Quando as oportunidades se esgotam, aparece a melhor opção

Quando as oportunidades se esgotam, aparece a melhor opção

Última atualização: 17 julho, 2017

Dizem que há trens que passam apenas uma vez na vida, mas… Como aproveitar todas as oportunidades se nos incentivam a descer em cada estação? Muitas pessoas se esforçam para adquirir uma formação sólida, buscam e encontram um bom emprego relacionado com a área que mais gostam. No entanto, concentram a sua atenção no que lhes falta, sentindo uma insatisfação constante, baseados na ideia de que poderiam encontrar algo melhor.

Eles vivem no eterno dilema de lutar para viver a vida que desejam, mas se esquecem de que as pessoas raramente encontram um meio adequado para realizar os seus objetivos. É o lamento eterno de “Isto não é para mim”, “Não foi o que eu sonhei”. Carregam um peso enorme de frustração mental.

O filósofo José Ortega y Gasset nos alertou no seu livro “A rebelião das massas” sobre o perigo da especialização. Mulheres e homens altamente qualificados em uma determinada área, mas incapazes de adquirir uma visão global do mundo para ajudá-los a lidar com a realidade onde vivem, e não na realidade que desejam.

Isto acontece com essas pessoas e acontece conosco também. Quantas vezes já apareceram várias oportunidades e ficamos paralisados por medo de ter que abrir mão de algo bom? A verdade é que às vezes precisamos nos fixar em um ponto, segurar com firmeza a única oportunidade concreta que temos e evitar as outras possibilidades. Muitas vezes, quando as oportunidades se esgotam, aparece a melhor opção: viver a vida como ela se apresenta.

A diferença entre a aceitação e resignação

Na linha que estamos traçando, uma pergunta aparece no horizonte: Qual é a diferença entre aceitar e se resignar? No fundo são termos tão incompatíveis como o azeite e a água, mas nós nos esforçamos para misturá-los. A aceitação é o primeiro passo para a mudança. É preciso situar no nosso mapa vital o ponto onde estamos, independentemente de gostarmos de estar lá ou não.

Mulher em campo de trigo

A aceitação também é o primeiro passo para a adaptação no caso de não haver nenhuma possibilidade de mudança. É preciso integrar na nossa história essa circunstância que rejeitamos tanto. Por exemplo, para alguém que sofreu um acidente e perdeu uma perna, a aceitação é um grande passo para se adaptar às mudanças que terá de enfrentar na sua vida. Integrar esse acontecimento trágico na sua história pessoal é um grande desafio.

No entanto, a resignação tem um componente de frustração e desqualificação muito além da aceitação. A frustração é importante, uma vez que muitas vezes gera uma estagnação ou uma insistência, muito mais esporádica do que antes, nas tentativas para utilizar os mesmos meios e as mesmas formas para alcançar um objetivo.

Neste sentido, muitas vezes encontramos milhares de oportunidades para sair de uma situação ruim, mas nenhuma alternativa parece perfeita. Em muitas ocasiões, podemos tentar criá-la, mas em muitos outros casos, só escolhemos uma das opções possíveis quando chegamos ao limite do sofrimento, mesmo que nenhuma delas seja a ideal. É claro que, para a pessoa que perdeu a sua perna, a alternativa ideal seria recuperá-la, mas infelizmente, isto não é possível.

Quando todas as oportunidades ideais estão esgotadas, surge a melhor opção: uma mudança de atitude que passa pela reavaliação de uma opção que certamente não é perfeita. Assim, toda alternativa recupera a sua dignidade e nos dignifica se conseguir nos tirar de uma situação de dor, de rotina e resignação.

Se estamos exaustos e sem motivação diária, não há caminhos possíveis. Cada passo é feito no aqui e agora, devagar e apreciando cada momento do seu dia. Esse esforço geralmente traz uma recompensa; um “prêmio” que requer uma motivação para encontrar na vida cotidiana um vestígio do que queremos.

Talvez não aspirar tão alto e aceitar uma vida mais simple nos faça mais feliz. Talvez as condições impostas pela realidade não sejam compatíveis com tudo o que imaginamos, mas isto não nos impede de “estar bem”.

A chuva do que não existe não deve ofuscar o momento

Eu conheço muitas pessoas que trabalham em algo que nunca tinham imaginado antes e são felizes. Apreciam a sua situação, aceitam as mudanças temporárias e ignoram os comentários abusivos sobre o seu suposto “fracasso”. Brincadeiras que muitas vezes partem de pessoas sem qualquer ambição e com o único desejo de julgar o que os outros fazem.

Essas pessoas que fizeram “do limão uma limonada” são pessoas responsáveis ​​por si mesmas, que tomaram as rédeas da sua vida sem tentar ir a galope, somente apreciando os pequenos prazeres da vida.

Quem trabalha muito não é um autômato, mas sim aquele que trabalha gastando muita energia amaldiçoando a sua situação.

Mulher segurando relogio

A linha que separa a luta por uma vida digna e a eterna crítica do que se vive às vezes é muito tênue. No entanto, por mais fina que ela seja, não deixa de ser importante: ela separa as pessoas que estão cansadas de desejar obter AGORA um pequeno prazer ocasional a qualquer preço. Não há empregos, habitação ou relações indignas por si mesmas. Há atitudes e ações que as transformam em algo indigno. Na procura daquilo que é ideal, o supostamente convencional sempre se transforma em uma obsessão.

Felizmente, alguns já aprenderam o quanto é importante tomar um pouco de tempo do seu dia para tomar um café com tranquilidade, para viver no presente, construindo um futuro. As oportunidades ideais acabaram e eles escolheram entre as opções possíveis. No entanto, como o que eles queriam não existia mais, escolheram viver e não sobreviver.


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