8 personagens históricos que sofreram de depressão
Existem muitos personagens históricos que sofreram de depressão, uma doença que não os impediu de alcançar grandes conquistas em suas vidas. Desde abolir a escravidão até escrever grandes romances ou inspirar alegria aos demais, foram capazes de transmitir luz apesar de estarem nas trevas.
A seguir, falaremos sobre como alguns desses personagens históricos que sofreram de depressão foram capazes de extrair forças, motivação e energia necessárias para deixar sua marca na sociedade.
Personagens históricos que sofreram de depressão
1 – Abraham Lincoln (1809-1865)
Abraham Lincoln, décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, lutou durante toda a sua vida contra a depressão. Nessa época, o transtorno do humor era conhecido como melancolia, e descrevia uma pessoa sumamente melancólica e de expressão severa.
Foi este transtorno que lhe proporcionou a coragem necessária para convertê-lo em uma das figuras mais emblemáticas da Guerra de Secessão Americana.
Em certas ocasiões, a depressão sofrida por Lincoln vinha acompanhada de ataques de pânico, principalmente depois que ele começou a exercer advocacia em Illinois.
Agora se sabe, ao estudar sua árvore genealógica, que a família de Lincoln era propensa a sofrer de depressão. No entanto, o que gerou um grande período depressivo para Lincoln foi um grande amor, a morte de sua irmã e de um amigo próximo.
2- Edgar Allan Poe (1809-1849)
O famoso escritor de contos de terror sofria de depressão e alcoolismo. Muitos de seus contos foram inspirados em experiências trágicas que marcaram a sua vida. Foi vítima de constantes pesadelos e alucinações presentes em toda sua vida.
O poeta francês Charles Baudelaire escreveu que Poe havia nascido marcado pelo sinal da desgraça.
Seu pai abandonou a família quando ele tinha apenas um ano e, pouco tempo depois, sua mãe morreu de tuberculose. Poe e seus irmãos ficaram órfãos. Seu irmão mais velho foi adotado por seus avós e sua irmã mais nova e ele por dois amigos.
Edgar Allan Poe foi educado em um dos melhores colégios dos Estados Unidos e logo deu sinais de sua grande habilidade como escritor. Mostrava também comportamentos impulsivos e irritação, além do consumo excessivo de álcool. De fato, o alcoolismo e o consumo de outras drogas desencadearam sua morte prematura aos 40 anos.
Além disso, os estados profundos de depressão e as suas alterações de humor despertavam uma criatividade exorbitante com a qual passava horas e horas escrevendo, como ele mesmo contava.
3- Charles Dickens (1812-1870)
Ele foi um dos maiores escritores ingleses de todos os tempos. Algumas de suas obras mais conhecidas são Oliver Twist e Um Conto de Natal.
Charles Dickens tinha uma vida pública muito feliz, mas uma vida privada e pessoal de profunda infelicidade, fruto de seu humor depressivo. Alguns de seus conhecidos afirmavam que ele era invadido por uma profunda tristeza de vez em quando.
4- Liev Tolstói (1828-1910)
O crítico e escritor russo lidou com uma depressão severa na última fase de sua vida, de acordo com uma investigação de vários psicólogos e psiquiatras.
Depois de escrever Guerra e Paz, entrou em um período de depressão profunda e, ao terminar Ana Karenina, piorou, segundo familiares e amigos. Tinha pensamentos sobre a morte e sobre a possibilidade de que, depois da morte, não existia nada.
Pouco antes de falecer de pneumonia na estação ferroviária de Astápovo, abandonou sua casa e mendigou pelas redondezas.
5- Winston Churchill (1874-1965)
Winston Churchill, primeiro ministro britânico, se referia a sua depressão como um cachorro preto. No entanto, o diagnóstico do transtorno foi feito pelo seu médico ao conhecer e analisar seus períodos depressivos, manias, pensamentos suicidas e insônia.
Churchill falava abertamente sobre a sua condição depressiva. Em diversas cartas e artigos que escreveu, descrevia como a luz se desvanecia e reinava a escuridão em certos períodos de sua vida. Chegou a explicar como lidava com a depressão através da criatividade: escrevendo, pintando e fazendo bricolagem.
6- Virginia Woolf (1882–1941)
Foi a escritora de maior destaque do século XX. De acordo com o diagnóstico de vários psicólogos, Wolf sofria de depressão e transtorno bipolar, refletidos em sua obra literária e em algumas de suas cartas, que foram as causas de seu internamento em várias ocasiões.
Segundo algumas pesquisas realizadas, as épocas em que teve crises mais fortes coincidiam com a finalização de seus romances. A piora do seu humor ocorreu depois das mortes de sua mãe, sua irmã – dois anos mais tarde – e seu pai.
Virginia Woolf lutou constantemente contra a depressão, mas suicidou-se em 28 de março de 1941. Ela se jogou no rio Ouse com um casaco cheio de pedras.
7- Ernest Hemingway (1899-1961)
O excêntrico e famoso escritor sofria de depressão, conforme afirmavam alguns especialistas. Posteriormente, foi diagnosticado também com transtorno bipolar e narcisismo.
Por conta de sua forte depressão, Hemingway tentou se recuperar com terapia de eletrochoque, mas isso acabou causando-lhe uma deterioração cognitiva importante, que dificultou a escrita.
Por outro lado, recorreu também ao álcool para minimizar seu sofrimento. Esta situação o levou a cometer suicídio em 1961, com 61 anos.
8- Martin Luther King Jr. (1929-1968)
O apaixonado e expressivo líder político que defendeu os direitos civis durante toda a sua vida também sofreu de depressão desde muito jovem. Na adolescência, sofreu episódios depressivos que desencadearam tentativas de suicídio devido à morte de sua avó.
Luther King sofreu também alguns episódios depressivos enquanto atuava como ativista político. No entanto, sempre se opôs a buscar ajuda psiquiátrica.
Como vemos, apesar de todos estes personagens históricos terem sofrido de depressão, foram indivíduos que mudaram o mundo de alguma forma. Ernest Hemingway, Virginia Woolf, Liev Tolstói, Charles Dickens e Edgar Allan Poe o fizeram por meio da literatura, enquanto Martin Luther King, Winston Churchill e Abraham Lincoln atuaram por meio da política.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Froján, M. X. (2006). Tratando… depresión: Guía de actuación para el tratamiento psicológico. Madrid: Pirámide.
- Montes, J. M. G., & Álvarez, M. P. (2003). Guía de tratamientos psicológicos eficaces para la depresión. In Guía de tratamientos psicológicos eficaces (pp. 161-196). Ediciones Pirámide.
- Montón, C., Pérez Echeverría, M. J., Campos, R., García Campayo, J., & Lobo, A. (1993). Escalas de ansiedad y depresión de Goldberg: una guía de entrevista eficaz para la detección del malestar psíquico. Aten Primaria, 345-9.
- Ruiloba, J. V., & Ferrer, C. G. (2000). Trastornos afectivos: ansiedad y depresión. Elsevier España.
- Wolf Shenk, Joshua (2006). Lincoln’s Melancholy: How Depression Challenged a President and Fueled His Greatness. Boston: Mariner Books.