5 mecanismos de controle mascarados
Os mecanismos de controle mascarados são estratégias que algumas pessoas usam para manipular o comportamento dos outros. O seu objetivo é exercer poder e domínio. Portanto, eles são um ataque contra a autonomia do outro.
Às vezes, essas tentativas de controle são muito evidentes. Ocorrem quando os comportamentos impositivos são diretos e não deixam margem para dúvidas. Por exemplo, com mandatos arbitrários, gritos de intimidação ou pressões manifestas. No entanto, outras vezes, o que é implementado são mecanismos de controle que podem passar despercebidos pelas vítimas.
“As tentativas de superar essa dualidade, de domesticar ou dominar os indisciplinados, de tornar previsível o desconhecido e de acorrentar os errantes são a sentença de morte do amor”.
– Zygmunt Bauman –
Esse tipo de mecanismo de controle mascarado é muito prejudicial, pois não é facilmente identificável. Eles enredam as pessoas em um emaranhado muito confuso, onde podem permanecer por um longo tempo sem estarem cientes do que está acontecendo. É por isso que vale a pena mencioná-los. Estes são cinco deles.
Mecanismos de controle mascarados
1. Controle por culpa
É um dos mais comuns e também o mais prejudicial. Tem a ver com gerar linhas de pensamento ou ideias que levam alguém a se sentir culpado, sem que haja qualquer razão para isso. Elas ocorrem em todos os tipos de relacionamentos, mas são especialmente comuns no vínculo entre pais e filhos ou no casal.
O exemplo mais típico é aquele que diz: “Veja tudo o que fiz por você”. Quem diz isso carrega uma relação detalhada de todos os atos realizados em benefício do outro. E os cobram um por um. Eles se vitimizam para fazer com que o outro se sinta culpado. Muitas vezes, conseguem alcançar o seu objetivo e com isso mantêm o controle sobre os outros.
2. Codependência
Esse é um dos mecanismos de controle mascarados que muitas vezes é confundido com um profundo afeto. A palavra-chave aqui é “precisar”. Corresponde a todas aquelas expressões e comportamentos em que o outro é levado a sentir que é indispensável fazer ou não fazer alguma coisa. Até mesmo para viver. “Sem você eu não posso viver”.
Ao mesmo tempo, esse tipo de mecanismo também inclui a mensagem oposta: “você precisa de mim”. Dessa forma, toda uma série de comportamentos é desenvolvida para evitar que o outro faça o que ele é capaz de fazer. A pessoa ajuda ou dá suporte mesmo que o outro não peça. Assim, ele está reforçando a ideia de que o outro precisa de quem fornece esse apoio constante.
3. Negação do amor
Esse mecanismo de controle mascarado é baseado na manipulação de afetos. O amor é dado ao outro quando ele faz exatamente o que seu manipulador quer que ele faça. Ao mesmo tempo, é negado quando se afasta dos mandatos ou exigências de quem pretende controlar.
Nesse sentido, é uma chantagem emocional que, no entanto, nem sempre é tão óbvia. Muitas vezes a obediência é exigida argumentando que é para o bem daqueles que “devem” obedecer. Ou é indicado que esse ato de doar e negar amor é uma maneira de colocar limites saudáveis na situação.
4. Objetivo comum
Isso também acontece com frequência entre pais e filhos ou no casal. Uma das partes “vende” uma das suas metas para a outra. Assim, um objetivo individual se torna sutilmente um objetivo de dois, mesmo que uma das partes não esteja totalmente convencida de que é o que ela realmente deseja.
Esse objetivo comum às vezes se torna uma espada de Dâmocles. O promotor do mesmo não terá nenhum problema em expressar a sua “decepção” se o outro não se encaixa nesse objetivo, ou não faz nada para obtê-lo. A questão pode estar relacionada a um objetivo econômico, ter filhos ou realizar determinados sonhos.
5. Incesto emocional
Como se refere ao incesto, este é um dos mecanismos de controle mascarados que afetam fundamentalmente a família. Em particular, é um tipo de controle que aparece entre mães e filhos, ou entre pais e filhos. O pai, ou a figura controladora, faz o filho sentir que é tudo para ele, e que juntos eles formam uma espécie de “frente contra o mundo”.
No final, filhas ou filhos acabam sendo uma espécie de pais para seus pais. Aqueles que os apoiam, dão suporte e os orientam. Também aqueles que frequentemente assumem responsabilidades que não são suas. Eles aprendem a dar muito sem esperar nada e acham difícil entender o significado da individualidade.
Todos esses mecanismos de controle mascarados são encontrados diariamente nos nossos relacionamentos humanos. Nascem da insegurança ou da frustração e levam ao mesmo caminho: insegurança e frustração. Nem quem os implementa nem quem é vítima deles atinge uma existência plena e feliz.
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- Tirapu-Ustárroz, J., García-Molina, A., Luna-Lario, P., Roig-Rovira, T., & Pelegrín-Valero, C. (2008). Modelos de funciones y control ejecutivo (II). Revista de neurología, 46(12), 742-750.