6 sinais de que uma pessoa pensa em suicídio

Geralmente, quando alguém pensa em se suicidar, emite alguns sinais. Esses sinais dizem respeito às perspectivas que a pessoa adota perante a vida, às mudanças súbitas de comportamento e a expressões verbais que costumam passar despercebidas.
6 sinais de que uma pessoa pensa em suicídio
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 03 março, 2021

Em muitos casos, é fácil saber se uma pessoa pensa em suicídio como uma opção real. Entretanto, não é simples definir se, independentemente do que a pessoa fale ou deixe de falar, ela realmente está disposta a tirar a própria vida. Na dúvida, o melhor a fazer é levar a sério qualquer um dos sinais de que uma pessoa pensa em suicídio.

Várias pessoas, após o suicídio de alguém conhecido, dizem não ter notado qualquer sinal que antecipasse o ocorrido. Provavelmente, elas estão dizendo a verdade. Os sinais de que alguém pensa em se suicidar, em muitos casos, se fazem presentes, mas muitas vezes nos negamos a enxergá-los. E não fazemos isso de propósito. Simplesmente não dispomos das ferramentas psicológicas necessárias para identificar e reagir a situações do tipo, ou simplesmente criamos uma resistência a aceitar a situação por conta do medo que sentimos em relação a isso.

É importante dizer, também, que nenhuma situação humana deve ser generalizada. Existem pessoas que cometem suicídio mesmo fazendo terapia e aparentando estar mentalmente estáveis, bem como pessoas que apresentam os sintomas característicos. De toda forma (sem a intenção de generalizar), listamos abaixo alguns sinais que podem ser considerados comuns em pessoas que pensam em suicídio.

 “O suicídio varia em proporção inversa ao grau de integração que os indivíduos possuem com seus grupos sociais.”
-Emile Durkheim-

Sinais de que uma pessoa pensa em suicídio

1. A tristeza em pessoas com o perfil típico

Existem momentos e situações que tornam as pessoas mais propensas ao suicídio. Em geral, pessoas que tenham sofrido abusos físicos, psicológicos e/ou sexuais estão mais propensas a fomentar ideias suicidas. Isso ocorre, principalmente, se tais abusos aconteceram durante a infância, ou em algum momento particularmente vulnerável de suas vidas.

Se, além disso, a pessoa já tentou tirar a própria vida alguma vez, ou fez tratamento para depressão e distúrbios semelhantes, o risco é maior. É maior, também, quando a pessoa foi vítima de violência doméstica e isso, de alguma forma, continua causando um sofrimento de grande intensidade por conta dos danos que foram sofridos.

Homem triste sem saber o que fazer

2. Desamparo: um dos grandes sinais de que a pessoa pensa em suicídio

O desamparo é um estado no qual não há qualquer projeção para o futuro. Nada de bom é esperado, e não são feitos planos ou criadas expectativas com relação a isso. É comum que esse estado ocorra depois de vivenciarmos um grande fracasso ou passarmos por uma perda afetiva de grande importância.

Nesses casos, a afetividade tende a oscilar entre baixa e neutra. Isto significa que, embora não haja uma tristeza muito grande presente na pessoa, também não há intensidade em outros sentimentos.

3. Bem-estar súbito

Quando uma pessoa passa por longos períodos de tempo submersa em sentimentos de tristeza, talvez não seja um bom sinal encontrá-la mais tranquila e animada abruptamente, sem uma razão aparente. Às vezes, para muitos daqueles que se encontram diante de encruzilhadas, a ideia de tirar a própria vida pode ter se tornado a solução que procuravam.

Essa ideia pode tranquilizá-los. De um jeito ou de outro, conseguiram “resolver” o que vinha lhes atormentando. Por isso, quando alguém que estava mal de repente se sente bem, pode ser um sinal de que a pessoa pensa em cometer suicídio.

4. Falar sobre a morte com frequência

É comum que, quando uma pessoa pensa em suicídio, isso seja comunicado de alguma forma. Geralmente, elas usam frases como “seria melhor estar morto”, ou “viver para quê?”.

Tais frases podem indicar que a pessoa tem contemplado a ideia de morrer e que, de um jeito ou de outro, ela pode validar suas conclusões com os demais à sua volta.

5. Descartar pertences e resolver assuntos

Com frequência, pessoas que cultivam a ideia do suicídio começam a se desfazer dos próprios pertences. Às vezes, repassam as roupas e objetos que mais gostam àqueles que possuíram um significado especial em suas vidas. Um desapego fora do comum é percebido. Fazer isso é quase como começar a desaparecer, a começar pelos objetos que compõem o mundo da pessoa.

Quando a decisão é tomada, as pessoas muitas vezes começam a encerrar assuntos pendentes. Elas fecham suas contas bancárias, colocam suas contas em ordem e eliminam arquivos de seus computadores, entre outros. Isso expressa o fim de um ciclo; neste caso, o ciclo da vida.

Homem diante de lago

6. Isolamento gradual

O suicídio é mais frequente em pessoas que ainda enfrentam problemas importantes do passado que não conseguiram resolver. Em geral, a ideia de tirar a própria vida não surge de imediato. Ela amadurece lentamente, após a pessoa ter vivenciado uma perda, um fracasso ou uma importante mudança que trouxe tristeza e medo.

Se alguém pensa em suicídio, provavelmente passará por uma etapa na qual conversa com os outros sobre seus problemas; porém, em seguida, ela começa a se isolar. Ainda que esteja rodeado de outras pessoas, o indivíduo “não se conecta” a elas. O contato é superficial e a pessoa se torna cada vez mais solitária e distante.

Como observamos desde o início, nem todas as pessoas suicidas enviam os mesmos sinais. Os que foram listados aqui são apenas indicadores médios. O maior sinal, em qualquer circunstância, é enxergar que uma pessoa sofre continuamente e não consegue dissipar sua dor e desconforto. Se você suspeita de que alguém esteja assim, o melhor a fazer é buscar ajuda profissional para saber como ajudar.


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  • Pérez-Olmos, I., Ibáñez-Pinilla, M., Reyes-Figueroa, J. C., Atuesta-Fajardo, J. Y., & Suárez-Díaz, M. J. (2008). Factores asociados al intento suicida e ideación suicida persistente en un centro de atención primaria. Bogotá, 2004-2006. Revista de Salud Pública, 10, 374-385.

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