5 maravilhosos relatos budistas que o tornarão mais sábio

5 maravilhosos relatos budistas que o tornarão mais sábio

Última atualização: 08 julho, 2016

Budismo vem da palavra “budhi”, que significa despertar. Por essa razão, a filosofia budista é considerada a filosofia do “processo de despertar”. Um processo pelo qual não apenas abrimos os olhos, como também o resto dos sentidos e o nosso intelecto, de uma forma plena através de diferentes formas como os microrrelatos budistas.

Queremos encorajar você com estes cinco relatos a deixar para trás a apatia, desenvolver uma maior compreensão e se transformar em uma pessoa mais sábia. Esperamos que você curta e experimente a sabedoria que carregam.

O budismo ensina que, além de cultivar o amor e a bondade, deveríamos procurar desenvolver a nossa capacidade intelectual para alcançar um entendimento claro.

A xícara de chá

“O professor chegou na casa do mestre zen e se apresentou fazendo alarde de todos os títulos que havia alcançado ao longo dos seus vários anos de estudo. Depois, o professor comentou o motivo da sua visita, que não era outro senão conhecer os segredos da sabedoria zen.

chá-budismo

Em vez de lhe dar explicações, o mestre o convidou a se sentar e lhe serviu uma xícara de chá. Quando a xícara transbordou, o sábio, aparentemente distraído, continuou derramando a infusão de modo que o líquido se espalhou pela mesa.

O professor não pôde evitar chamar a sua atenção: “A xícara está cheia, já não cabe mais chá”, ele avisou. O mestre deixou a chaleira de lado para afirmar: “Você é como esta xícara, chegou cheio de opiniões e preconceitos. Salvo que a sua xícara esteja vazia, não poderá aprender mais nada.”

O primeiro destes cinco curtos relatos budistas nos ensina que com a mente cheia de preconceitos é impossível aprender e considerar novas crenças. É preciso se “esvaziar” de velhos preceitos e estar aberto a novos ensinamentos.

O presente

“Buda estava transmitindo os seus ensinamentos para um grupo de discípulos quando um homem se aproximou e o insultou com a intenção de agredi-lo. Frente ao olhar dos ali presentes, Buda reagiu com absoluta tranqüilidade, ficando quieto e em silêncio.

Quando o homem foi embora, um dos discípulos – indignado com tal comportamento – perguntou a Buda por que havia deixado que aquele estranho o maltratasse dessa forma.

Buda respondeu com serenidade: “Se eu presenteio você com um cavalo mas você não o aceita, de quem é o cavalo? O aluno, depois de ponderar por um instante, respondeu: “Se a pessoa não o aceitar, continuaria sendo seu”.

Buda concordou e explicou que, mesmo que algumas pessoas decidissem gastar o seu tempo presenteando insultos, sempre poderemos escolher se queremos aceitá-los ou não, como faríamos com qualquer outro presente. “Se você o pegar, estará aceitando-o, e se não, quem insulta você fica com o insulto na suas mãos”.

Não podemos culpar aquele que nos maltrata porque é decisão nossa aceitar as suas palavras em vez de deixá-las nos mesmos lábios de quem saíram.

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Os monges budistas e a mulher formosa

“Dois monges budistas, um velho e outro jovem, passeavam fora do monastérios perto de um córrego de água que havia inundado os arredores. Uma bela mulher se aproximou dos monges e lhes pediu ajuda para atravessar o aguaceiro.

O monge jovem estava horrorizado frente a ideia de levá-la em seus braços, mas o velho com total naturalidade a pegou e levou do outro lado. Depois, os monges continuaram caminhando.

O jovem não podia deixar de pensar no incidente e finalmente exclamou: “Mestre! Você sabe que juramos abstinência. Não nos permitem tocar uma mulher assim. Como você pôde tomar essa bela mulher nos braços, deixá-la colocar as mãos ao redor do seu pescoço, o peito junto ao seu peito e levá-la através do aguaceiro, desse jeito? O ancião respondeu: “Filho meu, você ainda a carrega com você!”

O terceiro destes relatos budistas nos ajuda a entender que às vezes carregamos o passado com emoções de culpa ou ressentimento, e o tornamos mais pesado do que foi verdadeiramente. Aceitando que o incidente não forma parte do nosso presente, podemos nos livrar de um grande peso emocional.

Inteligência

“Uma tarde as pessoas viram uma anciã procurando alguma coisa na rua fora da sua choça. ‘O que acontece, o que você procura?” perguntaram a ela. ‘Perdi a minha agulha’ – ela disse. Todos os presentes começaram a procurar a agulha com a anciã.

Com o passar do tempo alguém comentou: “A rua é comprida e uma agulha é algo muito pequeno. Por que não nos diz exatamente onde caiu?” “Dentro da minha casa” – indicou a anciã.

“Você está maluca? Se a agulha caiu dentro da sua casa, por que você está procurando-a aqui fora? – disseram eles. “Porque aqui tem luz, mas dentro da minha casa não”, disse ela.

O quarto relato budista nos lembra que muitas vezes, por conforto, procuramos no exterior o que reside em nosso interior. Por que procuramos a felicidade fora de nós mesmos? Por acaso a perdemos ali?

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Não somos os mesmos

“Ninguém desenvolveu a benevolência e a compaixão como Buda na sua época. Entre os seus primos estava o malvado Devadatta, que sempre sentia inveja do mestre e sempre estava empenhado em deixá-lo em situação ruim, inclusive disposto a assassiná-lo.

Um dia, Buda estava passeando tranqüilamente quando seu primo Devadatta lhe arremessou uma rocha pesada desde o cume de uma colina. A rocha caiu ao lado de Buda e Devadatta não conseguiu acabar com a sua vida. Buda, mesmo percebendo o que acontecera, permaneceu impassível, sem nem sequer perder o sorriso.

Dias depois, Buda cruzou com seu primo e o cumprimentou afetuosamente. Muito surpreso, Devadatta perguntou: “Você não está bravo?” “Não, claro que não”, assegurou Buda.

Sem sair do seu assombro, Devadatta continuou: “Por quê?” E Buda replicou: “Porque nem você é mais aquele que lançou a rocha, nem eu sou mais aquele que estava ali quando foi arremessada”.

“Para aquele que sabe ver, tudo é transitório; para o que sabe amar, tudo é perdoável.”
– Krishnamurti –


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