O que é o amor?
O que é o amor? Todos sabemos que é um sentimento ou emoção que podemos experimentar em algum momento ao longo de nossas vidas. Contudo, mais além disso, todos temos certos conceitos de como o amor deve ser.
Ainda assim, o amor não é um conceito unitário e muito menos uma definição fechada. É preciso se sentir livre para amar quem destrói os seus esquemas e faz de você o seu melhor eu. Entretanto, por diferentes motivos, muitas vezes não é isso que fazemos.
O que é o amor?
Muitas são as músicas que explicam o que é o amor ou que reflexo esse sentimento deixa em nós. As palavras que a pessoa irá dizer se estivermos ou não apaixonados e o que supostamente sentimos quando a outra pessoa corresponde ou não esse sentimento.
“Porque o amor é um filho louco, que hoje voltou.”
Se você já esteve ou está apaixonado, sabe bem o que sente mesmo que não consiga expressá-lo em uma definição que semanticamente englobe todas as nuances. É justamente este o enigma e a magia do amor, que não é mensurável e nem é uma escolha.
Na maioria das vezes ele nos escolhe, antes mesmo de termos conhecimento. O problema aparece quando esse amor verdadeiro e puro nos escolhe, mas nos agarra olhando para outro lado, ou se o sentimos por alguém que não era o “nosso tipo”. E agora?
Quando somos tomados pelo amor: como nos apaixonamos?
Somos conscientes de que o amor não é uma coisa meramente romântica quando afirmamos que um parceiro “tem química”, que outro “não cola nem com cola” ou que “amor acabou”. Estas afirmações mostram que sabemos que existe um aspecto biológico ou fisiológico, mas também escondem noções de como a nossa cultura ou influência social interferem no nosso jeito de amar.
O amor a partir da psicologia
Do ponto de vista puramente psicológico, o amor surge de uma necessidade afetiva e sexual. O plano social, a cultura e o momento histórico no qual vivemos têm um papel fundamental em como e por quem nos apaixonamos. Sim, de fato, se você tivesse nascido ou crescido em outro lugar, muito provavelmente o seu “estereótipo de parceiro” seria outro.
O jeito como a sociedade padroniza e define o que é o amor, quais são os diferentes papéis a desempenhar em um relacionamento amoroso por cada uma das partes, e qual é o melhor partido para “procriar e perpetuar o seu código genético” faz com que as ideias que você tem com relação ao amor mudem.
“Pescamos os peixes que são familiares para nós”, contudo, estamos desperdiçando muitos peixes valiosos por medo. Medo de quê? Do desconhecido, porque não contamos com uma experiência prévia de referência que nos sirva de roteiro para seguir na hora de conceber essa pessoa como parceiro, ou pelo julgamento público ao qual supomos que seríamos submetidos se soubéssemos que essa pessoa é aquela pela qual estamos apaixonados.
Os preconceitos matam o amor
O que acontece se você já tem quarenta anos e continua se iludindo com o ideal do amor puro? Absolutamente nada. Certamente pensarão que você é um sonhador, farão piada de você ou dirão que você precisa ser mais realista. Pare um instante: é essa a sua realidade. É um tremendo erro negar o que você é ou o que você sente por causa do julgamento dos outros.
Historicamente catalogamos de forma categórica como deveríamos nos relacionar com o sexo oposto. Sim, digo o sexo oposto já que o grupo LGTB infelizmente ainda continua sendo omitido ou tratado como um tabu na hora de falar de amor.
Que implicações tem isto? Rotular as pessoas idosas como seres tristes e indefesos, assim como acontece com as pessoas com necessidades especiais, nos leva a negar as suas necessidades afetivas e sexuais e, portanto, faz com que não sejam consideradas como objeto de desejo factível.
Uma pessoa psicologicamente aberta, tolerante e que está decidida a uma vida com um parceiro “não estereotípico” tem muitas chances de encontrar o amor verdadeiro. Afinal, quando gostamos de nós mesmos sem tabus e gostamos do outro da forma como ele é, sem preconceitos nem reservas, aumenta a sua autoestima, sua esperança e o seu bem-estar.
O verdadeiro significado do amor
Acontece com todos nós. Em nenhum meio de comunicação aparece como o “casal perfeito” a silhueta de duas mulheres lésbicas ou dois homens gays, um rapaz branco e uma moça negra, um varredor de rua e uma advogada, ou uma jovem escritora e um homem mais velho.
Amar é o maior gesto de coragem.
Pouco tempo atrás saiu nos meios de comunicação um homem com esclerose múltipla que, prostrado na sua cama, viu nascer seu bebê. Isso balança a todos nós, nos emociona. Poucos teríamos a determinação necessária para lutar ao seu lado dia após dia.
Vivemos na cultura do mínimo esforço e das aparências. Somos grandes egoístas.
O amor implica uma grande entrega, mas sem perder a identidade. É aprender, descobrir… Costumamos dizer para alguém que acabou um relacionamento amoroso que existem muitos peixes no mar. Digo mais uma coisa para você: existem muitos oceanos com peixes. O amor não compreende idiomas, cores, ideologias, idades ou sexo; não seja você a afastá-lo por preconceito ou medo.
Portanto, se você ainda não encontrou o seu “príncipe encantado” ou você “tirou o sapo”, acha que “não há quem entenda as mulheres” ou que “somos muito complicadas” talvez você esteja adotando um ponto de vista errado. Abra a sua mente e viva: o amor pode encontrá-lo no lugar mais inesperado.
Você só conhecerá o verdadeiro significado do amor quando, sem preconceitos nem roteiros, deixar que ele se revele.
As imagens de deliciosa delicadeza e carinho são cortesia de Luiso García.
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