Acetilcolina: o neurotransmissor que facilita a comunicação entre os neurônios

Acetilcolina: o neurotransmissor que facilita a comunicação entre os neurônios
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

A acetilcolina é o neurotransmissor mais presente do sistema nervoso. Este químico que o nosso cérebro produz principalmente a partir de açúcar e colina é o mensageiro essencial que facilita a comunicação entre os neurônios. Graças a ele, regulamos a atenção e a memória, assimilamos novas informações e cuidamos do nosso estado de humor.

Começaremos comentando que a acetilcolina foi o primeiro neurotransmissor identificado. Quem fez isso foi Henry Hallett Dale em 1915 e, mais tarde, o Dr. Otto Loewi descreveria muitas de suas funções. Ambos os médicos receberam o Prêmio Nobel por isso em 1936. Como podemos ver, não estamos diante de mais um composto químico, já que a implicação deste pequeno elemento em nossas vidas e em grande parte das funções biológicas é imensa.

Se quisermos entender a relevância da acetilcolina em nosso organismo, devemos pensar, por exemplo, que sem ela os músculos do nosso coração deixariam de se contrair e se expandir. Ou seja, esse órgão deixaria de bater…

Sabe-se, por exemplo, que existem células específicas no nosso organismo que reagem exclusivamente com a acetilcolina. Tanto é assim que o prosencéfalo basal e o hipocampo precisam desse neurotransmissor em particular para realizar suas tarefas.

Ela não só age como mensageira, mas também aumenta a intensidade dos sinais entre os neurônios através das ondas teta. Otimiza a memória, promove a neuroplasticidade, a comunicação… Vejamos a seguir mais informações sobre ela.

Ligações entre os neurônios

Acetilcolina: quais são as suas funções?

A maioria de nós já ouviu falar sobre a acetilcolina por um motivo: para melhorar a memória e a concentração. Por isso, é um dos componentes mais comuns em nootrópicos, suplementos usados ​​para melhorar nossas funções cognitivas. Agora, além desta área, sabemos que é essencial para outras funções que veremos abaixo.

No entanto, é necessário lembrar, em primeiro lugar, que seu campo de ação em nosso organismo é múltiplo. Ela se encontra tanto no sistema nervoso central quanto periférico, e também possui funções excitatórias e inibitórias.

Isto é, pode facilitar o impulso elétrico em um neurônio ou pode inibir, por exemplo, a frequência cardíaca. É como aquele diretor de orquestra que dirige e tenta fazer com que cada função tenha harmonia, ritmo e equilíbrio.

Funções no sistema nervoso central

No sistema nervoso central, a acetilcolina age de forma excitatória. Graças à sua interação entre os neurônios e as células nervosas, promove os processos de motivação, excitação e atenção. Não só estimula a atividade do hipocampo para realizar estes processos, mas também atua sobre o córtex cerebral para darmos lugar às funções executivas superiores, tais como a resolução de problemas ou reflexão.

A principal causa das vias colinérgicas perderem sua funcionalidade no sistema nervoso central e deixarem de se comunicar entre si é a doença de Alzheimer.

A acetilcolina e o sono REM

Esse dado é interessante. A acetilcolina promove o sono REM em nosso cérebro, e faz isso ao se concentrar em uma estrutura muito especial: o prosencéfalo basal. Graças a isto, graças ao fato de entrarmos nesta fase de sono paradoxal ou sono rápido, conseguimos armazenar melhor as memórias e as informações obtidas durante o dia.

Funções endócrinas

Uma parte de nossos neurotransmissores, como é o caso da oxitocina, também atuam como hormônios. No caso da acetilcolina, pode-se dizer que ela também tem uma função endócrina muito importante: atua sobre a glândula pituitária. Desta forma, pode controlar a quantidade de urina excretada, estimular a produção de hormônios da tireoide, etc.

A acetilcolina facilita a comunicação entre os neurônios

Funções no sistema nervoso periférico

Nosso sistema nervoso periférico não poderia realizar muitas de suas funções sem a presença desse neurotransmissor. As tarefas realizadas são muitas e têm grande relevância para a nossa subsistência e bem-estar:

  • Transmite os sinais entre o nosso cérebro e os músculos cardíacos.
  • Da mesma forma, é a ponte entre o cérebro, nervos, músculos e ossos que molda cada um dos nossos movimentos.
  • No sistema cardiovascular, quase sempre age como um vasodilatador, ou seja, reduz e equilibra a frequência cardíaca.
  • Favorece as contrações digestivas no sistema gastrointestinal .
  • No trato urinário, promove a sensação voluntária de evacuação.

Além disso, e como curiosidade, podemos dizer que a acetilcolina também participa do processo que garante nossa sobrevivência: a percepção da dor.

Como podemos estimular a produção de acetilcolina?

Como apontamos no início, nosso cérebro precisa de “açúcar” para produzir acetilcolina. Agora, é importante nunca exceder o consumo de açúcar, porque o que acontece na maioria das ocasiões é que ao consumir muitos alimentos doces nossa atenção e memória acabam decaindo depois de algumas horas. A razão? Quando há um excesso de açúcar aparece a adenosina, uma substância química que inibe a ação da acetilcolina.

Assim, o melhor em todos os casos é manter um equilíbrio adequado em nossa dieta. Se quisermos aumentar a produção desse neurotransmissor, nada melhor do que incluir alguns desses alimentos em nosso dia a dia:

  • Uma xícara de café.
  • Lecitina de soja.
  • Canela.
  • Alecrim.
  • Uvas vermelhas.
  • Gema de ovo.
  • Gérmen de trigo.
  • Brócolis.
  • Banana.
  • Amendoim.
  • Laranja.
  • Aveia.
  • Linhaça.
Vitamina de banana

Para concluir, às vezes é fascinante descobrir como elementos tão desconhecidos e únicos do nosso organismo fazem tanto por nós. Assim, sabendo da sua relevância, devemos procurar cuidar do seu equilíbrio. Não hesitemos em cuidar melhor da nossa dieta, em levar uma vida ativa e fazer exames periódicos para garantir que tudo está correndo como deve.


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  • Puch, M. Aspectos farmacológicos del sistema nervioso parasimpático. Manual de farmacología y terapéutica general y bucodental, 79.
  • MERLIN, S. S. (2021). Acetilcolina. In Clínica psiquiátrica: a terapêutica psiquiát

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