5 mitos sobre a sexualidade na terceira idade
A sexualidade na terceira idade é tratada por muitos como um assunto tabu sobre o qual não se fala por causa da vergonha e do medo, ou simplesmente por causa da ignorância. Vivemos em uma sociedade onde se transmite a ideia da beleza da eterna juventude, onde a sexualidade aparece ligada ao frescor dos mais jovens e se constitui em um espaço dedicado especialmente às pessoas que não estão na terceira idade.
Envelhecer não significa perder o interesse pelo sexo. O normal é que, se houver boa saúde, as pessoas permaneçam sexualmente ativas durante toda a vida. Portanto, mais uma vez, repetimos a premissa de que gozar de boa saúde é a chave para desfrutar da sexualidade ao máximo.
Um pouco sobre a sexualidade na terceira idade
A sociedade construiu em torno da sexualidade na terceira idade um muro cheio de estereótipos, preconceitos e marginalização. Essa perspectiva leva a pessoa idosa a parar de falar sobre sexualidade, em muitos casos a não compartilhá-la com ninguém e, por fim, abandoná-la.
Para desfrutar de uma sexualidade saudável na terceira idade é necessário conhecer as mudanças que ocorrem no corpo ao longo do tempo e qual será a influência delas na sexualidade. Entender essas mudanças implica gerar um projeto de vida no qual o bem-estar não esteja limitado pela perda das aptidões físicas.
Nesse sentido, estar ciente das mudanças físicas que estão associadas à idade e tomar consciência delas no próprio corpo é essencial para enfrentarmos o conjunto de mitos que cercam o tema do prazer “idoso” e que podem causar a rejeição da sexualidade.
Os especialistas concordam que o órgão mais importante na sexualidade é o cérebro. Qualquer medo ou insegurança pode se transformar no maior obstáculo quando se trata de manter relacionamentos íntimos. O principal medo dos homens é geralmente não ter uma ereção ou não conseguir mantê-la, enquanto o medo da mulher está mais ligado à sua aparência física, isto é, não se sentir sensual. É verdade que a idade está ligada a certas mudanças inevitáveis, mas precisamente por isso devemos assumi-las com naturalidade.
Os últimos estudos em gerontologia falam da importância de mudar as falsas crenças sobre a sexualidade. Os medos e, em muitos casos, a educação recebida, nos levam a pensar nos idosos como seres assexuados.
O homem têm uma necessidade sexual maior do que as mulheres
Um dos mitos mais difundidos sobre a sexualidade na terceira idade tem a ver com o desejo e a crença de que os homens têm uma necessidade sexual maior. No entanto, o desejo sexual não tem nada a ver com o gênero. Tanto homens quanto mulheres mostram necessidades sexuais em qualquer idade e, é claro, também na maturidade.
O envelhecimento e o sexo, exceto em casos extremos de patologias, são bons companheiros de viagem. Não se trata de pretender ter uma vida sexual como na juventude, mas de dosar esforços, intensificar a relação de afeto com o parceiro e manter a capacidade de desfrutar.
A sexualidade é para os jovens
Não é verdade que, a partir de uma certa idade, o interesse pelo sexo seja progressivamente perdido. A atividade sexual geralmente permanece satisfatória para quem têm um histórico sexual e um relacionamento estável.
A capacidade sexual ao longo do tempo é condicionada por fatores como a saúde física e mental ou a existência de um parceiro ativo, mas quase nunca determinada.
A prática sexual em idosos é prejudicial à saúde
Na realidade, a prática da sexualidade na terceira idade é muito benéfica: ajuda a pessoa a se sentir melhor e não deixa de ser muito importante para a sua saúde física e mental. Esse sentimento de bem-estar e felicidade faz com que os idosos aumentem a sua autoestima e o vínculo emocional com o parceiro.
Há benefícios associados ao prazer, como se sentir feliz, eliminar a dor, regular a insônia e a depressão, promover a ativação do sistema imunológico e melhorar o clima das relações interpessoais, dos quais as pessoas idosas podem continuar desfrutando.
Os idosos não precisam de um parceiro
O amor não tem idade, mas pode mudar ao longo dos anos. Na juventude pode ser mais passional, e com o passar do tempo, pode se transformar em um sentimento mais maduro e sereno, onde outras questões, como a companhia e o cuidado, são priorizados. É criado um elo emocional entre o casal pelo fato de serem capazes de compartilhar essa cumplicidade.
As necessidades sexuais diminuem com a idade
O envelhecimento da pessoa não leva, por si só, à morte do desejo ou ao término da atividade sexual. É verdade que o corpo muda e a resposta sexual fica mais lenta, mas o prazer é o mesmo se o estímulo adequado for produzido.
O sexo é fabuloso em qualquer idade e uma boa vida sexual proporciona autoestima e prazer. Nesse sentido, em muitos casos, não há razão objetiva para renunciar a essa fonte de bem-estar, como o desfrute da sexualidade na maturidade. Infelizmente, este ainda é um assunto tabu na nossa sociedade e até nas próprias consultas médicas, onde a pessoa sente vergonha de falar sobre o assunto.
“Uma linda velhice é, normalmente, a recompensa de uma vida saudável.”
-Pitágoras-