Psicologia da publicidade: estratégias e características

Psicologia da publicidade: estratégias e características
Sara Clemente

Escrito e verificado por psicóloga e jornalista Sara Clemente.

Última atualização: 05 janeiro, 2023

Você já viu alguma propaganda na televisão que te emocionou ou chamou a atenção? Você se lembra de alguma em especial? Talvez a resposta seja sim. O efeito que essa propaganda causou em você é fruto do trabalho da psicologia da publicidade.

Por que algumas campanhas publicitárias têm sucesso e ficam na nossa lembrança, enquanto outras simplesmente caem no esquecimento? Não é casualidade, nem fruto da sorte. É resultado de um trabalho minucioso que leva em consideração diferentes variáveis, fatores e peculiaridades. Vamos descobrir como a psicologia pode transformar o efeito da publicidade no público!

Em que consiste a psicologia da publicidade?

É um campo de estudo multidisciplinar, um ramo da psicologia no qual é fundamental o trabalho conjunto e constante apoio e colaboração entre departamentos. Nela converge uma grande quantidade de interesses e variáveis que buscam prever as tendências psicológicas de consumo.

A publicidade não se limita apenas a anúncios em revistas, jornais, rádio, televisão ou internet. Ela está em praticamente tudo que está ao nosso redor. A maneira de dispor os produtos nas prateleiras dos grandes supermercados, a cor e o tamanho das embalagens de salgadinho, o preço das roupas, a sutileza das palavras no rádio… Tudo que contribua para tornar um produto atraente e roubar a nossa atenção serve como um potencial meio para a publicidade.

Por isso, todos nós, quando compramos ou consumimos, buscamos nos diferenciar dos outros. Esse desejo de se destacar, de ser diferente e único, é o meio de atuação da psicologia da publicidade. Ao serem estabelecidas essas diferenças individuais, surgem em nós paralelamente outros conceitos, como a motivação ou a seletividade.

Psicologia da publicidade

Estratégias da psicologia da publicidade

Conhecendo as características e os atos de consumo das pessoas, pode-se exercer maior persuasão e influência sobre elas através dos meios de comunicação. Como?

Alguma vez você já entrou no supermercado para comprar “quatro coisas” e saiu de lá com um carrinho cheio? Parabéns! Você foi vítima das técnicas que esse ramo científico emprega.

A psicologia da publicidade se alimenta principalmente de quatro estratégias para obter esse efeito no consumidor.

  • Mecanicista. Fazendo uso principalmente da psicanálise, busca condicionar as pessoas por meio da repetição de um mesmo slogan ou imagem. Essa reiteração visa uma consequente reação de compra.
  • Persuasiva. Pretende colocar um produto acima dos seus concorrentes. Para isso, oferece informações sobre suas características ou atributos e os compara favoravelmente com o resto. Alimenta-se principalmente da criatividade e da intuição pessoal.
  • Projetiva. Visa os modelos, as culturas e os estilos de vida dos indivíduos. Costuma apresentar produtos que correspondem aos interesses ou às opiniões desses indivíduos. A sociologia e a antropologia também são essenciais.
  • Sugestiva. Nutre-se de técnicas psicanalíticas para sondar o mais íntimo do ser humano. Direciona seu foco para a ansiedade, o medo, a angústia ou o estresse do consumidor para poder atraí-lo por meio da criação de um “produto mágico”.

Fatores psicológicos e publicitários de sucesso

Por trás de todas as campanhas de publicidade existe uma série de decisões cardeais das quais depende o seu sucesso. Em cada uma dessas escolhas, os profissionais da psicologia da publicidade estudam, pesquisam e trazem informações e conhecimentos para favorecer o impacto do seu trabalho.

  • Características do anúncio. Decide-se a cor, a fonte e as imagens que vão ser usadas.
  • Repetição. Número de vezes que vai ser exibido ou publicado. É curioso que apesar de ser uma das estratégias mecanicistas mais antigas, continua sendo uma das mais efetivas. Sua filosofia segue a máxima de que quanto mais se repete uma mesma mensagem, mais ela vai ficar gravada na memória dos consumidores.
  • Preço. Um preço mais baixo não corresponde a um maior número de vendas. Embora seja um fator importante (vemos que a febre da Black Friday quebra recordes de venda a cada ano), outras variáveis também influenciam.
  • Canal. É o meio pelo qual o anúncio vai ser transmitido (rádio, televisão, internet, …).

Dessa maneira, o psicólogo teria que levar em consideração as tendências de consumo de uma faixa etária determinada. Mas também a etapa do desenvolvimento evolutivo na qual se encontra o público alvo.

Por exemplo, se nos dirigimos a adolescentes, será preferível realizar campanhas na internet ou através dos smartphones. Além disso, devida à faixa etária, é adequado transmitir uma mensagem que reforce a identidade pessoal, um conceito especialmente sensível, maleável e vulnerável nessa fase evolutiva.

 “Uma mensagem eficazmente persuasiva é aquela que tem a peculiaridade de alterar o funcionamento psicológico do indivíduo.”
-Vance Packard-

Publicitários criando campanha

Psicologia da cor, essencial na publicidade

Os profissionais da psicologia da publicidade também vão se atentar às cores empregadas na campanha, porque cada cor simboliza alguma coisa diferente. Por exemplo, o branco dá a sensação de vazio, pureza e luminosidade. O azul, frescor, transparência ou leveza; e os especialistas também atribuem a essa cor um efeito tranquilizante.

Por sua vez, o amarelo transmite empatia, extroversão, luz e confere alegria, vivacidade e juventude. O vermelho é força, poder, dinamismo, atrai muito a atenção e estimula a mente. O verde simboliza a esperança, o natural, e seu efeito é igualmente tranquilizante.

Como vemos, na psicologia da publicidade até mesmo o menor detalhe importa. Por isso, essa disciplina usa seu conhecimento da mente humana para melhorar a influência e a persuasão sobre as pessoas que são objeto das criações publicitárias.


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