Ser ou não ser... um capacho?
Nos ensinaram que negar ajuda aos demais é egoísmo. Que colocar as necessidades dos outros acima das nossas nos torna “pessoas melhores, boas e generosas”.
Aprendemos a renunciar ao que realmente pensamos e sentimos, em algumas ocasiões, para não machucar nem faltar com o respeito com ninguém. Uma pessoa que se torna um “capacho”, que se acomoda a qualquer peso, acaba permitindo que os demais a utilizem como bem entenderem. Mas com o tempo, essas pessoas generosas (que oferecem seu tempo, sua casa, seu dinheiro, sua ajuda, que sempre estão presentes a qualquer sinal de emergência ou imprevisto) deixam de ser valorizadas e passam a receber em troca um simples sorriso, ou um “obrigado!”.
A generosidade, a bondade e a compreensão são qualidades, sem dúvidas, admiráveis, sempre que respeitados alguns limites. E o limite está no respeito consigo mesmo. Devemos respeitar primeiro a nós mesmos, para só depois buscar valorização pelos demais. Nossa casa, tempo, dinheiro e sentimentos têm valor como qualquer outra coisa.
Não é questão de egoísmo, e sim de valorizar, com equilíbrio, nosso respeito e o respeito aos demais. Talvez devêssemos sinalizar aos outros que devem nos tratar da mesma maneira que os tratamos. Sem tolerar abusos, nem depender demais de opiniões alheias. Não devemos deixar que nos usem como se fôssemos capachos, devemos aprender a dizer NÃO. Não podemos fazer um milhão de coisas só para aparentar que somos boas pessoas.
Começar praticando diariamente em pequenos gestos (como negar pedidos incômodos, não tolerar chantagens emocionais) fará com que ganhemos confiança e valorização a nós mesmos. Assim, a longo prazo, alcançaremos uma personalidade digna, evitando que se aproveitem ou se beneficiem da nossa situação.
Há duas formas de viver a vida: uma é não acreditar que existam milagres, a outra é acreditar que todas as coisas são milagres. – Albert Einsten