Sua vulnerabilidade aumenta quando você sacrifica sua essência

Sua vulnerabilidade aumenta quando você sacrifica sua essência
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 03 janeiro, 2023

Você já deixou de ser você mesmo para agradar aos demais? Se tornou quem não era para gostarem mais de você? Quando você sacrifica sua essência, sua vulnerabilidade aumenta, você perde a si mesmo até o ponto de esquecer quem é realmente. Já não sabe do que gosta, nem o que quer. Entregou a chave da sua vida para os outros.

Quando você sacrifica sua essência e se mostra como os outros desejam, está pagando um alto preço para obter aprovação e um falso sentimento de apreço. Porque na realidade não é de você que eles gostam, e sim da sua aparência, da miragem que você mostra.

Você não é consciente de que a vida não se trata de ver quem se sacrifica mais para que os outros aceitem, e sim de se descobrir para depois oferecer o melhor que tem. Agora, se você decide ser quem os outros desejam, ficará vulnerável às suas manipulações e ao mal-estar provocado por ser quem não é.

“Faça o que for, não poderá agradar a todos. Acredite: você não precisa da aprovação de ninguém para ser feliz”.
– Walter Riso –

Quando a vulnerabilidade aumenta, começamos a sofrer

Desde o momento em que sacrificamos nossa essência, o sofrimento se converte em uma constante na vida. Seu olhar se dirigirá para as pessoas que fazem parte de seu ambiente e a preocupação irá invadi-lo junto com a culpa. Estará em permanente estado de alerta, principalmente diante das possíveis críticas e desaprovações.

Quando sacrificamos nossa essência, tentamos agradar e queremos ser aceitos, custe o que custar, a qualquer preço.

Esta situação, ao invés de nos fazer feliz, nos levará a noites inteiras chorando. A ansiedade e o estresse que se instalam de forma permanente, “temos que…”, “devemos ser…” são os pensamentos diários. Não sabemos de onde vem este estado de nervosismo e exigência.

É como se nossa opinião não contasse, nem sequer existisse. Só o que os outros dizem está certo. E mais, em nenhum momento questionamos a forma de agir deles. Você dá tudo, mas já se perguntou por que não se sente bem? Por que, apesar de fazer tudo que pedem e que supõe estar correto, tem a sensação de estar fora do lugar?

Homem diante do mar

Muito além de satisfazer os demais

Desde muito jovem, você aprendeu a agradar o próximo. A dar a mão quando o outro precisa, oferecer seu apoio e seu humor e ser compreensivo com seus defeitos.

Você é muito flexível com os demais e, às vezes, perdoa erros enormes. No entanto, parece que esse mesmo tratamento não é o que você recebe. Você é chicoteado e exigido, e acredita que se não fizer as coisas bem, não será aceito nem amado.

Você pensa que se disser “não”, será rejeitado e odiado, e inclusive deixarão de ser seus amigos. No entanto, o que aconteceria se alguém ao seu redor se comportasse assim? Você entenderia, não é verdade? Então… Por que não lhe dão o direito de ser como você é, dizer o que pensa e quer, e ser sincero de uma vez por todas?

Com frequência possuímos um conceito embaçado de como temos que ser, e por isso nos deixamos de lado, quando na verdade somos os únicos protagonistas de nossas vidas. Nosso foco de atenção está perdido, ilumina uma localização errada e pagamos um alto preço por isso.

Não cuidamos de nós, nos preocupamos demais com os outros, enganamos a nós mesmos, fingimos, mentimos… Tudo por alguns sorrisos e umas bajulações. O que estamos fazendo?

É o momento de fortalecer sua autoestima

Quando você sacrifica sua essência a favor dos outros, o mais provável é que sua autoestima despenque. Você passa a depender dos demais para ser feliz, mas nem assim consegue alcançar a felicidade.

O que aconteceria se aquele amigo deixasse de falar com você? O que aconteceria se seu parceiro o abandonasse? O que aconteceria se amanhã você fosse demitido do trabalho? Você teria que resolver qualquer uma destas situações sozinho.

Existem momentos na vida nos quais não resta outra opção a não ser recolher os pedaços que ficaram devido à pouca atenção recebida. É a única forma de fortalecer a autoestima.

Borboleta pousando em mão

Não é egoísmo cuidar de si mesmo, se ajudar nos momentos de desolação e tristeza. Querer estar sozinho e não ver ninguém é totalmente normal. Você precisa se mimar, se escutar, estar consigo mesmo.

Você tem medo do que dirão, mas não teme se perder, nem se esquecer de ser feliz por si mesmo. Ainda que, no fim, isso seja o mais importante…

Esse tempo que você perde agradando aos outros não está sendo frutífero. Sua vulnerabilidade aumenta e as pessoas tóxicas podem usá-lo e manipulá-lo. Esqueça os outros e dedique-se a si mesmo.

“Atreva-se a estabelecer limites. Trata-se de ter o valor de amar a si mesmo, inclusive quando corremos o risco de decepcionar os outros”.
– Brene de Brown –


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.