos físicos, fumar maconha pode ter os mesmos efeitos sobre os pulmões do que o tabaco. Em ambos os casos, existe uma combustão e partículas de alcatrão atacam o sistema respiratório. Isto pode causar câncer e outras doenças.

Também foi comprovado que o consumo excessivo e/ou a longo prazo pode danificar os neurônios. Isso afeta a memória e a concentração. Na verdade, embora muitos afirmem o contrário, a maconha é um entorpecente e interfere nos nossos reflexos. Por isso não se deve executar ações de risco quando a pessoa utiliza a maconha.

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Quase todos os tipos de maconha têm excelentes efeitos sobre a dor. Como é um sedativo, é muito bom para dores musculares. Além disso, exerce bons efeitos em pessoas que precisam fazer quimioterapia. Reduz as náuseas e os desconfortos que esses procedimentos causam.

A maconha é também um relaxante. Sem dúvida alguma, esta é a principal razão pela qual é consumida por milhões de pessoas em todo o mundo, embora ainda seja ilegal na maioria dos países. Esta planta tem efeitos antidepressivos e reduz a ansiedade.

Algumas mentiras sobre a maconha

Diz-se que a maconha gera dependência, mas não é bem assim do ponto de vista físico. No entanto, muitas pessoas que têm propensão a vícios podem desenvolver uma forte dependência. Quando há fatores genéticos que induzem a dependência química, a maconha se torna uma porta de entrada para todos os tipos de psicoativos.

O uso recreativo positivo da maconha depende de cada pessoa. Se você tem um consumo moderado, ajuda a relaxar e se estabilizar. Se, por outro lado, há um consumo compulsivo, certamente mais cedo ou mais tarde será uma fonte de problemas.

maconha

Às vezes são atribuídas à maconha propriedades que são totalmente falsas. Dizem, por exemplo, que ela aumenta a criatividade. Já está comprovado que não é assim. Ela aumenta as percepções visuais e auditivas, mas ao mesmo tempo dificulta a concentração, e por isso não cria condições para a criatividade. Na verdade, ela a diminui.

Como outras plantas da sua espécie, ela pode contribuir para o bem-estar humano. A sua ilegalidade em muitos países é talvez seu maior perigo, uma vez que não existe um controle de qualidade sobre ela e muitas vezes podem ser adulteradas. Mal elaborada ou mal consumida, ela pode se tornar um veneno poderoso. Por outro lado, se for cultivada, comercializada e consumida de forma responsável, pode se tornar uma ajuda preciosa para a saúde física e emocional de algumas pessoas que passam por determinadas doenças.

 


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