A origem do esgotamento profissional
70% dos executivos europeus temem ter a síndrome de Burnout, ou do esgotamento profissional. (Fonte: ACUK). A redução da capacidade de apresentar resultados, baixo nível de concentração, foco e produtividade são algumas das consequências profissionais desse tema.
A origem do esgotamento profissional
Com muita dedicação ao trabalho é possível conquistar sonhos e objetivos. Mas o que acontece quando a ansiedade para superar os obstáculos sai do escritório para fazer parte da vida?
Superação e sucesso. Duas palavras capazes de resumir bem a história de Herbert J. Freudenberger. Nascido em berço judeu na Alemanha dos anos 20, sua família percebeu o que vinha pela frente logo nos primeiros anos da ascensão de Hitler ao poder. Com 7 anos, usou um passaporte falso e viajou sozinho para os EUA, onde se virou até a chegada de um parente.
Quando seus pais chegaram, Herbert trabalhou para ajudar em casa em vez de frequentar a escola. Mesmo sem diploma de segundo grau, frequentou a Brooklyn College e se formou bacharel em psicologia. Em 1952 e 1956 ele concluiu, respectivamente, mestrado e doutorado pela Universidade de Nova York.
Após anos de uma bem-sucedida carreira na psicanálise, o doutor Freudenberger iniciou um longo trabalho como voluntário em clínicas gratuitas para dependentes de drogas, onde passou a dedicar grande parte de suas horas. Seus trabalhos são reconhecidos como grandes contribuições no campo de estudos sobre o abuso de substâncias.
Tudo ia bem. Ia mesmo?
A certa altura do início dos anos 70, Freudenberger não tinha motivo algum para se sentir infeliz ou desapontado. A realidade, entretanto, era diferente: após tantos anos de dedicação, o médico percebeu que sua atividade profissional tornou-se a fonte de sua frustração. O trabalho pelo qual era apaixonado agora só lhe deixava cansado e deprimido.
Processo semelhante acometia seus pares: médicos que antes devotaram sua vida ao trabalho e aos pacientes agora encaravam ambos com cinismo, insensibilidade e desinteresse. Além de crescentes oscilações de humor e dificuldade de concentração, frequentemente estes comportamentos vinham acompanhados de reações físicas como dor de cabeça, problemas digestivos e distúrbios do sono.
A ciência fala mais alto
Mas talvez a grande vantagem em ser médico e cientista seja não olhar para as coisas isoladamente, mas como parte de um conjunto maior. No caso, como sintomas, indicativos de alguma outra coisa. O doutor Freudenberger começou, então, a observar este fenômeno com interesse científico, percebendo-o também em outras profissões.
Foi assim que ele cunhou o termo síndrome de Burnout – do inglês, queimar por completo, consumir-se – ou síndrome do esgotamento profissional. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
O Burnout se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso, caso dos profissionais nas áreas de saúde, educação, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais, entre outros.
Contudo, a síndrome não ocorre exclusivamente nestas áreas. Pelo contrário, uma vez que o estresse é hoje quase “glorificado”, é seguro dizer que a pressão relativa ao trabalho é parte da sociedade moderna. Motivo pelo qual o Burnout é um problema atual, e sua incidência é motivo de preocupação para profissionais e empresas.
O mercado nos acostumou com a ideia de que o estresse é parte inseparável do trabalho, incluindo aí alguns efeitos colaterais como ansiedade e cansaço. Olhe para você nesse momento: você consegue separar a ansiedade na vida da ansiedade no trabalho? Consegue separar o cansaço pessoal daquele que pertence à sua atividade laboral? De 0 a 10, qual o seu nível de ansiedade com seu ambiente profissional?
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