Aceite a si mesmo acima da opinião alheia
Primeiro, a dor em mim. As ponderações. A fuga. O medo do julgamento. Porque sim, a gente não admite, mas o que adia nossos sonhos é o medo do julgamento. Do contrário nos atiraríamos! Mas o que o os outros vão pensar? Falar? A gente finge que não se importa, que não está nem aí… Mas se importa sim. Infelizmente se importa e se adia, se evita e se omite, porque respeita ou receia a opinião alheia. Se ela vier de quem nos é querido por alguma razão, pesa ainda mais.
A gente educa as crianças para não falarem isso ou fazerem aquilo, principalmente na casa dos outros, ainda mais com gente por perto. Por quê? Porque nos importa o que os outros pensam e falam sobre nossos filhos, mas ainda mais, sobre o tipo de educadores que somos. Do contrário, iríamos apenas incentivar que eles tivessem personalidade e liberdade para dizerem o que pensam e sentem… Não fosse o que os outros vão pensar…
Por que existem regras? Leis? Normas? Para deixar tudo mais organizado? Sim! E porque um dia alguém pensou que sendo assim, o convívio em sociedade seria melhor. Mas melhor, de acordo com os parâmetros de quem? Um pequeno grupo se reuniu e definiu o padrão de comportamento de toda uma nação…
Você deixa a opinião alheia ditar a sua vida?
Você já parou para pensar que vive norteado pela sua religião? Pela filosofia da sua família, originada sabe-se lá quando, baseada na filosofia criada por uma pessoa? É, uma pessoa que estabeleceu um padrão de comportamento e todos nós seguimos atrás, em fila indiana.
Por que a gente repele determinados padrões de comportamento que não afetam nossa segurança, não interferem no nosso bem-estar, mas apenas e tão somente, vão de encontro com aqueles padrões que somos acostumados a seguir?
E por isso, a gente sofre. Acumula no peito um peso que não deveria carregar. Magoa a si mesmo e magoa as outras pessoas, porque estamos todos acostumados a seguir determinados padrões, e fugir deles representa o caos. Deveríamos dizer: “te amo, acima disso aí que você julga ser o certo, porque certo mesmo é eu te amar de verdade sendo assim desse meu jeito, e você me aceitar como eu sou, mesmo que eu fuja dos seus padrões”. Serve pra qualquer tipo de amor. De pai/mãe e filho, namorado, namorido, amigo… Serve para qualquer amor que exista, incondicionalmente.
O problema é que dizemos amar incondicionalmente, mas amamos sob várias condições veladas, dentre elas, que o outro nos seja recíproco não infringindo as regras… As nossas regras. Porque o que o outro faz pode estar dentro dos padrões dele de sobrevivência, mas fugindo ao nosso, faz cair por terra a tal incondicionalidade do amor condicionado a vários desrespeitos do livre-arbítrio.
Então a gente se adia, se anula, sente a dor dentro de si, pondera, foge e se culpa por ser uma pessoa.
Se eu gosto de azul e você de amarelo
Se eu curto sertanejo e você um bolero
Se seu bife é mal passado e não é assim que eu quero
Será justo te dar menos amor
Porque você não é como eu espero?
Amar incondicionalmente
Deveria ser amar, tão somente!