O que passou, passou...

O que passou, passou...

Última atualização: 07 fevereiro, 2015

Já ouvimos muito essa frase por aí, muitas músicas a cantam apaixonadamente, até em filmes ela é comum, como numa cena em que a mocinha e o galã tentam se convencer de que o que passou, passou, e já não importa.

Ainda que seja fácil falar esta frase, cumpri-la não é uma tarefa simples. O que passou, passou! Claro que sim, mas quando foi que deixamos o passado para trás e seguimos adiante? Somos naturalmente insistentes. Se alguém nos deixa, não queremos saber o porquê da relação não ter dado certo e, quando a saudade bate, a vontade é reconstruir pedaço por pedaço o sofrimento só para pensarmos em mais considerações inúteis.

E quando somos nós que abandonamos alguém, acreditamos que fizemos o certo. “Mas, e se eu tivesse feito aquilo?”. Mesmo que muitos de nós não reconheçamos, estamos eternamente voltando ao passado. Quando erramos e nos arrependemos, quando nos machucamos ou nos ferimos, voltamos constantemente ao passado, para nos arrepender daquilo que fizemos e já não podemos mudar. Voltamos ao passado para lamentar a sorte, como se não houvesse mil coisas melhores prestes a acontecer no presente e no futuro.

“Não podemos viver no passado.” Essa é uma frase que ouvimos constantemente, só podemos corrigir nossos erros, superar as desilusões e seguir em frente. A máquina do tempo não existe, nada nos levará de volta aos momentos em que éramos felizes com alguém que já perdemos, nem nos fará recuperar pedaços do nosso coração. Nada nos deixará mudar as decisões erradas que tomamos ontem, só podemos fazer algo daqui para frente!

Quando terminamos um relacionamento ou investimos em um que não está dando certo, passamos muito tempo construindo cenários imaginários onde tudo poderia se resolver. Fugimos da realidade e gastamos energia em algo que só nos entristece, pois nunca mais irá voltar. Vemos a vida passar bem na frente dos nossos olhos, enquanto estamos tentando resolver o impossível.

É preciso virar a página, seguir em frente. O ideal a se fazer é pensar melhor ao tomar alguma decisão, pensar nas consequências antes de correr riscos. Depois da escolha já feita, o que nos consola é que o arrependimento de não ter tentado é sempre pior que ter tentado e não ter dado certo. Por isso, sem dúvidas, se você errou, corrija-se e siga em frente. Se não fizer nada disso, um dia vai se pegar se perguntando “Mas e se eu tivesse feito aquilo?”

Fazer o que quer que seja e encarar o passado, vivendo as fases de arrependimento, de raiva e aceitação é um processo saudável e normal. Quando aceitamos as coisas, estamos dispostos a seguir em frente, porque compreendemos o que aconteceu e porque superamos.

O passado só é passado quando o deixamos de verdade para trás. Não vamos nos enganar dizendo que algo já passou, se continuamos a revivê-lo todos os dias. E com os dias corridos que vivemos hoje, o calendário nos mostra  que não devemos gastar energia e tempo à toa, com pessoas e memórias que não voltarão. É como dizem por aí: sempre surgirão novas situações, pessoas e experiências.

Errar no passado nos permite aprender com o erro e seguir adiante. Sempre nos lembraremos de algumas situações, mas é importante não nos enganarmos a respeito de outras. Certas memórias sempre estarão conosco, no entanto algumas são tóxicas e negativas, e não podemos nos deixar abalar por elas.

Elas devem servir apenas como experiência. O resto é passado e já me esqueci.


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