A filosofia de Bertrand Russell: paz e lógica
Bertrand Russell representa uma das abordagens mais influentes na história da filosofia moderna. Ele é um estudioso e lógico britânico, cujo trabalho impactou a epistemologia, a metafísica, a teoria do conhecimento e a filosofia da ciência.
O pensamento desse intelectual foi marcado pelas duas guerras mundiais, das quais estimulou reflexões sobre os conflitos armados e seus efeitos na humanidade. Este artigo explora a corrente filosófica de Russell, bem como as questões relacionadas à ética e à convivência em sociedade que ele também abordou.
Bertrand Russell: figura e transcendência intelectual
Bertrand Russell foi um filósofo, matemático, lógico e pacifista britânico. Ele nasceu em 1872 em Trellech, uma cidade no País de Gales. Desde a infância esteve envolvido em questões políticas, seguindo a tradição familiar. Foi preso diversas vezes, devido a sua ideologia e sua defesa ferrenha da liberdade de expressão.
Sua vida intelectual foi frutífera. Dentro do Círculo de Viena, Russell foi um dos pioneiros da análise lógica, argumentando que a linguagem e o conhecimento são compostos de átomos linguísticos: unidades básicas de significado combinadas de acordo com regras lógicas para formar expressões linguísticas complexas.
Da mesma forma, ele fez contribuições valiosas para a lógica matemática moderna. O Instituto de Matemática da UNAM destaca o seguinte:
- O paradoxo de Russel.
- Cálculo de primeira ordem.
- Introdução à teoria dos tipos.
- Defesa do logicismo ou lógica formal da matemática.
O que está por trás da filosofia de Bertrand Russell?
A concepção de filosofia de Russell foi revolucionária, pois considerava esta um meio-termo entre a teologia e a ciência: a primeira não pode aspirar ao conhecimento exato; a segunda, apela à razão humana para saber.
Ciência é o que sabemos; filosofia, o que não sabemos.
-Bertrand Russel-
Nesse sentido, ele tenta desenvolver uma filosofia esclarecedora em relação às especulações metafísicas feitas até agora. Seu método se concentra na análise lógica da linguagem. Assim, o movimento filosófico ao qual Russell adere é o atomismo lógico, destaca um artigo em homenagem a esse pensador, publicado na National University Magazine.
Esse atomismo considera que o mundo é constituído de fatos simples que se expressam por meio da linguagem e podem ser estudados a partir de sua forma lógica.
Da mesma forma, os fatos atômicos têm a particularidade de se referir a um único objeto e sua propriedade em um determinado momento. Um exemplo disso seria a frase “a maçã está vermelha agora”.
Com base nesses fatos, são criados significados ou estruturas semânticas mais complexas. Desta forma, eles serão capazes de cobrir uma gama mais ampla de realidade. Mesmo assim, é preciso ressaltar que para Russell os fatos atômicos são a construção básica do mundo.
O papel da linguagem na filosofia de Bertrand Russell
A análise da linguagem é central para a filosofia de Russell. Em que consiste? Ao analisar o significado das palavras, uma vez que se referem a objetos e propriedades do mundo real.
Assim, a análise da linguagem começa com frases entendidas como proposições. Isso significa que são consideradas expressões linguísticas que possuem valores de verdade: verdadeiro e falso. Ao mesmo tempo, cada sentença ou proposição expressa fatos do mundo real e abstrações dele. Por exemplo: o céu é azul ou o triângulo tem um ângulo reto.
Segundo essa concepção, a linguagem cumpre a função de indicar os erros originados pelo mau uso da gramática e sua análise representa uma solução para os problemas filosóficos.
A ética de Russell
Bertrand Russell não apenas escreveu sobre problemas relacionados à filosofia do conhecimento, mas também se interessou pela ética. Nela ele estabeleceu uma relação entre felicidade e bondade. Segundo o filósofo, o indivíduo bom e bondoso necessariamente será feliz.
Assim, desenvolveu uma ética da benevolência, devido ao seu caráter moralizador e ao seu estilo conciliador e liberal, observa uma obra do Estudi General. Esta dimensão da ética é contrária àquela fundada na universalidade dos deveres e das normas, ela também propõe um pseudo-subjetivismo.
O que isso quer dizer? Significa que cada sujeito adota valores como guia e que essa escolha é pessoal. Além disso, cada um escreve sua própria definição do que é uma vida boa; uma atividade estimulada por sentimentos e emoções pessoais.
À primeira vista parece que Russell trabalhou com base no princípio do individualismo ético ou moralidade onde cada um é regido por suas próprias regras. Mas a realidade é que ele levou em conta que a gentileza ou uma boa ação tem repercussão social.
A boa vida, como eu a concebo, é uma vida feliz. Não quero dizer que se você for bom, será feliz, mas se for feliz, será bom.
-Bertrand Russel-
Russell e a liberdade de expressão
Muito no espírito do pós-guerra, Russell defendia que a liberdade é a maior aspiração que o ser humano pode alcançar. Ocupar esta posição causou problemas para o filósofo, que foi preso várias vezes.
E de acordo com o exposto, ele levantou a liberdade de pensamento ou expressão, alegando que o poder não deve vir pela força, muito menos coerção ou restrição de liberdades. Pelo contrário, elogiou a liberdade de dizer e fazer o que se pensa, independente de toda autoridade.
Uma mensagem para o futuro na filosofia de Bertrand Russell
Bertrand Russell se destacou por sua faceta pacifista, voltada para a defesa da convivência social. Em relação ao conhecimento, ele levantou a importância de se referir aos fatos ao estudar ou considerar qualquer filosofia. Ou seja, questionando seu real curso e questionando a veracidade das histórias; desta posição será mais difícil para os desejos estabelecerem os critérios.
Continuando com seu legado moral, Bertrand Russell instou a apostar na harmonia entre os humanos, assim como aprender a tolerar apesar das diferenças que se tem com os outros. Dessa forma, o filósofo promoveu a tolerância e a compaixão para viver em sociedade.
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