A rosa e o sapo

A rosa e o sapo

Última atualização: 17 outubro, 2015

Era uma vez uma rosa muito bonita e charmosa. Que maravilha era saber que era a rosa mais bela do jardim. No entanto, dava-se conta de que as pessoas a olhavam de longe.

Um dia, percebeu que, ao seu lado, sempre estava um grande e escuro sapo, e que era por isso que ninguém se aproximava para vê-la de perto. Indignada com a descoberta, ordenou ao sapo que fosse embora imediatamente. O sapo, muito obediente, disse: “Está bem, se é assim que você quer.”

Pouco tempo depois, o sapo passou por onde a rosa estava e se surpreendeu ao ver a rosa toda murcha, sem folhas e pétalas. Disse-lhe, então: “Nossa, você está muito mal.  O que aconteceu com você?”. A rosa respondeu: “É que desde que você foi embora, as formigas vêm me comendo diariamente… nunca pude voltar a ser igual”. O sapo somente respondeu: “Mas claro, quando eu estava aqui, comia todas essas formigas e, por isso, você era a rosa mais bela do jardim”.

Moral da história:

Muitas vezes, desprezamos a todos por crer que somos mais que eles, mais belos ou que eles simplesmente não nos servem de nada. Todos nós temos algo especial a ser feito, algo para aprender com os demais ou ensinar, e ninguém deve desprezar ninguém. 

A sociedade se dividiu em classes, porque pertencer a um ou outro  status social  dá a sensação de se sentir superior ou inferior às outras pessoas. A verdade é que, ainda que olhar por cima do ombro para alguém seja bastante comum atualmente, devemos procurar nos sentir iguais e com o mesmo valor que os demais, nem mais nem menos.

Conhecer e potencializar nosso valor é importante para que nos sintamos bem, equilibrados e para que nos relacionemos de forma saudável. Não somos nem mais nem menos que os demais. O sentimento de superioridade é um lastro da mesma magnitude que o  sentimento de inferioridade .  Estes complexos são a marca dos inseguros.

Desprezar alguém por acreditar ser superior é sinal de uma autoestima inflada à base de incongruências consigo mesmo. É uma forma de compensar a aflição que as carências auto-percebidas produzem, ressaltando aquelas qualidades nas quais nos sobressaímos ou acreditamos nos sobressair.

Estas pessoas são caracterizadas pelo fato de pensarem ser perfeitas, ser rígidos em suas convicções, chatear-se com facilidade e ser emocionalmente instáveis. Também são mentirosos (já que querem manter uma imagem falsa de si mesmos), muito competitivos, e se rodeiam de pessoas de menor status, inteligência ou capacidade, pois dessa forma, se auto elogiam. Como consequência disso, adotam atitudes prepotentes e arrogantes, como o da rosa com o sapo.

De fato, podemos dizer que o complexo de superioridade é a sequela de um complexo de inferioridade mau resolvido; além de costumarem surgir nas mesmas pessoas em circunstâncias diferentes. Vemos que isso é bastante óbvio, uma pessoa que se percebe inferior em algum aspecto não tem a necessidade de se proclamar superior. Se é hábil e valioso em alguma coisa, a realidade a mostrará de forma adequada.

É especialmente importante contemplar isso porque todos, de forma absoluta, temos um dever a cumprir com os demais nessa vida. O que nós não aprendemos com nosso vizinho, não aprenderemos com ninguém, porque cada um, em sua individualidade, é único e indispensável.

Por tudo isso, é melhor ser sapo e contemplar nosso redor realizando nossas tarefas, estando tranquilos com nós mesmos, facilitando e desfrutando de nossa vida e da vida dos demais. Ser bonito ou não ser, como a rosa, depende em grande medida do que damos aos outros e do que deixamos que eles nos deem.

Créditos da imagem: marchesini62 


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