A cura emocional que meu cachorro me deu

A cura emocional que meu cachorro me deu
Cristina Roda Rivera

Escrito e verificado por a psicóloga Cristina Roda Rivera.

Última atualização: 29 dezembro, 2022

Muitos de nós estamos cansados de palavras vazias. De olhares que buscam esconder um sentimento ao invés de lutar para expressá-lo alto e claro. Estamos cansados de conselhos, de censuras, de críticas, de beijos calculados e de abraços regulamentados.

Nesta sociedade aprendemos muito sobre relacionamentos, mas nos esquecemos de mostrar carinho incondicional. De mostrar paixão e lealdade sem nos importar com o passado de cada um. Nos esquecemos de que a única forma de amar é abrir nosso coração como se nunca nos tivessem machucado.

Se entregamos um coração com medo podemos receber o mesmo. É por isso que alguns de nós continuamos nos derretendo com um olhar de um cachorro. Continuamos a umedecer os olhos e encolher o peito de emoção ao lembrar destes anjos peludos que nos acompanharam durante algum tempo, mas já não estão presentes.

São tantos os momentos e todos são tão bons e puros que a única coisa que me ocorre é que temos que agradecê-los e reivindicar sua passagem pelo mundo. Para muitos os cachorros são almas puras que não precisam falar, pois suas demonstrações de lealdade e carinho infinito são a linguagem mais bela que muitos jamais entenderão.

Se você acredita ter chegado ao fundo do poço e tem um cachorro, você não tem uma esperança, tem a melhor delas

Menina com cachorro que ajudou na cura emocional

No momento em que adotamos, ganhamos ou compramos um cachorro assumimos um compromisso e uma responsabilidade. Mas não tema, porque limpá-los, alimentá-los e cuidar deles será um esforço ínfimo em troca de toda a bondade que eles nos dão. Há algum tempo li este relato anônimo que quero compartilhar e que resume perfeitamente o porquê da sua existência e de seu exemplo para nós:

Você já se perguntou por que os cachorros vivem menos do que as pessoas? 

Sendo um Veterinário, fui chamado para examinar um cão de 10 anos de idade chamado Belker. Os donos do cachorro, Ron, sua esposa Lisa e seu pequeno Shane, eram muito apegados a Belker e estavam esperando um milagre. 

Examinei Belker e descobri que estava morrendo de câncer. Disse a família que não podíamos fazer nada por Belker, e me ofereci a seguir com o procedimento de eutanásia em casa. 

Realizamos os arranjos necessários, Ron e Lisa disseram que seria uma boa ideia que o menino de 6 anos, Shane, observasse o procedimento. Eles sentiram que Shane poderia aprender algo da experiência.

No dia seguinte, senti a familiar sensação em minha garganta quando Belker foi rodeado pela família. Shane estava tranquilo, acariciava o cão pela última vez, e eu me perguntava se ele compreendia o que estava se passando. Em alguns poucos minutos Belker estava dormindo pacificamente para já não despertar.

O pequeno menino pareceu aceitar a transição de Belker sem nenhuma dificuldade ou confusão. Nos sentamos por um momento nos perguntando o porquê do lamentável fato da vida dos cachorros ser mais curta do que a dos humanos.

Shane, que estava escutando atentamente, disse: “eu sei por quê.” 

Surpresos, todos olharam para ele. O que disse a seguir me maravilhou, nunca tinha escutado uma explicação mais reconfortante que essa. Este momento mudou minha forma de ver a vida. 

Ele disse, “a gente vem ao mundo para aprender como viver uma boa vida, como amar aos demais todo o tempo e ser boas pessoas, não é mesmo?”

“Bom, como os cachorros já sabem como fazer tudo isso, não precisam ficar tanto tempo como nós.”

Este relato simplifica a verdade entre cães e seres humanos. Os dois vêm ao mundo dotados de sentimentos e com o desejo de ser felizOs cães praticam o amor sem limites e não guardam rancor. Eles somente se aproximam ou se afastam seguindo os seus tratos. As pessoas, no entanto, aprendem uma infinidade de conhecimentos para guardar os sentimentos por diferentes motivos.

Alguns dizem que os cachorros não têm alma, outros que não compreendem, que somente são “animais”. Nós, contudo, parecemos compreender tudo e às vezes atuamos sem alma, sem compaixão e sem compreensão. Assim, não escute aqueles que dizem que são animais tontos e que jamais poderão lhe dar o carinho que precisa, que o carinho de um cão nunca poderá se comparar ao de uma pessoa.

Menina com cachorro que ajudou na cura emocional

Não queremos dizer que as pessoas não sejam capazes de prover amor. O fazemos muito bem quando queremos, mas um cão dará amor sempre, e seus aborrecimentos ou maus modos nunca causarão sofrimento psicológico.

Se você passa por um mau momento, sente-se e deixe que um cachorro o observe e faça carinho nele. Talvez você não possa tê-lo em sua casa, mas pode buscar sua companhia ajudando em qualquer ONG protetora de animais. Estará ajudando e receberá a terapia mais pura da qual muitos nunca provarão.

Espero que meu cachorro tenha tido uma boa vida, a minha foi melhor junto a ele

Quando nos lembramos dos momentos compartilhados com nosso cachorro somente sentimos tranquilidade e saudade. Poderíamos estar passando por mil dramas em nossas vidas que ele nunca baixaria a guarda para nos dar lambidas e nos olhar com lealdade. Estas lembranças são as mais puras do coração e a cura de sua companhia é um tesouro que guardaremos sempre conosco.

Existem situações nas quais as palavras sobram: somente contemple, acompanhe e acaricie. Amor puro. Amor incondicional. Amor sincero. 

“Somente espero que no dia em que eu morrer, todos os cachorros que estiveram comigo nesta vida me recebam latindo e abanando seus rabos, e assim direi: “Obrigado meu Deus, estou no céu!”

-Antonio Clement- 


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