Viver em paz consigo mesmo, uma tarefa que não pode ficar pendente

Quando você tem paz dentro de você, as tempestades externas são menos assustadoras. Porque você enfrentou seus medos, porque você anda livre de culpas, rancores e inseguranças. Quem não gostaria de atingir esse equilíbrio psicológico? Descubra como alcançá-lo.
Viver em paz consigo mesmo, uma tarefa que não pode ficar pendente
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Viver em paz consigo mesmo traz muitos benefícios: satisfação, harmonia interna, bom gerenciamento do estresse e um bem-estar que se reverte no corpo e na mente. É preciso notar que chegar a este estado não é fácil, principalmente no mundo complexo em que vivemos. Os dias estão cada vez mais complicados, o ruído mais alto, e a incerteza é uma constante eterna na qual nos dissolvemos no meio da ansiedade e das preocupações.

A verdade é que é difícil  atender e resolver nosso interior quando o que nos rodeia parece envolto em um turbilhão eterno. No entanto, um aspecto deve ser levado em consideração: é agora que devemos dar o melhor de nós mesmos. E algo assim só se consegue quando há calma interior, quando a culpa não pesa, quando não sentimos os medos, os ressentimentos ou a sombra daquele passado que obscurece o nosso presente.

Se houver paz na mente e no coração, tudo será visto com mais clareza e nos sentiremos mais seguros para solucionar desafios e seguir em frente com mais ousadia, humanidade e segurança. Portanto, esta não é uma tarefa que podemos deixar pendente. Por isso, vamos ver como alcançar esse estado psicológico muito gratificante e saudável.

Viver em paz consigo mesmo

Como aprender a viver em paz consigo mesmo?

O filósofo imperador Marco Aurélio disse que “quem vive em harmonia consigo mesmo, vive em harmonia com o mundo”. É uma grande verdade, mas provavelmente ele não alcançou essa harmonia em vida, apesar da sua sabedoria e estoicismo. Alcançar esse senso de equilíbrio muitas vezes nos força a deixar de lado as cargas da consciência, do arrependimento e da sombra de todas as coisas que não fizemos bem no passado e que ainda nos machucam.

Essa higiene mental, essa capacidade de apagar os buracos negros psicológicos e emocionais que tiram a nossa calma, exige enfrentar o que nos atormenta. Só então nos damos permissão para sermos imperfeitos, para finalmente nos perdoarmos ou pararmos de nos punir por coisas que não podemos controlar.

Viver em paz consigo mesmo oferece a você mais do que apenas conforto espiritual. Não se tratar de limpar os pecados de ontem ou interromper aquelas batalhas internas que às vezes lutamos sem descanso. Dentro da psicologia positiva, o termo “paz” é frequentemente usado como aquele mecanismo intrapessoal com o qual se obtém o bem-estar mental e a felicidade. Estamos diante de um exercício psicológico muito útil.

Capaldi, CA, Dopko, RL e Zelenski, JM (2014) definiram o termo “paz” em um estudo como um estado de calma, serenidade e tranquilidade mental que surge na ausência de alterações como preocupação, ansiedade, ódio, arrependimento, sentimento de culpa… Segundo esses autores, a paz interior é alcançada graças à autorregulação emocional.

Vejamos, porém, em que consistem esses mecanismos para poder viver em paz consigo mesmo.

Pare de criar exigências para si mesmo

O que as exigências têm a ver com a nossa calma mental? Na verdade, muita coisa. Vamos pensar sobre isso: muitos de nós aplicamos aquela abordagem hiperexigente na qual subordinamos nossa felicidade a uma série de condições ou requisitos:

Esses tipos de condições não apenas tiram a nossa paz interior, mas também nos sujeitam a um sofrimento irreparável. Portanto, precisamos parar de colocar tantos obstáculos no horizonte. A vida é muito mais fácil quando paramos de colocar tantas condições diante da nossa felicidade.

Valide a si mesmo; considere-se valioso

Quando caminhamos pelo mundo sem o apoio da nossa autoestima, nosso mundo interior fica cheio de vazios e em guerra permanente. Esperamos que os outros nos reconheçam, que nos deem atenção e reforço positivo para que nos sintamos validados. Como podemos imaginar, nada é tão exaustivo quanto implorar pela atenção de outra pessoa.

Para viver em paz consigo mesmo, você deve ser capaz de proporcionar a si mesmo o afeto e o reconhecimento que espera dos outros. Se a sua autoestima e amor próprio forem fortes, você alcançará uma harmonia interior completa. Será o momento em que, finalmente, você deixará de esperar tudo daqueles que estão ao seu redor para entender que você só deve esperar alguma coisa de si mesmo.

Borboleta pousando em mão aberta

Para viver em paz consigo mesmo, perdoe-se

Perdoar para se libertar. Exija seu próprio perdão para compreender que ninguém caminha pela vida sem cometer erros e que todo erro é um processo de aprendizado e uma oportunidade para corrigir e recomeçar.

Para viver em paz consigo mesmo, você é obrigado a compreender que não é infalível, que se você insiste em ser seu próprio algoz, ninguém sai ganhando. A dor, então, se retroalimenta e você perde uma valiosa oportunidade de mostrar que pode ser melhor, que é capaz de mostrar uma versão mais iluminada e humana de si mesmo. Você é muito mais do que os seus erros de ontem, então faça isso, perdoe-se.

Acalme o turbilhão de ressentimentos e emoções adversas

Na jornada da vida, não é bom caminhar com um turbilhão na mente e uma guerra constante no coração. Os ressentimentos, frustrações e a raiva gerados por decepções ou o ódio por alguém que uma vez nos prejudicou são nuvens que obscurecem a nossa pessoa. Ninguém pode encontrar a calma com esse turbilhão interno.

Portanto, não hesite, resolva essas dinâmicas internas. Desfaça-se do ódio, da raiva, da dor da decepção… Cure essas emoções que continuam a machucá-lo e dê lugar a novas oportunidades e experiências. Para viver em paz consigo mesmo é preciso resolver esses nós que não te deixam respirar.

Concentre-se hoje mesmo nessas tarefas tão decisivas. Não deixe para amanhã a calma mental que você pode alcançar hoje…


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  • Capaldi, C. A., Dopko, R. L., & Zelenski, J. M. (2014). The relationship between nature connectedness and happiness: A meta-analysis. Frontiers in Psychology, 5, 976.

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